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Global Media Group | |
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Razão social | Global Media Group SGPS, SA |
Holding de vários empresas de média | |
Atividade | Meios de comunicação |
Fundação | 1990 (como Lusomundo Média) 2005 (como Controlinveste Media) 2014 (como Global Media Group) |
Fundador(es) | Joaquim Oliveira |
Sede | Lisboa, Portugal |
Proprietário(s) | Páginas Civilizadas, Lda. - 41,51% KNJ Global Holdings Limited - 29,35% José Pedro Carvalho Reis Soeiro - 20,4% Grandes Notícias, Lda. - 8,74% |
Pessoas-chave | Marco Galinha (ex-Presidente) Kevin Ho King Lu José Pedro Soeiro Domingos de Andrade |
Produtos | Jornais, Revistas, Rádio |
Website oficial | www.globalmediagroup.pt |
Global Media Group é uma holding e um dos maiores grupos de media em Portugal, com presença nos sectores da imprensa e da rádio.
História
[editar | editar código-fonte]Origem: Olivedesportos & Lusomundo
[editar | editar código-fonte]A Global Media Group tem a sua origem na Olivedesportos, empresa fundada em 1984 por Joaquim Oliveira e nas privatizações do Diário de Notícias (DN) e do Jornal de Notícias (JN) que foram em 1991 para o grupo Lusomundo do Luís Silva[1]. Esse mesmo grupo também tinha adquirido a maioria da TSF Rádio Notícias, fundada por um grupo de jornalistas, em 1994.
Também em 1994, a Controlinveste do Joaquim Oliveira adquire o seu primeiro título de imprensa, o jornal desportivo O Jogo. E em 1998, lança, em parceria com a RTP e a PT Multimédia, a Sport TV, uma televisão por assinatura.
Em 2001, a Controlinveste criou, em parceria com Portugal Telecom (PT), a empresa Sportinveste Multimedia, responsável pela gestão das operações digitais e multimédia em dois dos três principais clubes de futebol em Portugal (Futebol Clube do Porto e Sporting Clube de Portugal), bem como de outros sites dedicados à distribuição de conteúdos informativos e multimédia na área do desporto.
Anos 2000
[editar | editar código-fonte]Em 2005, a PT, que tinha comprado, no início dos anos 2000[1], o grupo Lusomundo ao Luís Silva, num negócio avaliado na altura em mais de €500 milhões, vende a Lusomundo Serviços, que incluía apenas o negócio dos media, à Controlinveste num negócio avaliado em mais de 300 milhões,[1][2] e financiado pelo Banco Comercial Português e o Banco Espírito Santo.
Após esta aquisição, o grupo Controlinveste reuniu ofertas na área dos media que inclui a Sport TV e a rádio de informação TSF, às quais se juntam títulos de imprensa como o Jornal de Notícias, Diário de Notícias, 24 Horas, O Jogo, Global Notícias; outros títulos como o jornal Ocasião; na imprensa regional, o Açoriano Oriental (o mais antigo jornal de Portugal), o Jornal do Fundão, o Diário de Notícias da Madeira; as revistas Evasões, Volta ao Mundo e ainda uma participação acionista na agência Lusa.
Por forma a apoiar o negócio das publicações impressas, a Global Media Group deteve uma presença no sector da impressão através de duas empresas gráficas (Funchalense, em Lisboa e NavePrinter, no Porto) bem como no sector distribuição, através de duas empresas, a Vasp na distribuição em pontos de venda e a Notícias Direct, focada na distribuição porta-a-porta de jornais e revistas.
Adicionalmente, a Global Media Group teve várias participações financeiras em sociedades desportivas e empresas de telecomunicações. Controla uma operação no sector do turismo, a agência de viagens Cosmos.
Reestruturação e mudança de razão social
[editar | editar código-fonte]Entre outubro de 2012[3][4] e novembro de 2013, as dificuldades financeiras do grupo, sobretudo devido ao elevado passivo, obrigaram Joaquim Oliveira a ceder o controlo do grupo[5] que formalizou a venda parcial da sua participação acionista na Controlinveste Media, ao vender 72,5% do capital aos investidores Banco Comercial Português, Banco Espírito Santo, António Mosquito Mbakassie e Luís Montez. O capital da empresa ficou repartido em 27,5% pelo grupo Joaquim Oliveira, 27,5% por António Mosquito, 15% por Luis Montez, 15% pelo BCP e 15% pelo BES.[1][6] O negócio levou o Daniel Proença de Carvalho para o cargo de presidente não-executivo.[7]
Em 17 de dezembro 2014, mudou-se o nome de Controlinveste para Global Media Group.[8]
Em 2016, é vendida a icónica sede do DN, na Avenida da Liberdade, e o jornal é transferido para as Torres de Lisboa.[1]
Em 2017, chegam novos accionistas, vindos de Macau e de Angola. Com uma entrada de capital de 15 milhões de euros, e ficando com uma quota de 30%, um dos novos accionistas é o grupo macaense KNJ Global Holdings, do empresário Kevin Ho, sobrinho de Edmund Ho Hau-wah, o primeiro Chefe do Executivo de Macau.[9] O outro é o José Pedro Soeiro, empresário e gestor angolano, que fica com as participações de António Mosquito e de Luís Montez. A nova estrutura accionista é, então, a seguinte: KNJ com 30% do Grupo, José Pedro Soeiro também com 30%, Joaquim de Oliveira com 20%, e o BCP e o BES com 10% cada um.[1]
O grupo registou em 2018 prejuízos de 9,1 milhões de euros, um agravamento face aos 4,5 milhões de euros registados em 2017.[10]
Em 2019, os acionistas Kevin Ho e José Pedro Soeiro, compraram ao BCP e ao Novo Banco as respetivas posições no capital bem como a dívida do grupo. Não foi possível saber qual o valor da perda assumida pelos bancos, mas várias fontes apontaram para um “perdão” que poderá ter chegado aos 80 ou 85% do montante total que a Global Media ainda devia aos bancos.[1][11]
Grupo BEL
[editar | editar código-fonte]Em setembro de 2020, o Global Media Group chegou a acordo com o grupo Bel, do empresário Marco Galinha, para a sua entrada como acionista da empresa.[12] Ele compra 40% do GMG, pelo valor de quatro milhões de euros, e faz uma injecção de capital de seis milhões de euros.[1] O grupo Bel, fundado em 2001, tem atividades em vários setores, e entrou nos media em 2018 através do Jornal Económico.
O Marco Galinha torna-se Presidente do Global Media Group em fevereiro de 2021.[13]
Em julho de 2023, houve uma emissão de novas ações que foram subscritas pelas Páginas Civilizadas, que ficou a controlar 50,2% da Global Media.[1][14] Logo a seguir, a 25 de julho de 2023, a World Opportunity Fund Ltd (WOF), com sede nas Bahamas, adquiriu à sociedade Palavras de Prestígio, Lda, uma quota representativa de 38% do capital social da Páginas Civilizadas, e a 21 de setembro de 2023, adquiriu outras ações à sociedade Grupo Bel, ficando a controlar 51% do capital social da Páginas Civilizadas, e assim a maioria du grupo GMG.[15]
Situação financeira a partir de 2023
[editar | editar código-fonte]No dia 6 de dezembro, em comunicado interno, a Comissão Executivado, liderada por José Paulo Fafe, anunciou que iria negociar com caráter de urgência rescisões com 150 a 200 trabalhadores e avançar com uma reestruturação, que disse ser necessária para evitar "a mais do que previsível falência do grupo".[1][16]
Entretanto, as direções do Jornal de Notícias, TSF, O Jogo e do Dinheiro Vivo apresentaram demissão, na sequência do processo de reestruturação.[16]
Em março de 2024, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) suspendeu os direitos patrimonais e de voto da WOF alegando incumprimento da Lei da Transparência.[17] O Marco Galinha voltou a comprar a sua posição mas o grupo foi desmembrado. O GMG ficou com o Diário de Notícias, Dinheiro Vivo e o Açoriano Oriental, enquanto o Jornal de Notícias, a TSF, o Notícias Magazine, O Jogo, o Volta ao Mundo, e o Evasões foram cedidos à «Notícias Ilimitadas», um consórcio de empresários do Norte (que conta com o Marco Galinha e o Domingos de Andrade como acionistas com respetivamente 30 e 20% do capital)[17], em julho. O estado comprou na mesma altura a participação da Global Media e Páginas Civilizadas na Lusa[18]
Proprietários
[editar | editar código-fonte]Os detentores de 5% ou mais do capital da empresa são, em dezembro de 2024, os seguintes:[19][a]
- Páginas Civilizadas, Lda. – 41,51% (o grupo Bel sendo detentor direita e indiretamente de cerca 85% do capital da Páginas Civilizadas, os restantes 15% sendo da United Resinas do António Mendes Ferreira através da Around Wishes SGPS)
- KNJ Global Holdings Limited – 29,35%
- José Pedro Carvalho Reis Soeiro – 20,4%
- Grandes Notícias, Lda. – 8,74% (a Páginas Civilizadas detém 100% da Grandes Notícias, Lda.)
Publicações
[editar | editar código-fonte]- O Global Media Group tem ações maioritaria nas seguintes publicações:
- Açoriano Oriental (90%)[20]
- TSF (50% com os restantes 50% da «Notícias Ilimitadas» (NI)[21], sendo 30% do capital da NI detido pela GMG[18])
- As seguintes publicações têm exatamente a mesma repartição de sócios do que o GMG[b]:
- O GMG tem 30% do capital social (enquanto a «Verbos Imaculados» tem os restantes 70%[c]) das seguintes publicações:
Notas e referências
Notas
- ↑ Para o organigrama completo, ver a estrutura.
- ↑ A Páginas Civilizadas, com 41,51%, a KNJ Global Holdings Limited com 29,35%, José Pedro Carvalho Reis Soeiro com 20,40%, e Grandes Notícias, Lda. com 8,74%
- ↑ A «Verbos Imaculados» é dona de 61% da «Notícias Ilimitadas». Os sócios da VI são a «Ilíria», grupo do Jorge Ribeiro, do Alexandre Bobone e do Samuel Farinha, com 35%, a «Parsoc» do José Rogeira com 30%, o Domingos de Andrade (20%), e a Mesosytem (15%)[27][28]
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j «Uma cronologia da Global Media: dos anos 90 à actualidade». www.jornaldenegocios.pt. Março de 2024. Consultado em 13 de dezembro de 2024
- ↑ Nuno Carregueiro (28 de Fevereiro de 2005). «PT vende Lusomundo Serviços à Olivedesportos». www.jornaldenegocios.pt. Consultado em 16 de abril de 2021
- ↑ «Mosquito entra nos media da Controlinveste e na Soares da Costa Construção». www.jornaldenegocios.pt. Consultado em 16 de abril de 2021
- ↑ Villalobos, Luís. «António Mosquito oficializa compra de 27,5% da Controlinveste». Público. Consultado em 16 de abril de 2021
- ↑ Diogo Cavaleiro e Nuno Carregueiro (26 de novembro de 2013). «António Mosquito entra na Controlinveste Media e compra 67% da Soares da Costa Construção». Jornal de Negócios. Consultado em 4 de dezembro de 2013
- ↑ «Controlinveste com nova estrutura acionista». Dinheiro Vivo. 27 de novembro de 2013. Consultado em 16 de abril de 2021
- ↑ Ferreira, Cristina. «Mosquito, Montez, BCP e BES são os novos accionistas da Controlinveste». PÚBLICO. Consultado em 16 de abril de 2021
- ↑ «Dona dos jornais DN e JN muda de nome para Global Media Group». www.jornaldenegocios.pt. Consultado em 16 de abril de 2021
- ↑ «Local firm to ink Portugal media deal next month». www.macaonews.org (em inglês). 18 de agosto de 2017. Consultado em 13 de dezembro de 2024
- ↑ Lusa (11 de março de 2020). «Prejuízos da Global Media Group agravaram-se para 9,1 milhões em 2018». www.jornaldenegocios.pt. Consultado em 13 de dezembro de 2024
- ↑ Flávio Nunes (27 de dezembro de 2019). «Acionistas compram dívidas da Global Media ao BCP e Novo Banco. Desconto terá chegado aos 85%». www.eco.sapo.pt. Consultado em 13 de dezembro de 2024
- ↑ «Global Media chega a acordo com grupo de Marco Galinha». www.jornaldenegocios.pt. Consultado em 16 de abril de 2021
- ↑ «Marco Galinha eleito presidente da Global Media Group». www.dn.pt. Consultado em 16 de abril de 2021
- ↑ Filipe Alves (19 de julho de 2023). «Marco Galinha reforça na Global Media e negoceia entrada de novo investidor». O Jornal Económico. Consultado em 12 de dezembro de 2024
- ↑ Lusa (12 de outubro de 2023). «Fundo World Opportunity controla a Global Media, confirma a ERC». +M. Consultado em 12 de dezembro de 2024
- ↑ a b Lusa, Agência. «Programa de rescisões da Global Media Group termina esta quarta-feira». Observador. Consultado em 17 de janeiro de 2024
- ↑ a b Baptista, Carla (setembro de 2024). «Tudo pelos media, pouco pelo jornalismo». Le Monde Diplomatique (edição portuguesa) (215). pp. 3–4. Consultado em 13 de dezembro de 2024
- ↑ a b Ferreira, Carla Borges (30 de julho de 2024). «JN e TSF têm novos donos. Galinha retoma controlo da Global Media e Estado reforça na Lusa». +M. Consultado em 13 de dezembro de 2024
- ↑ «Global Notícias - Media Group, SA». ERC Portal da Transparência. Consultado em 13 de dezembro de 2024
- ↑ «Ficha técnica». Consultado em 13 de dezembro de 2024
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- ↑ «Diogo Freitas deixa administração da empresa que vai comprar JN e TSF». 27 de março de 2024. Consultado em 13 de dezembro de 2024
- ↑ Fernando André Silva (8 de fevereiro de 2024). «Eis os empresários que acompanham Diogo Freitas na compra do JN e O Jogo». ominho.pt. Consultado em 13 de dezembro de 2024
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Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Site oficial do Global Media Group». www.globalmediagroup.pt