ISDB – Wikipédia, a enciclopédia livre
O Serviço Integrado de Transmissão Digital (do inglês Integrated Services Digital Broadcasting, abreviado ISDB) é o padrão japonês de televisão digital, apontado como o mais flexível por responder melhor a necessidades de mobilidade e portabilidade. É uma evolução do sistema DVB (Digital Video Broadcasting), usado pela maior parte do mundo, sendo desenvolvido desde a década de 1970 pelo laboratório de pesquisa da rede da TV NHK em parceria com a SONY.
No Brasil, o ISDB-T (transmissão terrestre de televisão aberta) foi eleito o melhor nos testes técnicos comparativos conduzidos por um grupo de trabalho formado pela "Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão" (SET), "Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão" (ABERT), "Universidade Presbiteriana Mackenzie", e ratificados pela fundação "Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações" (CPqD). Em 29 de junho de 2006 foi anunciado como padrão adotado pelo Brasil na transmissão de televisão digital, e em abril de 2009, o Peru anunciava que o adotara como padrão.
É um sistema altamente versátil. Além de enviar os sinais da televisão digital, pode ser empregado em outras atividades, como transmissão de dados, recepção parcial em PDA ou telefone celular; recepção por meio de computador ou servidor doméstico; acesso a sítios de programas de televisão; serviços de atualização do receptor por cópia de arquivos da Rede; sistema multimeios para fins educacionais. Assim, prevê serviço de transmissão para dispositivos fixos, móveis ou portáteis no mesmo sinal.[1]
História
[editar | editar código-fonte]Entrou em operação comercial na região de Tóquio em 2003. Possui um mercado de 100 milhões de televisores.
ISDB-T
[editar | editar código-fonte]Versão terrestre.
1seg
[editar | editar código-fonte]É parte do sinal ISDB-T destinado a dispositivos móveis, como telefones celulares. 1seg no Japão transmite a 15 quadros por segundo, enquanto é 30 no Brasil. Portanto, devemos prestar atenção aos recursos do dispositivo que estamos comprando.
ISDB-Tmm
[editar | editar código-fonte]Derivado do 1seg para dispositivos móveis mais modernos.
ISDB-Tsb
[editar | editar código-fonte]Derivado de 1seg destinado a transmitir apenas áudio.
ISDB-Tb
[editar | editar código-fonte]O Brasil fez melhorias (por exemplo, H.264) que foram traduzidas pelos padrões SBTVD, ISDB-Tb, ISDB-T International ou SATVD (Argentina). Esse padrão é oferecido pelo Japão e pelo Brasil em todo o mundo.
MPEG-H Audio, HLG e SL-HDR1 foram adicionados ao ISDB-Tb em 2019.
ISDB-C
[editar | editar código-fonte]Versão com fio.
ISDB-S
[editar | editar código-fonte]Versão de satélite.
ISDB-S3
[editar | editar código-fonte]Nova versão de satélite com capacidade 4K, 8K, HDR, HFR e áudio 22.2.[2]
Características
[editar | editar código-fonte]- Aplicações: EPG, t-GOV, t-COM, Internet
- Middleware: ARIB
- Compressão de audio: MPEG-2 AAC
- Compressão de video: MPEG-2 HDT, H.264, ou HEVC
- Transporte: MPEG-2
- Modulação: BST-COFDM
Evolução do sistema DVB-T
[editar | editar código-fonte]O sistema ISDB-T foi uma evolução do sistema DVB-T, ao qual se acrescentou:
- Um intercalador temporal para melhorar o desempenho na presença de interferências concentradas, tais como o ruído impulsivo;
- A banda de RF de 6 MHz (megahertz) foi subdividida em 13 segmentos independentes, com a possibilidade de serem enviadas 3 programações diferentes ao mesmo tempo, por exemplo: uma em QPSK, outra em 16QAM e a terceira em 64QAM;
- Modo 4K;
- Método de modulação "Differential Quaternary Phase Shift Keying" — DQPSK.
No Brasil
[editar | editar código-fonte]Este foi o padrão de TV digital escolhido para operar no território brasileiro, com algumas modificações como a substituição do MPEG2 pelo MPEG4, além da inclusão de novas tecnologias desenvolvidas no país. A versão brasileiro-japonesa[3] é o ISDB-TB e foi lançada em 2007.
MPEG-H Audio, HLG e SL-HDR1 foram adicionados ao ISDB-Tb em 2019.
Proteção contra cópias
[editar | editar código-fonte]Cada transmissão de TV (incluindo TV aberta) é cifrada com cópia única (copy-once), que permite aos usuários gravar somente uma cópia em um meio digital (D-VHS, DVD, HDD, etc). Por outro lado, a tecnologia de "cópia única" não proíbe todos os tipos de cópia. É possível copiar para meios analógicas (como um VHS padrão) e também, se gravadas num HDD, é permitido aos usuários "mover" o conteúdo para um D-VHS, mas não copiar. Em contrapartida, transmissões digitais 1seg, feitas para celulares, ocupando 1/13 do canal digital, são transmitidas "puras", sem proteção contra cópia.
Muitos usuários também estão preocupados com as recentes notícias de proteção aumentada, no futuro. Há modos no ISDB para impedir a saída do sinal para conectores analógicos (cabos vídeo componente, vídeo composto, S-Video etc.). Já há planos para impedir a saída analógica para proteção de copyright. Isso tornará inutilizáveis todos os conversores atuais e a maioria das TVs de LCD/Plasma que não têm entrada HDMI. Além disso, todos os VHSs e D-VHSs analógicos, que só gravam com entrada analógica, assim como todos os leitores de DVD, ficarão também inutilizáveis. Essas tecnologias de proteção contra cópia mais reforçadas só começarão após o fim das transmissões analógicas (quando não houver mais escolha para os telespectadores).
No ISDB-TB, versão brasileira do padrão ISDB, a proteção contra cópias é regulada pela norma ABNT NBR 15605-1, Televisão digital terrestre — Tópicos de segurança, ‘Parte 1: Controle de cópias’[carece de fontes].
Futuro
[editar | editar código-fonte]Uma nova versão terrestre deve ser proposta em 2020 e aprovada em 2021.
Isso seria capaz de suportar 4K, 8K, HDR, HFR e áudio imersivo.[4]
Foi sugerido o uso de compactação de vídeo VVC.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Apresentação de transmissão (PDF), BR: UFF, 2008.
- ↑ https://www.arib.or.jp/english/std_tr/broadcasting/std-b63.html
- ↑ Conozcan a tecnología argentina que televisará el Mundial de Brasil en 4k 3D (em espanhol), Red users.
- ↑ https://www.itu.int/en/ITU-R/terrestrial/broadcast/Americas/Documents/Presentations_Panama/ISDB-T.pdf
- (em inglês) Especificação técnica pela NHK
- (em inglês) DiBEG - Digital Broadcasting Experts Group