Jaime Lucas Ortega y Alamino – Wikipédia, a enciclopédia livre

Jaime Lucas Ortega y Alamino
Cardeal da Santa Igreja Romana
Arcebispo-emérito de Havana
Jaime Lucas Ortega y Alamino
Atividade eclesiástica
Diocese Arquidiocese de Havana
Nomeação 21 de novembro de 1981
Predecessor Dom Francisco Ricardo Oves Fernández
Sucessor Dom Juan García Rodríguez
Mandato 1981 - 2016
Ordenação e nomeação
Ordenação presbiteral 2 de agosto de 1964
por Dom José Maximino Eusebio Domínguez y Rodríguez
Nomeação episcopal 4 de dezembro de 1978
Ordenação episcopal 14 de janeiro de 1979
por Dom Mario Tagliaferri
Nomeado arcebispo 21 de novembro de 1981
Cardinalato
Criação 26 de novembro de 1994
por Papa João Paulo II
Ordem Cardeal-presbítero
Título Santos Áquila e Priscila
Brasão
Dados pessoais
Nascimento Jagüey Grande
18 de outubro de 1936
Morte Havana
26 de julho de 2019 (82 anos)
Nacionalidade cubano
dados em catholic-hierarchy.org
Cardeais
Categoria:Hierarquia católica
Projeto Catolicismo
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Jaime Lucas Ortega y Alamino (Jagüey Grande, 18 de outubro de 1936 - Havana, 26 de julho de 2019) foi um cardeal cubano e arcebispo emérito de San Cristóbal de la Habana.[1][2][3]

O pai de Jaime Lucas Ortega y Alamino trabalhava na fábrica de açúcar próxima de Jagüey Grande e depois foi lojista. Aos cinco anos, sua família mudou-se para a cidade de Matanzas, onde estudou na prestigiada escola Arturo Echemendía e depois no Instituto Avançado de Estudos Secundários de Matanzas. Obteve seu diploma em artes e ciências em 1955 e depois de um ano na universidade, ingressou no seminário diocesano de San Alberto Magno em Matanzas, dirigido pelos Padres para as Missões Estrangeiras de Quebec. Após quatro anos de estudos, foi enviado por seu bispo para o seminário das Missões Estrangeiras, em Quebec, Canadá.[1]

Retornando a Cuba, recebeu a ordenação presbiteral no dia 2 de agosto de 1964, pelas mãos de Dom José Maximino Eusebio Domínguez y Rodríguez, na Catedral de São Carlos Borromeo em Matanzas.[1][4] Serviu como vigário coadjutor de Cárdenas até 1966, quando foi detido em um dos campos das Unidades Militares de Ajuda à Produção (UMAP). Em 1967, ao final da prisão, foi nomeado pároco de Jagüey Grande.[1][3]

No período em que os padres eram poucos e distantes entre si, Padre Jaime foi responsável por várias paróquias e igrejas. Em 1969 foi nomeado pároco da Catedral de Matanzas. Ao mesmo tempo, foi responsável pela paróquia de Pueblo Nuevo na cidade e outras duas igrejas fora dela, presidente da Comissão Diocesana de Catequese e manteve um apostolado ativo junto aos jovens da Diocese, fundando um movimento juvenil. Durante vários anos, também lecionou no seminário interdiocesano dos Santos Carlos e Ambrósio em Havana.[1]

Foi nomeado bispo da Diocese de Pinar del Río em 4 de dezembro de 1978. Foi ordenado no dia 14 de janeiro de 1979, pelas mãos de Dom Mario Tagliaferri, Pró-Núncio Apostólico em Cuba, na Catedral de São Carlos Borromeo em Matanzas, tendo como principais co-consagradores Dom Francisco Ricardo Oves Fernández, Arcebispo de San Cristóbal de la Habana, e Dom José Maximino Eusebio Domínguez y Rodríguez, Bispo de Matanzas. Sua posse se deu em 21 de janeiro.[4]

Foi nomeado arcebispo de San Cristóbal de la Habana em 21 de novembro de 1981, tomando posse em 27 de dezembro.[4] Em 1991 fundou a Caritas em Havana, fundando assim a Caritas Cuba e em 2011 o centro cultural Padre Félix Varela para a educação de leigos.[1]

Foi criado cardeal no consistório de 26 de novembro de 1994, presidido por João Paulo II, recebendo o título de Cardeal Presbítero dos Santos Áquila e Priscila. Foi o segundo cardeal na história de Cuba.[1][3]

Dom Jaime Ortega foi presidente da Conferência dos Bispos Católicos de Cuba quatro vezes (1988-1998, 2001-2007). De 1995 a 1999, foi segundo vice-presidente do Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (CELAM). Também foi consultor da Pontifícia Comissão para a América Latina.[1]

Participou em diversas mediações e esforços humanitários perante o governo cubano. Em 1998, o arcebispo negociou a histórica viagem de João Paulo II a Cuba. Participou das negociações com o presidente Raúl Castro e o Ministro de Assuntos Exteriores da Espanha Miguel Ángel Moratinos, em 2010, que resultaram no perdão de 52 prisioneiros da Primavera Negra e consequente exílio na Espanha. Em 2014, Ortega intermediou mensagens secretas entre Raúl Castro, Barack Obama e o Papa Francisco. Essa reaproximação possibilitou o restabelecimento formal das relações entre os dois países em julho de 2015.[2][3][5]

Dom Jaime apresentou sua renúncia em 2011, aos 75 anos, mas Bento XVI o confirmou no cargo; o Papa Francisco só aceitou sua renúncia em 26 de abril de 2016, um ano após visitar a ilha.[2][6][4]

Em 2011, Cardeal Ortega recebeu a Ordem de Isabel a Católica no grau de Grã-Cruz do Reino da Espanha.[6] Em 2015, recebeu do presidente François Hollande a Ordem Nacional da Legião de Honra no grau de Comendador.[7] Também recebeu graus Honoris Causa da Barry University e St. Thomas University (Flórida), Universidade de São Francisco (Califórnia), Providence College (Rhode Island) e Boston College (Massachusetts). Em 2001, recebeu um doutorado Honoris Causa da St. John’s University (Nova Iorque).[1]

Cardeal Jaime Ortega faleceu aos 82 anos, devido a um câncer no fígado.[2]

Referências

  1. a b c d e f g h i «ORTEGA Y ALAMINO Card. Jaime Lucas». press.vatican.va. Consultado em 30 de julho de 2024 
  2. a b c d «Jaime Ortega, cardeal cubano peça-chave na reaproximação com os EUA, morre aos 82 anos». G1. Consultado em 26 de julho de 2019 
  3. a b c d Vicent, Mauricio (26 de julho de 2019). «Muere el cardenal Jaime Ortega, pieza clave en el deshielo entre EE UU y Cuba». El País. Consultado em 30 de julho de 2024. Cópia arquivada em 26 de julho de 2019 
  4. a b c d «Jaime Lucas Cardinal Ortega y Alamino [Catholic-Hierarchy]». www.catholic-hierarchy.org. Consultado em 30 de julho de 2024 
  5. «Cardeal cubano espera "agilidade" na libertação de presos políticos». G1 Mundo. 7 de julho de 2010. Consultado em 30 de julho de 2024 
  6. a b «"O Santo Padre me confirmou como arcebispo de Havana", afirma cardeal Ortega». Instituto Humanitas Unisinos - IHU. 3 de novembro de 2011. Consultado em 30 de julho de 2024 
  7. «Cardinal Jaime Ortega y Alamino, Commandeur de la légion d'honneur». La France à Cuba (em francês). Consultado em 30 de julho de 2024 

Precedido por
Manuel Pedro (Antonio) Rodríguez Rozas
Brasão episcopal
Bispo de Pinar del Río

1978 - 1981
Sucedido por
José Siro González Bacallao
Precedido por
Francisco Ricardo Oves Fernández
Brasão arquiepiscopal
Arcebispo de San Cristóbal de la Habana

1981 - 2016
Sucedido por
Juan García Rodríguez
Precedido por
título criado
Brasão arquiepiscopal
Cardeal-presbítero de
Santos Áquila e Priscila

1994 - 2019
Sucedido por
Juan García Rodríguez