Gravação – Wikipédia, a enciclopédia livre
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Gravação é o processo de captura de dados ou a tradução de informações tanto analógicas como digitais para um dispositivo de armazenamento, que pode ser tanto físico como digital.
História
[editar | editar código-fonte]Gravações históricas de eventos têm sido feitas por milhares de anos, de uma forma ou de outra. Dentre as formas mais recentes estão as pinturas rupestres, as runas e os ideogramas. A tecnologia continuamente fornece novas maneiras para que o ser humano represente, grave e expresse seus pensamentos, sentimentos e experiências. Dentre as várias formas de gravações existentes, a gravação de sons e música, assim como a gravação de vídeos (imagem em movimento), foi uma das que muito evoluíram durante o século XX.
Gravação de som
[editar | editar código-fonte]É difícil situar precisamente a primeira gravação de som. Como fenômeno histórico ela é resultado da contribuição de diversas pessoas. Foi o físico Thomas Young quem primeiro conseguiu, com o vibroscópio, traduzir graficamente as vibrações sonoras em um cilindro.[1] Em 1857, Leon Scott inventou o fonoautógrafo que foi o primeiro aparelho feito pelo homem a gravar sons, utilizando-se para isso também de um cilindro.[1] O aparelho do inventor francês, entretanto, era incapaz de reproduzir os sons gravados nos cilindros. Apenas com a invenção do fonógrafo por Thomas Edison, entretanto, atingiu-se a capacidade de gravar e reproduzir sons.[1] A primeira gravação de som registrada é da canção folclórica francesa "Au Clair de la Lune", de 1860, e foi encontrada em 2008 em um arquivo em Paris.[2][3]
Posteriormente, a invenção do gramofone por Emil Berliner, em 1887, trouxe o disco (inicialmente discos de goma-laca, reproduzidos a 78 RPM; depois substituídos, em 1948, pelos discos de vinil) como meio de gravação que acabaria suplantando o cilindro e fixando-se como meio por excelência durante o século XX.[4] Durante esta fase inicial das gravações sonoras, as gravações eram todas acústicas e utilizavam métodos mecânicos de gravação (o som excitava membranas que acionavam mecanismos que produziam sulcos nos cilindros ou nos discos).[1] Essa primeira fase durou até novembro de 1925 (até o ano de 1927, no Brasil) quando as gravadoras Victor Talking Machine Company e Columbia Records lançaram no mercado fonográfico internacional as primeiras gravações realizadas com equipamentos elétricos[1][4] e os gramofones passaram a ser substituídos pelas vitrolas.[5]
Na fase elétrica de gravação sonora, os sons são codificados em sinais eletromagnéticos e depois amplificados no momento da gravação e da reprodução (com o surgimento de equipamentos de captação e amplificação como o microfone e os alto-falantes), permitindo a gravação de outras frequências sonoras, inaudíveis no sistema mecânico de gravação, que possibilitam novas maneiras de tocar e cantar em discos e o aumento da qualidade sonora.[1] Esta fase duraria até a utilização de discos feitos de vinil como suporte dos fonogramas em formato Long Play, com 15 a 20 minutos de gravação por lado do disco, contrastando com os 4 minutos do sistema 78 RPM, iniciada em 1948 no mercado internacional.[1] É a introdução do LP que possibilita que "os artistas fiquem mais importantes que os discos",[6] introduzindo o conceito de álbum de artista individual como forma de obra autoral.[1]
As gravações em discos de vinil representam a última fase das gravações analógicas, sendo substituídas a partir da década de 1980 pela gravação digital, utilizando-se inicialmente os CDs como mídia física[7][8][9] e, posteriormente, através de lançamentos puramente digitais, prescindindo de mídias físicas.
Gravação de Filme
[editar | editar código-fonte]Um gravador de filme é um dispositivo de saída gráfica para a transferência de imagens digitais para o filme fotográfico.
Todos os gravadores de filme tipicamente funcionam da mesma maneira. A imagem é alimentada a partir de um computador host como um fluxo de varredura através de uma interface digital. Um gravador de filme expõe o filme através de vários mecanismos; flying spot (primeiros gravadores); fotografando um monitor de vídeo de alta resolução; gravador de feixe de elétrons (Sony HDVS); scanner de ponto CRT (Celco); gravador de foco de feixe de luz a partir de uma tecnologia de válvula de luz (LVT light valve technology); um feixe de laser de varredura (Arrilaser); ou recentemente, conjunto full-frame de matrizes LCD.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b c d e f g h PICCINO, Evaldo. Um breve histórico dos suportes sonoros analógicos. Sonora. São Paulo:Universidade Estadual de Campinas / Instituto de Artes, vol. 1, n. 2, 2003.
- ↑ «Canção Francesa De 1860 é Considerada A Gravação Mais Antiga Do Mundo». hiphopdosul.com.br. Consultado em 11 de novembro de 2011
- ↑ «Phonautogram - Thomas Edison - Lawrence Berkeley National Laboratory - Édouard-Léon Scott de Martinville - New York Times». The New York Times. NYTC. Consultado em 11 de novembro de 2011
- ↑ a b VIEIRA, Caroline Moreira. "Ninguém Escapa do Feitiço": Música popular carioca, afro-religiosidades e o mundo da fonografia (1902-1927). Dissertação de mestrado em História Social. Rio de Janeiro: Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2010.
- ↑ GONÇALVES, Camila Koshiba. Música em 78 Rotações: "Discos a todos os preços" na São Paulo dos anos 30. São Paulo: USP-FFLCH, 2006.
- ↑ FLICHY, Patrice. As multinacionales del audiovisual. Barcelona: Ed. Gustavo Gilli, 1982.
- ↑ BBC News (17 de agosto de 2007). «How the CD Was Developed». Consultado em 17 de agosto de 2007
- ↑ BRAIN, Marshall. Como funcionam as gravações analógica e digital. Publicado em HowStuffWorks. Página visitada em 17 de fevereiro de 2013.
- ↑ BRAIN, Marshall. Como funcionam os CDs. Publicado em HowStuffWorks. Página visitada em 17 de fevereiro de 2013.