Gilberto de Hastings – Wikipédia, a enciclopédia livre
Gilberto de Hastings | |
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Bispo da Igreja Católica | |
Bispo de Lisboa | |
Ordenação e nomeação | |
Ordenação episcopal | 1147 por João Peculiar |
Brasão episcopal | |
Dados pessoais | |
Nascimento | Hastings data de nascimento desconhecida |
Morte | Lisboa 27 de abril de 1166 |
Bispos Categoria:Hierarquia católica Projeto Catolicismo |
Gilberto de Hastings (em inglês: Gilbert of Hastings; morto em Lisboa, 27 de abril de 1166) foi um bispo católico inglês, tendo sido o primeiro bispo de Lisboa após a conquista da cidade aos Mouros em 1147 e a subsequente restauração da sua diocese.
Integrando os crusados ingleses com destino à Terra Santa, participou na conquista de Lisboa. Como agradecimento ao auxílio prestado o Rei D. Afonso Henriques decidiu nomear um dos crusados como novo Bispo de Lisboa. A escolha recaiu em D. Gilberto de Hastings. Foi ordenado Bispo pelo Arcebispo de Braga D. João Peculiar, a quem depois jurou reverência e obediência.
Biografia
[editar | editar código-fonte]De origem inglesa (como o nome indica)[1] integrava a armada que se destinava à Terra Santa, no quadro da II Cruzada e que aportou ao Porto (então, o último porto de mar em posse de cristãos, onde podia fazer aguada, antes de entrar no Mediterrâneo), onde o rei português, D. Afonso Henriques, com o auxílio do primaz de Braga, D. João Peculiar, convenceram a frota a atacar Lisboa.
Tomada a cidade em Outubro desse ano, foi de imediato a mesquita purificada e tornada em Sé Catedral dedicada a Santa Maria Maior, tendo D. João Peculiar, a pedido do rei, restaurado a diocese e, acto contínuo, sagrado D. Gilberto de Hastings como novo bispo da cidade,[2] após um aparente interregno de quatro séculos (embora pareça ter continuado a existir um bispo moçárabe da cidade sob domínio muçulmano). O juramento de obediência do novo bispo de Lisboa a D. João Peculiar fez da diocese restaurada sufragânea do metropolita bracarense (situação que não se verificava no tempo dos Godos, quando Lisboa era sufragânea da diocese de Mérida, a velha capital da Lusitânia); isto ia ao encontro da política do primeiro rei português de colocar as dioceses do território que controlava sob a dependência do arcebispado de Braga, e não dos antigos metropolitas, sediados em território leonês, por forma a eximir-se, não apenas política, como também espiritualmente, do domínio hegemónico de seu primo, o Imperator Afonso VII de Leão e Castela, na Península Ibérica.
Em 1150, Gilberto estabeleceu o cabido da Sé de Lisboa e as respectivas dignidades; introduziu ainda na diocese o rito seguido pela Igreja de Salisbury, em Inglaterra,[3][4][5] pelo qual a diocese de Lisboa se regeu até 1536, em tempo do governo do Cardeal-Arcebispo D. Afonso, altura em que foi introduzido o rito romano (como resposta ao cisma da Igreja Anglicana).
Em 1151, ordenou cartas para Inglaterra, solicitando que os seus conterrâneos viessem para a Hispânia ajudar à Reconquista.
Foi o criador das paróquias de São Vicente de Fora, Mártires e Santa Justa.
Morreu a 27 de Abril de 1166, tendo sido sepultado na Sé de Lisboa.
Referências
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Cliff, Nigel (2011). Guerra Santa - As Viagens Épicas de Vasco da Gama e o Ponto de Viragem em Séculos de Confrontos entre Civilizações. Alfragide: Texto Editores. ISBN 9789724745206
- Pedrosa Cardoso, José Maria (2006). O canto da Paixao nos seculos XVI e XVII. a singularidade portuguesa. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra. 560 páginas. ISBN 9789728704704
- Tyerman, Christopher (2007). God's War. A New History of the Crusades (em inglês). Londres: Penguin. ISBN 9780141904313
- Page, Martin (2012). A Primeira Aldeia Global. Alfragide: Oficina do Texto. ISBN 9789895555901
- Mattoso, José (2007). D. Afonso Henriques. Lisboa: Temas e Debates
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «GCatholic» (em inglês)
Precedido por restauração da diocese | Bispo de Lisboa 1147 — 1166 | Sucedido por Álvaro |