Irene de Hesse e Reno – Wikipédia, a enciclopédia livre
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Irene | |
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Princesa de Hesse e Reno Princesa Henrique da Prússia | |
Nascimento | 11 de julho de 1866 |
Palácio Novo, Darmstadt, Hesse e Reno, Império Alemão | |
Morte | 11 de novembro de 1953 (87 anos) |
Hemmelmark, Alemanha Ocidental | |
Nome completo | Irene Luísa Maria Ana |
Marido | Henrique da Prússia |
Descendência | Valdemar da Prússia Segismundo da Prússia Henrique da Prússia |
Casa | Hesse-Darmstadt (nascimento) Hohenzollern (casamento) |
Pai | Luís IV, Grão-Duque de Hesse e Reno |
Mãe | Alice do Reino Unido |
Irene Luísa Maria Ana de Hesse e do Reno (11 de julho de 1866 – 11 de novembro de 1953) foi a terceira filha do grã-duque Luís IV e da sua esposa, a princesa Alice do Reino Unido, filha da rainha Vitória.
Era a esposa do príncipe Henrique da Prússia, um irmão do imperador Guilherme II da Alemanha e seu primo directo. Tal como a sua irmã Alexandra Feodorovna, Irene era uma portadora do gene da hemofilia e dois dos seus três filhos sofriam da doença acabando ambos por morrer em consequência da mesma.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Família e infância
[editar | editar código-fonte]O nome Irene deriva do Grego e significa “Paz”. A terceira filha do grão-duque Luís IV de Hesse e do Reno e da princesa Alice do Reino Unido recebeu-o por ter nascido no final da Guerra Austro-Prussiana. Alice, a sua mãe, considerava-a uma criança pouco atraente e, uma vez, chegou mesmo a dizer à sua irmã Vitória que achava que a sua filha “não era bonita”. Embora ela não possuísse a mesma beleza da sua irmã Isabel, Irene compensava-a com uma personalidade alegre e descontraída.
A princesa Alice educou os seus filhos de forma simples. Era uma governanta inglesa que estava responsável pelas crianças que comiam sempre refeições normais e usavam vestidos pouco faustosos. A todas as irmãs foi ensinado a realizar tarefas domésticas como cozinhar, fazer as camas, acender lareiras e limpar o pó. Alice também dava grande importância a trabalhos de caridade e levava as suas filhas com frequência a hospitais e orfanatos.
A família ficou devastada em 1873 quando o irmão mais novo de Irene, Frederico, morreu em consequência de um ataque de Hemofilia provocado por uma queda de uma janela. Nos meses que se seguiram à morte da criança, Alice costumava passar longas horas na sua campa a rezar e era frequente levar os seus filhos com ela. No outono de 1878, Irene, todos os seus irmãos (excepto Isabel) e o pai sofreram de difteria. A sua irmã mais nova, Maria, morreu da doença e a sua mãe acabou por sofrer o mesmo destino apenas algumas semanas mais tarde.
Após a morte de Alice, a rainha Vitória decidiu tentar substituir o vazio deixado por ela e, a partir de então, Irene e os seus irmãos passavam sempre longos períodos de férias na Inglaterra e era a própria rainha que enviava instruções à governanta sobre o tipo de educação que as crianças deveriam ter. A partir daí todas as decisões relacionados com os seus netos de Hesse deveriam ter a sua aprovação, até o tipo de tecido para os vestidos.
Casamento
[editar | editar código-fonte]No dia 24 de maio de 1888, Irene casou-se com o príncipe Alberto Guilherme Henrique da Prússia, o terceiro filho do imperador Frederico III e da sua esposa, a princesa Vitória do Reino Unido. Como as mães de ambos eram irmãs, Irene e Henrique eram primos directos. A união não agradou à rainha Vitória porque esta não tinha sido informada sobre a relação dos seus dois netos até ao dia do casamento.
A mãe de Henrique, a princesa Vitória, gostava muito de Irene, contudo ficou chocada quando a sua nora se recusou a usar xales ou lenços para disfarçar a sua gravidez quando esperava o seu primeiro filho, o hemofílico príncipe Valdemar, em 1889. A imperatriz Vitória era fascinada por política e mantinha-se sempre informada sobre os últimos acontecimentos e não compreendia por que razão o seu filho e nora nunca liam jornais.
Apesar de tudo o casal era feliz e conhecido pelos amigos e família como “os muito amáveis”. Juntos tiveram três filhos:
Nome | Nascimento | Morte | Notas | |
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Valdemar da Prússia | 20 de março 1889 | 2 de março 1945 | casou com a princesa Calixta de Lippe; morreu de hemofilia aos 56 anos; sem descendência | |
Segismundo da Prússia | 27 de novembro 1896 | 14 de novembro 1978 | casou com a princesa Carlota de Saxe-Altemburgo; com descendência. | |
Henrique da Prússia | 9 de janeiro 1900 | 26 de fevereiro 1904 | morreu aos 4 anos de hemofilia; sem descendência. | |
Relações familiares
[editar | editar código-fonte]Irene transmitiu o gene de hemofilia a dois dos seus filhos, Valdemar e Henrique. A saúde do seu filho mais velho preocupou-a desde os primeiros meses de vida. Mais tarde ficou devastada quando o seu filho mais novo morreu aos quatro anos depois de cair e bater com a cabeça em Fevereiro de 1904. Seis meses depois da sua morte, a irmã de Irene, Alexandra, também deu à luz um filho hemofílico, o czarevich Alexis Nikolaevich da Rússia. A sua prima, a rainha Vitória Eugénia da Espanha também teve dois filhos que sofriam da doença.
Irene, com uma educação vitoriana própria, chocava-se facilmente quando via aquilo que considerava imoralidades. Quando a sua irmã Isabel deixou a Igreja Luterana para se converter à Igreja Ortodoxa Russa após o seu casamento com o grão-duque Sergei Alexandrovich em 1891, Irene ficou muito transtornada, escrevendo uma carta ao pai onde contava que tinha “chorado muito” quando soube da decisão da irmã mais velha. Mais tarde a sua irmã mais nova, Alexandra, também se converteu à Igreja Ortodoxa Russa quando se casou com o czar Nicolau II.
Apesar dos seus desacordos com questões religiosas, Irene manteve-se próxima de todos os seus irmãos. Em 1907 ajudou a fomentar aquele que se tornaria no desastroso casamento entre a filha adoptada de Isabel, a grã-duquesa Maria Pavlovna da Rússia, com o príncipe Guilherme, Duque de Sodermanland. A mãe de Guilherme,a rainha [Vitória da Suécia, era uma velha amiga de Irene e Isabel e Maria Pavlovna escreveu mais tarde que Irene a pressionou para aceitar o casamento quando ela lhe apresentou as suas dúvidas quanto à relação. Segundo as suas memórias, Irene terá dito que o cancelamento do noivado “mataria” Isabel. Em 1912, Irene foi uma grande fonte de apoio para Alexandra quando o seu sobrinho Alexis quase morreu devido a complicações com a hemofilia quando a família estava de férias na Polónia.
Últimos anos
[editar | editar código-fonte]A relação de Irene com as suas irmãs foi destruída pelo rebentar da Primeira Guerra Mundial que as colocou em lados opostos no conflito. Quando a guerra acabou ela recebeu a notícia de que a sua irmã Alexandra e família bem como a sua irmã Isabel tinham sido assassinadas por bolcheviques.
Após a abdicação do seu primo e cunhado, o imperador Guilherme II, a Alemanha deixou de ser governada pela família real prussiana, mas Irene e a família permaneceram na sua propriedade no norte da Alemanha.
Quando Anna Anderson apareceu em Berlim em 1921, dizendo ser a sua sobrinha, a grã-duquesa Anastásia Nikolaevna Romanova, Irene visitou-a, mas disse imediatamente que ela não podia ser a sobrinha que vira pela última vez em 1913 e não ficou impressionada com a jovem mulher.
“ | Percebi imediatamente que ela não podia ser uma das minhas sobrinhas. Mesmo sem as ver há 9 anos, as características faciais fundamentais não se poderiam ter alterado aquele ponto, em particular a posição dos olhos, as orelhas, etc… À primeira vista uma pessoa podia, talvez, detectar alguma semelhança com a Grã-Duquesa Tatiana. | ” |
O marido de Irene disse que a simples menção do nome de Anderson incomodava Irene e ordenou que esse assunto não fosse discutido na sua presença. Henrique morreu em 1929. Alguns anos mais tarde o filho de Irene, Sigismundo, escreveu algumas perguntas que foram colocadas a Anna Anderson por um intermediário e declarou que ela tinha respondido a todas correctamente.
Mais tarde Irene adoptou a filha de Sigismundo, Barbara, nascida em 1920 após o seu filho abandonar a Alemanha para viver na Costa Rica durante os anos 30. Após a Segunda Guerra Mundial ele não quis regressar.
Em 1945, Irene foi profundamente afectada quando o seu filho mais velho, Valdemar, sofreu um ataque de hemofilia em 1945 e acabou por morrer devido à falta de sangue para fazer uma transfusão.
Irene morreu em 1953 deixando tudo o que possuía à sua neta Barbara.