Grelina – Wikipédia, a enciclopédia livre

Mólecula de grelina em 3D

A Grelina, também conhecida como o "hormônio da fome"[nota 1], é um hormônio peptídeo produzida principalmente pelas células épsilon do estômago e do pâncreas quando o estômago está vazio e atuam no hipotálamo lateral e no núcleo arqueado gerando a sensação de fome.[1]

Foi descoberta por pesquisadores japoneses em 1999, mas foram os cientistas britânicos que associaram esse hormônio a sensação da fome e, por consequência, um estimulante de apetite.

Quando o estômago fica vazio, intensifica a secreção da grelina, o hormônio atua no cérebro dando a sensação de fome; quanto mais elevado for a produção, resultando em concentrações altas no sangue, maior será a sensação de fome. Quando nos alimentamos, a secreção da grelina diminui e a secreção de leptina aumenta gerando saciedade.[2]

Também é produzido em quantidades substancialmente menores pelo intestino, rim, hipófise, placenta e hipotálamo. A grelina também participa do equilíbrio energético, aumentando o armazenamento de gordura.[3]

Ela também tem um papel importante na via de recompensa dopaminérgica por reforço positivo, na memória e na adaptação a novos ambientes. É um dos responsáveis pela adicção a comidas gordurosas e açucaradas e a bebidas alcoólicas.[4][5]

Ao contrário do que se é de se esperar a quantidade de grelina em obesos é menor do que nas pessoas com o peso ideal. O que acontece é que os obesos tem uma maior sensibilidade a esse hormônio, e um mecanismo que reduz sua produção quando se ganha peso. Outros hormônios como a leptina e a adiponectina tem maior papel na obesidade.[6]

As pessoas magras secretam grandes quantidades de grelina enquanto dormem, já esse fenômeno não é verificado nos obesos. Dormir pouco e fazer dieta aumentam a secreção de grelina e o acúmulo de gordura.[7]

Outros hormônios que regulam o apetite e saciedade:

Notas

  1. Geralmente glucagon é nomeado com a mesma antonomásia, devido ao fato de que pode tanto influenciar no processo de alimentar quanto suportar ao mover glicose e triglicerídeos para o sangue, sendo assim, podendo ser usados como energia em jejuns

Referências

  1. http://www.news-medical.net/health/What-is-Ghrelin.aspx
  2. Inui A, Asakawa A, Bowers CY, et al. (2004). "Ghrelin, appetite, and gastric motility: the emerging role of the stomach as an endocrine organ". FASEB J. 18 (3): 439–56. doi:10.1096/fj.03-0641rev. PMID 15003990. http://www.fasebj.org/cgi/content/full/18/3/439.
  3. Date, Y., Kojima, M., Hosoda, H., Sawaguchi, A., Mondal, M. S., Suganuma, T., Matsukura, S., Kangawa, K. & Nakazato, M. (2000) Endocrinology 141, 4255–4261.
  4. Skibicka KP, Hansson C, Egecioglu E, Dickson SL (January 2012). "Role of ghrelin in food reward: impact of ghrelin on sucrose self-administration and mesolimbic dopamine and acetylcholine receptor gene expression". Addiction Biology. 17 (1): 95–107. doi:10.1111/j.1369-1600.2010.00294.x. PMC 3298643Freely accessible. PMID 21309956.
  5. "Hunger hormone tied to learning". http://www.the-scientist.com/news/display/23132/. Retrieved 2007-06-01. at The Scientist
  6. Cummings DE, Weigle DS, Frayo RS, et al. (May 2002). "Plasma ghrelin levels after diet-induced weight loss or gastric bypass surgery". N. Engl. J. Med. 346 (21): 1623–30. doi:10.1056/NEJMoa012908. PMID 12023994. http://content.nejm.org/cgi/content/abstract/346/21/1623.
  7. Yildiz BO, Suchard MA, Wong ML, McCann SM, Licinio J (July 2004). "Alterations in the dynamics of circulating ghrelin, adiponectin, and leptin in human obesity". Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America. 101 (28): 10434–9. Bibcode:2004PNAS..10110434Y. doi:10.1073/pnas.0403465101. PMC 478601Freely accessible. PMID 15231997.