Grande Hungria – Wikipédia, a enciclopédia livre

O Império Austro-Húngaro
Em verde (16), o Reino da Hungria propriamente dito.
Em vermelho (17), os territórios autónomos da Eslavónia e Croácia dentro do Reino da Hungria.
As zonas 16 e 17 incluem as fronteiras históricas do Reino da Hungria na Monarquia de Habsburgo.
A Hungria em 1920, após o Tratado de Trianon (em amarelo) e em 1941, quando aliou-se à Alemanha nazista e obteve extensão territorial (em verde).
Áreas com maiorias étnicas húngaras nos países vizinhos da Hungria, de acordo com László Sebők.[1]

Grande Hungria (em húngaro: Nagy-Magyarország) é o termo utilizado para designar a expansão territorial da Hungria a partir do que este país era antes da Primeira Guerra Mundial.

A Grande Hungria ou Hungria Unida foi um objetivo político oficial do Estado húngaro entre as duas guerras mundiais e continua a ser um objetivo político de pequenos grupos marginalizados de nacionalistas por atuais húngaros revisionistas, embora após a Segunda Guerra Mundial, o Estado húngaro oficialmente abandonou esta política. O objetivo político da Grande Hungria emergiu após o Tratado de Trianon, que definiu as novas fronteiras do Estado húngaro (normalmente referida como a Hungria de Trianon), que perdeu cerca de 72% do seu território e cerca de dois terços dos seus habitantes, quase 3 milhões de pessoas de etnia húngara, ao abrigo do tratado.[2][3] Dessa forma, a Hungria foi despojada de seu território que dominou oficialmente durante mais de um milênio, a partir da fundação cristã do Estado no ano 1000 pelo rei Estevão I.

Cabe salientar que, durante a invasão turca na Europa, que terminou em 1526 com a resistência húngara, o Principado da Transilvânia foi independente, governado por senhores e príncipes da Transilvânia com língua, cultura e identificação húngara, a nação prosseguiu e garantiu a sobrevivência da cultura húngara por 170 anos, até que ser libertada do Império Turco-Otomano e ocupada pelos austríacos em 1699. A Hungria não pôde se libertar do jugo do Império Austríaco até 1919, depois de ter promovido várias guerras de independência e de ter alcançado um acordo, em 1867, onde a Áustria reconheceu o parlamento da Hungria e criou-se uma dupla monarquia, no chamado Império Austro-Húngaro.

Após 1919, as populações húngaras que habitavam a Romênia, Checoslováquia e Sérvia foram reprimidas e foram proibidas de usar sua língua nativa, para reduzir seu número e identificação cultural. Atualmente, as populações húngaras são contadas como as minorias nos países listados acima.

Na sua política externa após a Primeira Guerra Mundial, o país estava buscando a revisão do tratado de paz: esta política isolada na década de 1920 empurrou o país para a Alemanha de Adolf Hitler na década de 1930. [4] Como uma justificativa para este objetivo político, os revisionistas húngaros argumentam desde a presença de minorias húngaras nos países vizinhos, às tradições históricas de aproximadamente mil anos do Reino da Hungria, ou a unidade geográfica e simbiose económica com as regiões dentro da Bacia dos Cárpatos. A Hungria, apoiada pelas Potências do Eixo, foi parcialmente bem sucedida em conquistar pacificamente alguns territórios (de maioria étnica húngara), regiões do antigo reino nas Arbitragens de Viena de 1938 e 1940, e também com força militar: regiões adquirida dos Cárpatos (Transcarpátia) em 1939 (etnicamente mista) e Backa Baranja, Međimurje e Prekmurje em 1941.

Após o final da Segunda Guerra Mundial, as fronteiras da Hungria, tal como definidas pelo Tratado de Trianon foram restauradas, exceto três vilarejos húngaros que foram dados à Checoslováquia. Estas vilas são parte de Bratislava. O revisionismo histórico foi muitas vezes utilizado por ambos, os defensores e opositores, da Grande Hungria. Atualmente, alguns húngaros ainda sentem saudades da velha Hungria Unida, mas definitivos revisionismos territoriais continuam a ser uma posição política marginalizada, que é desnecessário para muitos, considerando que o Estado é atualmente membro da União Europeia e existe a livre circulação entre fronteiras.

Referências

  1. «Sebők László's ethnic map of Central and Southeastern Europe». Consultado em 6 de novembro de 2011. Arquivado do original em 26 de fevereiro de 2009 
  2. Fenyvesi, Anna (2005). Hungarian language contact outside Hungary: studies on Hungarian as a minority language. [S.l.]: John Benjamins Publishing Company. p. 2. ISBN 9027218587. Consultado em 15 de agosto de 2011 
  3. «Treaty of Trianon». Encyclopædia Britannica 
  4. «HUNGARY». Hungarian Online Resources (Magyar Online Forrás). Consultado em 13 de fevereiro de 2011 
  • Dupcsik Csaba-Répárszky Ildikó (2006). Történelem IV középiskolások számára. Műszaki Kiadó (Wolters Kluwer csoport). ISBN 963 16 2945 7