Gruta dos Moinhos Velhos – Wikipédia, a enciclopédia livre
Gruta dos Moinhos Velhos | |
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Geologia | Calcária |
Coordenadas | |
Comprimento | 11 km |
Descoberta | 1947 |
A Gruta de Moinhos Velhos, integrando o conjunto de Grutas de Mira de Aire, localiza-se em Mira de Aire, no município de Porto de Mós, no distrito de Leiria, em Portugal.[1]
A Gruta de Moinhos Velhos está classificada como Imóvel de Interesse Público desde 1955.[1]
Localização
[editar | editar código-fonte]A gruta situa-se na freguesia portuguesa de Mira de Aire "em pleno Maciço Calcário Estremenho, nos flancos da Serra D'Aire, ocupando a parte norte do Polje Mira/Minde, sulcada pela estrada nacional n.º 243 que liga o entroncamento de Torres Novas ao de S. Jorge".[2] As coordenadas WGS84 do acesso são[2] N 39º32.423' W 8º42.260'.
Caracterização
[editar | editar código-fonte]A Gruta dos Moinhos Velhos faz parte de uma grande rede de galerias, com mais de 11 Km de extensão, e, conjuntamente com a Gruta da Pena e a Gruta da Contenda, é um dos mais importantes sistemas subterrâneos do Maciço Calcário Estremenho. Caracteriza-se pela existência de dois coletores paragenéticos fósseis, de diâmetro aproximadamente decamétrico, com afluentes desenhando uma rede dendrítica e um conjunto de galerias semiativas de traçado dendrítico a norte e angulado a sul. A zona fóssil tem um desnível de 100 metros e a espessura da zona intermédia varia entre 80 metros a montante e 60 metros a jusante, circulando a água por galerias singenéticas, do quadrante norte para o quadrante sul, em direção à exsurgência da Gruta da Pena.
Podem definir-se quatro fases na evolução do sistema. A primeira é representada por galerias freáticas superficiais, de pequeno diâmetro, a segunda pelo coletor paragenético da Galeria Gémea, a terceira pela Galeria Grande e seus afluentes e a última pelas galerias ativas e semiativas dos andares inferiores.
Nas galerias do sistema da gruta dos Moinhos Velhos vive um escaravelho cavernícola endémico, denominado Trechus lunai e as galerias aquáticas são habitadas por crustáceos estigóbios, dos quais o mais abundante é o Proasellus lusitanicus.
Historial
[editar | editar código-fonte]A gruta foi descoberta em 27 de julho de 1947, ano em que foram realizadas as primeiras tentativas de exploração da gruta. Em 1948 alguns dos primeiros exploradores resolveram formar a Sociedade Portuguesa de Espeleologia, a primeira associação portuguesa do género. A gruta foi classificada como imóvel turístico de interesse público em 20 de Outubro de 1955, tendo aberto as suas portas ao público a 11 de Agosto de 1974. As Grutas de Mira de Aire participaram no concurso 7 Maravilhas Naturais de Portugal, promovido pela New 7 Wonders Portugal, sendo eleitas, a 11 de setembro de 2010, como uma das 7 Maravilhas Naturais de Portugal.[3][4]
Em 2023, Sociedade Portuguesa de Espeleologia confirmou a ligação física entre a Gruta de Moinhos Velhos (Mira de Aire) e, a Gruta da Contenda em Alcanena.[5]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Crispim, J.A. 1987. Evolução da Hidrologia Subterrânea na Gruta de Moinhos Velhos (Mira de Aire), Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências de Lisboa - Sociedade Portuguesa de Espeleologia, ALGAR - Bol. Soc. Port. Espeleologia, 1:3-8.
- Reboleira, A.S.P.S. et al. 2011. The subterranean fauna of a subterranean hotspot - Portugal: an overview and its conservation. International Journal of Speleology 40(1): 23-7.
Referências
- ↑ a b Ficha na base de dados SIPA
- ↑ a b «Grutas de Mira de Aire: localização». Consultado em 12 de agosto de 2014
- ↑ Folheto das "Grutas de Mira de Aire".
- ↑ «Grutas de Mira de Aire». Município de Porto de Mós. Consultado em 13 de agosto de 2014
- ↑ «Trinta anos depois, confirmada a ligação subterrânea entre grutas de Mira de Aire e Alcanena»
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Gruta dos Moinhos Velhos». – Site oficial