Instituto Estadual Carlos Gomes – Wikipédia, a enciclopédia livre

Instituto Estadual Carlos Gomes
IECG
Nomes anteriores
  • Conservatório de Música do Pará (1895–1897)
  • Instituto Carlos Gomes (1897–1955)
  • Conservatório Carlos Gomes (1955–1986)
Fundação 24 de fevereiro de 1895 (129 anos)
Tipo de instituição Pública Estadual
Mantenedora Fundação Carlos Gomes
Localização Belém, PA
Diretor(a) Claudio da Costa Trindade
Página oficial www.fcg.pa.gov.br

O Instituto Estadual Carlos Gomes (IECG), também conhecido como Conservatório Carlos Gomes (CCG), é um conservatório e escola de música pública do estado brasileiro do Pará fundado em 1895, situado no município paraense de Belém,[1][2] administrado pela Fundação Carlos Gomes e ligada a Universidade do Estado do Pará.

Sendo uma das mais antigas instituições públicas de ensino musical em atividade no Brasil e, a segunda instituição do gênero fundada no país,[1][2] antecedida pelo Imperial Conservatório de Música na cidade carioca do Rio de Janeiro.[1][2][3]

Primeira fase

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O compositor Carlos Gomes, primeiro diretor do conservatório.

Fundado em 24 de fevereiro de 1895, o conservatório foi uma das primeiras instituições do gênero criada no Brasil com o Imperial Conservatório de Música (1841), Instituto de Música da Bahia (1897) e, o Conservatório Dramático e Musical de São Paulo (1904).[1][3]

A instalação do Conservatório de Música do Pará ocorreu alguns meses antes do compositor Carlos Gomes se estabelecer na cidade.[3] Após sua última estada em Belém, em 1895, e o grande sucesso de suas óperas encenadas no Theatro da Paz, Carlos Gomes foi convidado pelo então governador Lauro Sodré a viver na cidade e assumir a direção do conservatório de música.[3] O compositor então foi à cidade italiana de Milão (região da Lombardia) para desfazer-se de seus pertences, retornando à Belém em abril 1896, assumindo a direção do conservatório até sua morte, em 16 de setembro do mesmo ano.[3][4]

Em 1897, o governador Lauro Sodré entrou em acordo com a Associação Paraense Propagadora das Bellas Artes e transformou o conservatório, até então criado e mantido por esta entidade, em um estabelecimento público, denominado Instituto Carlos Gomes (Lei 525/1897).[5][6]

Após Carlos Gomes, outros renomados maestros assumiram a direção do conservatório: Enrico Bernardi, José Cândido Gama Malcher, Octávio Meneleu Campos e Paulino Chaves. Nesta primeira fase, o conservatório estava localizado no edifício que atualmente é sede da Academia Paraense de Letras.[5]

No dia 13 de janeiro de 1908 o então governador Augusto Montenegro extinguiu o instituto (Decreto 1 544).[3] Demitindo: o diretor Paulino Chaves, professores e funcionários do conservatório, sob alegação de contenção de gastos, pois, para o funcionamento de uma escola de música aos moldes europeus, eram necessários altos investimentos.[6]

Mesmo burocraticamente extinto, o Instituto Carlos Gomes continuou existindo fora da administração pública. Os ex professores, estudantes e músicos permaneceram em Belém, formando uma resistência. Surgiram escolas de música dos professores Meneleu Campos, Paulino Chaves, entre outros com o objetivo de contribuir para a formação de artistas na cidade.[5]

Neste período destaca-se a criação da Escola Carlos Gomes, fundada em 1915 por Antonia Rocha de Castro, que adotou o mesmo regimento do extinto conservatório. Antônia Rocha era musicista formada no Instituto Carlos Gomes em sua fase inicial. Sua iniciativa, somada com outras escolas e outros professores, foi fundamental para que o ensino musical em Belém continuasse, bem como a existência, ainda que informal, do Instituto Carlos Gomes nos anos que se seguiram.[5]

Em 1929, o Instituto Carlos Gomes foi reativado no então governo de Eurico de Freitas Valle[5] com o apoio do senador Antônio de Almeida Faciola, que havia integrado o corpo docente do conservatório em sua primeira fase. Para tanto, os músicos Ettore Bosio, José Domingues Brandão e Cincinato Ferreira de Souza, acompanhados do professor João Pereira de Castro, se organizaram e conseguiram apoio da sociedade objetivando a reativação do conservatório. Em 10 de julho de 1929, em reunião no Theatro da Paz com o governador Eurico Valle, foi definida a recriação do conservatório.

Em 11 de julho, dia do nascimento de Carlos Gomes, a instituição foi reinaugurada conforme ata lavrada no dia anterior, estabelecendo-se provisoriamente nas dependências da Escola Noturna Cypriano Santos, situada na avenida Arcipreste e tendo como diretor Ettore Bosio. Antônia Rocha de Castro transferiu todos alunos da Escola Carlos Gomes para o novo Instituto.[5]

Posteriormente, em 1930, através da Lei 2852 o então governador Eurico de Freitas Valle, seguindo do Decreto Nº 38 do interventor Joaquim Magalhães Cardoso Barata, transforma o conservatório em estabelecimento de ensino público estadual. Ficando subordinado à Secretaria de Estado de Educação e Saúde Pública do Pará, passou a seguir integralmente os programas adotados no Instituto Nacional de Música (Rio de Janeiro).[6]

No ano de 1931 a instituição passa para uma nova sede, situada à avenida Nazaré, nº 527, próximo do Conjunto Arquitetônico de Nazaré.[5]

Ettore Bosio exerceu a função de diretor da instituição até seu falecimento, em 1936.[5] O cargo foi sucedido pelo professor de História e Estética da Música João Pereira de Castro, que passou a exercer a direção administrativa do Instituto até 1943. Ao seu lado, no cargo de diretora artística, ficou a professora Helena Souza.[3]

Em 1938 foi assinado um contrato entre o Instituto Carlos Gomes e o Conservatório Brasileiro de Música, fundado por Lorenzo Fernández. A partir de então, foi instituída a validade dos diplomas emitidos pelo ICG, equiparando-os aos diplomas emitidos pelo CBM.[5]

Em 1 de outubro de 1945 o Instituto Carlos Gomes foi instalado em sua sede definitiva na avenida Gentil Bittencourt, 977. O local era a antiga residência do médico Eládio Lima, advogado e naturalista.[5]

Em 1955, o então governador Alexandre Zacarias de Assumpção regulamentou a instituição como Conservatório Carlos Gomes (Decreto 1 041), ficando subordinado à Secretaria de Estado de Educação e Cultura (SEDUC),[6] seguindo os programas da Escola Nacional de Música da Universidade do Brasil.[5] A partir de então, os cursos de piano, violino e canto, passaram a emitir diplomas de grau superior.[5]

Atual sede do Instituto Estadual Carlos Gomes.

Em 1986, foi criada a Fundação Carlos Gomes (FCG) na gestão do então governador Jader Barbalho,[5] ficando o conservatório administrado e mantido financeiramente por esta instituição.[5] A partir de então, o conservatório passa a se chamar Instituto Estadual Carlos Gomes e a FCG desenvolve ações nos campos da educação musical formal e não-formal, performances musicais e projetos sociais por meio de convênios com instituições de caráter público e privado. É a instituição responsável pela política cultural musical do Pará.[5]

Com mais de 120 de tradição, atualmente o Instituto Estadual Carlos Gomes oferece cursos regulares de música em quatro modalidades: musicalização, fundamental, técnico profissionalizante e superior (bacharelado), além de cursos livres.[1][7][8]

Referências

  1. a b c d e «Instituto Estadual Carlos Gomes - Histórico». Fundação Carlos Gomes. Consultado em 14 de novembro de 2017 
  2. a b c «Fundação Carlos Gomes - Histórico». Fundação Carlos Gomes. Consultado em 15 de novembro de 2017 
  3. a b c d e f g «Carlos Gomes - Fundação / Instituto». Notas Musicais. Informativo da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas (OSMC) 
  4. «Carlos Gomes - Biografia». MiniWeb Educação. Consultado em 18 de novembro de 2017. Cópia arquivada em 3 de março de 2016 
  5. a b c d e f g h i j k l m n o «123 anos dedicados à música». Fundação Carlos Gomes. Consultado em 6 de março de 2019 
  6. a b c d Corrêa, Suelen Diniz (2017). Fonoteca Maestro Silvério Maia: Uma proposta de organização técnica (PDF) (Tese de Bacharel). Universidade Federal do Pará: Instituto de Ciências Sociais Aplicadas 
  7. «Instituto Carlos Gomes inscreve para cursos de instrumento musical no PA». G1 PA. 8 de fevereiro de 2017. Consultado em 15 de novembro de 2017 
  8. «Livro sobre memórias do Instituto Carlos Gomes é lançado em Belém». G1 PA. 22 de setembro de 2012. Consultado em 15 de novembro de 2017 

Ligações externas

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