Gravidez na adolescência – Wikipédia, a enciclopédia livre

Gravidez na adolescência é maior nos países menor desiguais. Wilkinson e Pickett (2009).

A gravidez na adolescência consiste na gravidez de uma adolescente. Apesar de a Organização Mundial de Saúde considerar a adolescência como um período de dez a vinte anos na vida de um indivíduo, cada país especifica a idade em que os seus cidadãos passam a ser considerados adultos. Como fator fundamental para a ocorrência da gravidez, está a ocorrência da menarca, o primeiro período menstrual, que ocorre próximo aos 12, 15 anos, embora este valor varie de acordo com a etnia[1] e o peso. A média de idade da ocorrência da menarca tem diminuído com o passar dos anos.

Mundialmente, as taxas de gravidez na adolescência varia entre 143 para 1000 na África subsaariana, a 2,9 para 1000 na Coreia do Sul.[2][3] No Estado de São Paulo, desde o final dos anos 1990, houve uma redução na fecundidade adolescente. Dados da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados indicam uma redução de 20% na taxa de fecundidade das mulheres de 15 a 19 anos, no primeiro quinquênio dos anos 2000.

A gravidez na adolescência envolve muito mais do que problemas físicos, pois há também problemas emocionais, sociais, entre outros. Uma jovem de 14 anos, por exemplo, não está preparada mentalmente para cuidar de um bebê, muito menos de uma família. Entretanto, o seu organismo já está preparado para prosseguir com a gestação, já que, a partir do momento da menstruação, a maturidade sexual já está estabelecida. Outra polêmica é o de mães solteiras: por serem muito jovens, os rapazes e as moças não assumem um compromisso sério e, na maioria dos casos, quando surge a gravidez, um dos dois abandona a relação sem se importar com as consequências. Este é apenas um dos motivos que fazem crescer, consideravelmente a cada ano, o número de pais e mães jovens e solteiros.[4]

Alguns especialistas afirmam que, quando a escola promove explicações e ações de formação sobre educação sexual, há uma baixa probabilidade de gravidez precoce e um pequeno índice de doenças sexualmente transmissíveis. É importante que, quando diagnosticada a gravidez, a adolescente comece o pré-natal, receba apoio da família e do seu contexto social e tenha auxílio, acompanhamento psicológico e obstetra adequados à situação. Um artigo científico produzido na Espanha dedicou-se a analisar a maneira como a gravidez na adolescência é retratada em alguns filmes e como essas obras influenciam no estabelecimento de padrões de comportamento e interiorização de arquétipos socialmente construídos sobre o tema. [5]

Ver artigo principal: Pré-natal

O pré-natal à adolescente inclui atendimento médico, psicológico, social e odontológico com atividades em grupos de gestantes, acompanhantes, aleitamento materno cuidados com os bebês na puericultura – reforçou o autocuidado e desenvolveu criatividade na solução dos problemas enfrentados pelas jovens mães. O atendimento humanizado e de qualidade no pré-natal, no parto e no puerpério é fundamental para diminuir esses agravos. É importante, ainda, a inclusão de medidas de prevenção à síndrome da imunodeficiência adquirida e promoção da saúde, em vez da assistência estritamente biológica e curativa. Principalmente, é importante que a adolescente seja informada de seus direitos, como o de ter acompanhante de sua escolha durante toda a gestação e durante o trabalho de parto, no parto e no pós-parto (Estatuto da Criança e do Adolescente e Lei 11 108).

A unidade básica de saúde pode conduzir a assistência pré-natal da adolescente que não for caracterizada de alto risco, e realizar toda a rotina de consultas de pré-natal como também a solicitação de exames laboratoriais, imunizações e procedimentos técnicos.[6]

  • Maior possibilidade de parto prematuro (menos de 37 semanas);
  • Maior possibilidade de cesárea;
  • Maiores possibilidades de aborto espontâneo;
  • Maiores possibilidades de má-formações;
  • Maior possibilidade de baixo comprimento (menos de 45 centímetros e 2,5 kg);
  • Maiores problemas de desenvolvimento.
Taxa de adolescentes grávidas por cada mil mulheres com idade entre 15–19, entre 2000–2009[7]

Referências

  1. National Research Center for Women and Families. «Are Bisphenol A (BPA) Plastic Products Safe for Women and Children?». Consultado em 22 de julho de 2009 
  2. Treffers, P.E. (November 22, 2003). Teenage pregnancy, a worldwide problem. Nederlands tijdschrift voor geneeskunde, 147(47), 2320-5. Retrieved July 7, 2006.
  3. UNICEF. (2001). A League Table of Teenage Births in Rich Nations PDF (888 KiB). Retrieved July 7, 2006.
  4. Brandão, Mônica (2 de dezembro de 2011). «A mãe solteira e as questões legais». Abril. Bebe.com. Consultado em 5 de agosto de 2014. Arquivado do original em 12 de agosto de 2014 
  5. Marín-Murillo, Flora (2011). «Teenagers and Motherhood in the Cinema: «Juno», «Precious» and «The Greatest»». Comunicar (em espanhol). 18 (36): 115–122. ISSN 1134-3478. doi:10.3916/c36-2011-03-02 
  6. Atenção a Gestante e a Puérpera no SUS - SP. Manual Técnico do pré natal e puerpério - Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo – 2010 http://www.saude.sp.gov.br/resources/ses/perfil/gestor/destaques/atencao-a-gestante-e-a-puerpera-no-sus-sp/manual-tecnico-do-pre-natal-e-puerperio/manual_tecnicoii.pdf
  7. Live births by age of mother and sex of child, general and age-specific fertility rates: latest available year, 2000–2009 — United Nations Statistics Division – Demographic and Social Statistics