Grande Prêmio da Áustria de 1982 – Wikipédia, a enciclopédia livre
Grande Prêmio da Áustria de Fórmula 1 de 1982 | |||
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13ª edição do GP da Áustria em Österreichring | |||
Detalhes da corrida | |||
Categoria | Fórmula 1 | ||
Data | 15 de agosto de 1982 | ||
Nome oficial | XV Holiday Großer Preis von Österreich[1] | ||
Local | Österreichring, Spielberg, Estíria, Áustria | ||
Total | 53 voltas / 314.926 km | ||
Condições do tempo | Quente, ensolarado | ||
Pole | |||
Piloto |
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Tempo | 1:27.612 | ||
Volta mais rápida | |||
Piloto |
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Tempo | 1:33.699 (na volta 5) | ||
Pódio | |||
Primeiro |
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Segundo |
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Terceiro |
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Resultados do Grande Prêmio da Áustria de Fórmula 1 realizado em Österreichring em 15 de agosto de 1982.[2] Décima terceira etapa do campeonato, nele o italiano Elio de Angelis, da Lotus-Ford, venceu pela primeira vez em sua carreira, com Keke Rosberg em segundo lugar pela Williams-Ford e Jacques Laffite em terceiro pela Ligier-Matra.[3]
Resumo
[editar | editar código-fonte]Brabham domina os treinos
[editar | editar código-fonte]Nos treinos de sexta-feira o brasileiro Nelson Piquet marcou 1:27.612 com sua Brabham-BMW quebrando extraoficialmente o recorde da pista numa façanha obtida com pneus novos e apenas 30 litros de gasolina no tanque numa pista com tráfego ameno, garantindo o primeiro lugar ao brasileiro e o segundo ao italiano Riccardo Patrese, seu companheiro de equipe.[4] Tal foi a vantagem do modelo BT50 que o time de Bernie Ecclestone passou a elaborar estratégias para a corrida. No sábado não houve alterações significativas neste cenário e nas posições seguintes havia um trio francês com o Renault RE30 de Alain Prost na terceira posição à frente de Patrick Tambay (Ferrari) e René Arnoux (também da Renault) enquanto John Watson, com 30 pontos na tabela e de facto o líder do campeonato desde o grave acidente que encerrou a carreira de Didier Pironi no Grande Prêmio da Alemanha, ficou apenas em décimo oitavo lugar com sua McLaren-Ford.[5]
O domínio dos motores turbo na Áustria foi favorecido pelo traçado de Österreichring com suas longas retas e curvas de amplo traçado e pelo fato de que a pista situa-se 750 metros acima do nível do mar.[6] Tais variantes somaram-se ao talento de Piquet e ao aprumo da Brabham para garantir que a BMW conquistasse sua primeira pole position na Fórmula 1, resultado ainda mais vistoso graças à dobradinha na primeira fila do grid de largada.
Em meio à competição que se desenrolava na pista, Lotus e Renault firmaram um contrato para o fornecimento de motores para os próximos anos e no terreno oposto havia especulações quanto à transferência de René Arnoux para a Ferrari e a de Jacques Laffite para a Williams.[7]
Duplo fracasso
[editar | editar código-fonte]Nelson Piquet manteve a pole e saiu em primeiro lugar, contudo sua liderança durou somente uma volta em razão do mau rendimento de seus pneus, ocasião em que foi ultrapassado por Riccardo Patrese. Graças à grande altitude de Österreichring o rendimento dos carros turbo permitiram aos mesmos ocuparem os primeiros lugares com Patrese e Piquet a uma distância segura de Prost. A dobradinha da Brabham, contudo, foi desfeita na volta dezoito quando Piquet foi aos boxes e embora tenha trocado os pneus em tempo hábil, sofreu um atraso de cinco segundos em seu tempo de parada em razão de uma demora para o início efetivo do reabastecimento. Dezoito segundos mais tarde o piloto regressou à pista na quarta posição.[8] Naquele momento, dentre outros participantes, já estavam fora de combate: René Arnoux, vítima de uma falha no seu Renault turbo, mas destino pior teve Derek Daly, da Williams, envolvido num acidente com Andrea de Cesaris e Bruno Giacomelli, pilotos da Alfa Romeo, ainda na largada.[9]
Na volta 24 foi a vez de Riccardo Patrese ir aos boxes numa operação que durou apenas onze segundos e foi eficiente a ponto de devolvê-lo à pista ainda na liderança, embora seus pneus frios o expusessem ao ataque de Alain Prost. Durante algum tempo Patrese mostrou-se resiliente, contudo sua corrida terminou quando o motor BMW estourou derramando óleo nos pneus traseiros. Descontrolado, o italiano rodopiou entre os barrancos que compunham a mal-feita área de escape do circuito e quase capotou, mas felizmente o condutor do carro nada sofreu. O domingo dos sonhos da Brabham chegou ao fim de forma indesejada quando Piquet, terceiro colocado, sofreu uma pane elétrica na trigésima primeira volta, deixando Alain Prost e Elio de Angelis sossegados à frente. Fora da prova, restou ao brasileiro o consolo de entrar para a história como protagonista do primeiro pit stop destinado à troca de pneus e de combustível na era moderna da Fórmula 1.[8]
Vitória para Elio de Angelis
[editar | editar código-fonte]Por um número considerável de voltas, Alain Prost liderou tranquilamente em relação a Lotus de Elio de Angelis. Todavia a falta de confiabilidade da Renault deixou o francês a pé devido a falhas no sistema de injeção, o que entregou a liderança para Elio de Angelis. Faltando cinco voltas para o fim da corrida, o novo líder era seguido por Keke Rosberg em sua Williams. Numa contenda entre dois motores aspirados, o piloto finlandês chegou a descontar dez segundos de desvantagem em relação ao seu rival que sofria com o desgaste acentuado de pneus. O arranque de Rosberg foi possível também graças aos erros cometidos por De Angelis na troca de marchas e pelo temor de uma pane seca.[10] O ataque final contra o italiano da Lotus aconteceu na entrada da reta de chegada a poucos metros do fim e não obstante o furor de Rosberg a vitória coube a Elio de Angelis por ínfimos cinquenta milésimos de segundo ou pouco menos de meio carro de diferença.[11] Para Keke Rosberg a vitória não veio por falta de mais alguns metros, mas o segundo lugar fez dele o novo vice-líder formal da competição com 33 pontos ante 39 do inativo Didier Pironi, o que dá ao finlandês a liderança efetiva na classificação geral. Em terceiro lugar chegou Jacques Laffite, da Ligier, enquanto Patrick Tambay (Ferrari), Niki Lauda (McLaren) e Mauro Baldi (Arrows) completaram a zona de pontuação.
No quesito efemérides foi a primeira vitória na carreira de Elio de Angelis, a primeira da Lotus desde Mario Andretti no Grande Prêmio dos Países Baixos de 1978, a vitória de número 150 do motor Ford Cosworth e a última presenciada por Colin Chapman, morto aos 54 anos vítima de infarto fulminante em 16 de dezembro de 1982.[12]
Resultados
[editar | editar código-fonte]Treinos classificatórios
[editar | editar código-fonte]Pos. | Nº | Piloto | Construtor | Volta | Diferença |
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1 | 1 | Nelson Piquet | Brabham-BMW | 1:27.612 | — |
2 | 2 | Riccardo Patrese | Brabham-BMW | 1:27.971 | + 0.359 |
3 | 15 | Alain Prost | Renault | 1:28.864 | + 1.252 |
4 | 27 | Patrick Tambay | Ferrari | 1:29.522 | + 1.910 |
5 | 16 | René Arnoux | Renault | 1:30.261 | + 2.649 |
6 | 6 | Keke Rosberg | Williams-Ford | 1:30.300 | + 2.688 |
7 | 11 | Elio de Angelis | Lotus-Ford | 1:31.626 | + 4.014 |
8 | 3 | Michele Alboreto | Tyrrell-Ford | 1:31.814 | + 4.202 |
9 | 5 | Derek Daly | Williams-Ford | 1:32.062 | + 4.450 |
10 | 8 | Niki Lauda | McLaren-Ford | 1:32.131 | + 4.519 |
11 | 22 | Andrea de Cesaris | Alfa Romeo | 1:32.308 | + 4.696 |
12 | 12 | Nigel Mansell | Lotus-Ford | 1:32.881 | + 5.269 |
13 | 23 | Bruno Giacomelli | Alfa Romeo | 1:32.950 | + 5.338 |
14 | 26 | Jacques Laffite | Ligier-Matra | 1:32.957 | + 5.345 |
15 | 35 | Derek Warwick | Toleman-Hart | 1:33.208 | + 5.596 |
16 | 14 | Roberto Guerrero | Ensign-Ford | 1:33.555 | + 5.943 |
17 | 36 | Teo Fabi | Toleman-Hart | 1:33.971 | + 6.359 |
18 | 7 | John Watson | McLaren-Ford | 1:34.164 | + 6.554 |
19 | 4 | Brian Henton | Tyrrell-Ford | 1:34.184 | + 6.572 |
20 | 20 | Chico Serra | Fittipaldi-Ford | 1:34.187 | + 6.575 |
21 | 29 | Marc Surer | Arrows-Ford | 1:34.422 | + 6.810 |
22 | 25 | Eddie Cheever | Ligier-Matra | 1:34.620 | + 7.008 |
23 | 30 | Mauro Baldi | Arrows-Ford | 1:34.715 | + 7.103 |
24 | 17 | Rupert Keegan | March-Ford | 1:34.770 | + 7.158 |
25 | 9 | Manfred Winkelhock | ATS-Ford | 1:34.984 | + 7.372 |
26 | 33 | Tommy Byrne | Theodore-Ford | 1:34.985 | + 7.373 |
27 | 18 | Raul Boesel | March-Ford | 1:35.149 | + 7.537 |
28 | 31 | Jean-Pierre Jarier | Osella-Ford | 1:35.206 | + 7.594 |
29 | 10 | Eliseo Salazar | ATS-Ford | 1:35.271 | + 7.659 |
Fontes:[2] |
Corrida
[editar | editar código-fonte]Pos. | Nº | Piloto | Construtor | Voltas | Tempo/Diferença | Grid | Pontos |
---|---|---|---|---|---|---|---|
1 | 11 | Elio de Angelis | Lotus-Ford | 53 | 1:25:02.212 | 7 | 9 |
2 | 6 | Keke Rosberg | Williams-Ford | 53 | + 0.050 | 6 | 6 |
3 | 26 | Jacques Laffite | Ligier-Matra | 52 | + 1 volta | 14 | 4 |
4 | 27 | Patrick Tambay | Ferrari | 52 | + 1 volta | 4 | 3 |
5 | 8 | Niki Lauda | McLaren-Ford | 52 | + 1 volta | 10 | 2 |
6 | 30 | Mauro Baldi | Arrows-Ford | 52 | + 1 volta | 23 | 1 |
7 | 20 | Chico Serra | Fittipaldi-Ford | 51 | + 2 voltas | 20 | |
8 | 15 | Alain Prost | Renault | 48 | Injeção | 3 | |
9 | 7 | John Watson | McLaren-Ford | 44 | Motor | 18 | |
Ret | 4 | Brian Henton | Tyrrell-Ford | 32 | Motor | 19 | |
Ret | 1 | Nelson Piquet | Brabham-BMW | 31 | Pane elétrica | 1 | |
Ret | 33 | Tommy Byrne | Theodore-Ford | 28 | Spun Off | 26 | |
Ret | 29 | Marc Surer | Arrows-Ford | 28 | Motor | 21 | |
Ret | 2 | Riccardo Patrese | Brabham-BMW | 27 | Motor | 2 | |
Ret | 25 | Eddie Cheever | Ligier-Matra | 22 | Motor | 22 | |
Ret | 12 | Nigel Mansell | Lotus-Ford | 17 | Motor | 12 | |
Ret | 16 | René Arnoux | Renault | 16 | Injeção | 5 | |
Ret | 9 | Manfred Winkelhock | ATS-Ford | 15 | Spun Off | 25 | |
Ret | 35 | Derek Warwick | Toleman-Hart | 7 | Suspensão | 15 | |
Ret | 36 | Teo Fabi | Toleman-Hart | 7 | Transmissão | 17 | |
Ret | 14 | Roberto Guerrero | Ensign-Ford | 6 | Spun Off | 16 | |
Ret | 3 | Michele Alboreto | Tyrrell-Ford | 1 | Spun Off | 8 | |
Ret | 17 | Rupert Keegan | March-Ford | 1 | Direção | 24 | |
Ret | 5 | Derek Daly | Williams-Ford | 0 | Acidente | 9 | |
Ret | 22 | Andrea de Cesaris | Alfa Romeo | 0 | Acidente | 11 | |
Ret | 23 | Bruno Giacomelli | Alfa Romeo | 0 | Acidente | 13 | |
DNQ | 18 | Raul Boesel | March-Ford | ||||
DNQ | 31 | Jean-Pierre Jarier | Osella-Ford | ||||
DNQ | 10 | Eliseo Salazar | ATS-Ford | ||||
Fontes:[2][nota 1] |
Tabela do campeonato após a corrida
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- Nota: Somente as primeiras cinco posições estão listadas. Entre 1981 e 1990 cada piloto podia computar onze resultados válidos por temporada não havendo descartes no mundial de construtores.
Notas
- ↑ Voltas na liderança: Nelson Piquet 1 volta (1); Riccardo Patrese 26 voltas (2-27); Alain Prost 21 voltas (28-48); Elio de Angelis 5 voltas (49-53).
Referências
- ↑ a b c «1982 Austrian GP – championships (em inglês) no Chicane F1». Consultado em 29 de setembro de 2024
- ↑ a b c «1982 Austrian Grand Prix - race result». Consultado em 13 de fevereiro de 2019
- ↑ Fred Sabino (26 de março de 2018). «Elio de Angelis, o "Príncipe Negro" que deixou saudade na Fórmula 1». globoesporte.com. Globo Esporte. Consultado em 2 de outubro de 2019
- ↑ Piquet quebra recorde de velocidade da F-1 (online). Jornal do Brasil, Rio de Janeiro (RJ), 14/08/1982. Primeiro caderno, Esportes, p. 02. Página visitada em 2 de outubro de 2019.
- ↑ Piquet é o "pole" e acha que vence hoje na Áustria (online). Jornal do Brasil, Rio de Janeiro (RJ), 15/08/1982. Primeiro caderno, Esportes, p. 03. Página visitada em 2 de outubro de 2019.
- ↑ GP da Áustria, palco ideal para os turbo (online). Folha de S.Paulo, São Paulo (SP), 15/08/1982. Esportiva, Terceiro caderno, p. 29. Página visitada em 3 de outubro de 2019.
- ↑ F-1 começa as sondagens para a próxima temporada (online). Folha de S.Paulo, São Paulo (SP), 16/08/1982. Esportiva, p. 20. Página visitada em 3 de outubro de 2019.
- ↑ a b Fred Sabino (27 de junho de 2018). «Áustria foi palco do primeiro pit stop programado da fase moderna da F1». globoesporte.com. Globo Esporte. Consultado em 2 de outubro de 2019
- ↑ Piquet pára (sic) e Angelis vence seu 1º GP (online). Folha de S.Paulo, São Paulo (SP), 16/08/1982. Esportiva, p. 20. Página visitada em 2 de outubro de 2019.
- ↑ Piquet pára (sic) e De Angelis vence seu 1º GP (online). Jornal do Brasil, Rio de Janeiro (RJ), 16/08/1982. Primeiro caderno, Esportes, p. 04. Página visitada em 13 de fevereiro de 2019.
- ↑ Fred Sabino (28 de junho de 2019). «Circuitos clássicos #7: veloz e perigoso, Österreichring foi palco de emoções e acidentes». globoesporte.com. Globo Esporte. Consultado em 28 de junho de 2020
- ↑ Fred Sabino (19 de maio de 2018). «Os 90 anos de um dos maiores gênios da Fórmula 1, Colin Chapman». globoesporte.com. Globo Esporte. Consultado em 2 de outubro de 2019
Precedido por Grande Prêmio da Alemanha de 1982 | FIA Campeonato Mundial de Fórmula 1 Ano de 1982 | Sucedido por Grande Prêmio da Suíça de 1982 |
Precedido por Grande Prêmio da Áustria de 1981 | Grande Prêmio da Áustria 20ª edição | Sucedido por Grande Prêmio da Áustria de 1983 |