Henrique, Duque de Vilhena – Wikipédia, a enciclopédia livre

Henrique de Aragão
Duque de Vilhena
Henrique, Duque de Vilhena
Nascimento 1400
  Sevilha, Espanha
Morte 15 de junho de 1445 (45 anos)
  Calatayud, Castela
Sepultado em Convento de São Pedro Mártir, Calatayud
Cônjuge Catarina de Castela
Beatriz Pimentel
Descendência Henrique de Aragão e Pimentel
Casa Trastâmara
Pai Fernando I de Aragão
Mãe Leonor Urraca de Castela

Henrique de Trastâmara (1400 - 15 de junho de 1445) foi infante de Aragão, conde de Alburquerque, duque de Vilhena e grão-mestre da Ordem de Santiago.

Era o terceiro filho homem do então infante Fernando de Castela, futuro rei de Aragão depois do Compromisso de Caspe, com o nome de Fernando I, e de Leonor Urraca de Castela, condessa de Alburquerque. Apesar disso, e graças às possessões de sua família seu principal campo de ação esteve em Castela, onde, segundo os planos de seu pai, devia ser a cabeça visível da família, uma vez que seu irmão mais velho, Afonso, herdaria o trono de Aragão, e o segundo irmão, João, acabaria como rei de Navarra com o nome de João II.

Segundo as disposições de seu pai, Henrique entrou muito jovem na corte castelhana, colaborando com seu primo, o rei João II de Castela, em cujo Conselho Real tinha um posto assegurado em testamento por seu tio, Henrique III. Nesse ínterim, em 1409, com a morte de Lourenço Soares de Figueiroa, mestre da Ordem de Santiago, seu pai conseguiu, apesar dos avisos da rainha-mãe Catarina de Lancastre, que os frades aceitassem o pequeno Henrique como sucessor, mesmo sendo ainda criança.

Em 1418, com a morte da rainha-mãe Catarina, ele e seu irmão João se tornaram regentes de Castela até o rei João II ser declarado de maior idade, em 7 de março de 1419.[1] Todavia, sua ambição e a convicção de que a debilidade de seu primo para o cargo era insuperável fizeram-no aspirar a tomar controle quase completo de Castela.

Em 7 de julho de 1420, contando com o apoio de nobres poderosos, como o bispo de Segóvia, João de Tordesilhas; o condestável de Castela, Rui Lopes Dávalos; e o senhor de Hita e Buitrago, Inácio Lopes de Mendonça, estando a corte em Tordesilhas, Henrique fez aparentar que deixava a vila com seu séquito armado. Contudo, ele se dirigiu rapidamente ao palácio real, onde aliados seus abriram-lhe as portas e entregaram-lhe a possessão. Prendeu os nobres que se lhe opuseram e não hesitou em invadir a câmara real para informá-lo da nova situação. A partir daquele momento, o poder efetivo do reino caiu nas mãos de Henrique e de seus irmãos, os infantes de Aragão, que tomaram a "custódia" efetiva sobre o rei.

Dias depois, em 12 de julho, na Torre de Alamin, em Guadalajara, Henrique casou com sua prima, a infanta Catarina de Castela, irmã do rei. Alguns dias depois, João foi obrigado a casar com sua prima Maria de Aragão e a dar a Henrique o título de duque de Villena. Tais casamentos aumentaram o poder de Henrique, tanto que o rei passou a temer por seu trono, indo buscar ajuda a um cortesão menor, Álvaro de Luna, com quem fugiu, numa noite de dezembro de 1420, de Talavera até o castelo de Montalbán, onde se fortaleceram.

Henrique e seus aliados fizeram cerco ao castelo, exigindo a entrega do rei, a quem consideravam sequestrado por Álvaro de Luna. Contudo, com o passar dos dias, com a perda de apoio, Henrique foi obrigado a levantar o cerco e a fugir. Em junho de 1422, acusado de traição, Henrique foi preso no Alcácer de Madri, onde passou dois anos, sendo então transferido para o castelo de Mora. Catarina fugira com o condestável Dávalos para Aragão.

Graças à pressão diplomática exercida por seu irmão, Afonso V de Aragão, Henrique foi libertado, marchando para o exílio. Mais tarde, quando Álvaro de Luna enfrentava uma crise na corte, em 1427, Henrique e sua esposa retornaram a Castela para reclamar a herança que correspondia a Catarina do seu falecido pai, Henrique III. Foi então que João II lhe doou Trujillo, Alcaraz e Andújar, e, em março de 1428, mais doze aldeias: Aranzueque, Armuña de Tajuña, Fuentelviejo, Retuerta, Pioz, El Pozo de Guadalajara, Yélamos de Arriba, Yélamos de Abajo, Balconete, Yunquera, Serracines e Daganzo; que a tal fim desgarrou o rei de sua vila de Guadalajara.

Em 1429, seus irmãos Afonso V de Aragão e João II de Navarra declararam guerra a Castela e seus exércitos unidos invadiram até Jadraque. Sem chegar a travar batalha, eles se retiraram em poucos dias, graças à intervenção de sua irmã, a rainha Maria. Em julho do ano seguinte, foram firmadas as Tréguas de Majano entre João II e Afonso V. Os termos favoráveis a Castela definiram que os infantes de Aragão não mais poderiam viver em Castela e que estes teriam seus títulos e possessões no reino confiscados.

Assim, Henrique teve que deixar Castela novamente e foi para Nápoles, onde residia Afonso V e ali se viu envolvido na jornada de Ponza, em agosto de 1435. Capturado em batalha, ficou preso com seus irmãos Afonso e João no castelo de São Vicente de Nápoles até janeiro de 1436, graças à influência de Francisco Sforza, o duque de Milão. Em 13 de janeiro, Afonso V lhe deu o título de conde de Ampúrias, para compensá-lo pela perda de seus territórios em Castela.

Depois de sua última volta a Castela devido à sublevação nobiliária de 1438, participou ativamente nas lutas políticas, chegando novamente ao combate armado com o rei. Dois anos depois, Castela foi novamente invadida pelos reis de Aragão e Navarra, e Henrique participou ativamente da Primeira Batalha de Olmedo, em 19 de maio de 1445. Ali, foi ferido na mão esquerda. Esta ferida se infectou e Henrique veio a falecer algumas semanas depois, em Calatayud, na província de Saragoça. Seu corpo foi sepultado primeiramente no Convento de São Pedro Mártir, em Calatayud, e posteriormente transferido para o mosteiro de Poblet, em Tarragona.[2]

Casamentos e descendência

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Henrique casou primeiramente com sua prima, a infanta Catarina de Castela, em 12 de julho de 1420. Ela morreu dezenove anos depois, em 19 de outubro de 1439, após sofrer um aborto.

Em 7 de abril de 1443, em Medina del Campo, casou pela segunda vez com Beatriz Pimentel, filha de Rodrigo Afonso Pimentel, conde de Benavente. Dessa união, nasceu um filho, que não chegou a conhecer:

Referências

Precedido por:
Leonor Urraca de Castela
Conde de Alburquerque
18 de maio de 1418 - julho de 1430
Sucedido por:
para a Coroa de Castela
Precedido por:
nova criação
Duque de Villena
1420 - julho de 1430
Precedido por
Catarina de Lancastre
Regente de Castela e Leão
em nome de João II
(com João de Aragão)

2 de junho de 1418 - 7 de março de 1419
Sucedido por
João II
(rei)
Precedido por
nova criação
Conde de Ampúrias
13 de janeiro de 1436 - 15 de junho de 1445
Sucedido por
Henrique de Aragão e Pimentel
Precedido por
Lourenço Soares de Figueiroa
Grão-mestre da Ordem de Santiago
9 de maio de 1409 - 15 de junho de 1445
Sucedido por
Álvaro de Luna