Jean-Antoine Chaptal – Wikipédia, a enciclopédia livre

Jean-Antoine Chaptal
Jean-Antoine Chaptal
Nascimento 3 de junho de 1756
Saint-Pierre-de-Nogaret
Reino da França
Morte 30 de julho de 1832 (76 anos)
Paris
Sepultamento cemitério do Père-Lachaise, Grave of Chaptal
Nacionalidade francês
Cidadania França
Filho(a)(s) Jean-Baptiste Marie Chaptal de Chanteloup
Alma mater Universidade de Montpellier
Ocupação químico, político
Distinções
  • Grã-cruz da Legião de Honra (1825)
  • cavaleiro da Ordem de São Miguel (1787)
  • Membro Estrangeiro da Royal Society (1825)
  • os 72 nomes na Torre Eiffel
Empregador(a) Universidade de Montpellier
Campo(s) química
Título conde

Jean-Antoine Chaptal, conde de Chanteloup (Saint-Pierre-de-Nogaret, Lozère, 3 de junho de 1756Paris, 30 de julho de 1832) foi um químico e estadista francês. Estudou química na Universidade de Montpellier, obtendo o doutorado em 1777, estabelecendo-se a seguir em Paris. Durante a Revolução Francesa, uma publicação sua, Dialogue entre un montagnard et un girondin, foi a causa de sua prisão mas, através da intervenção de seus amigos, foi solto logo em seguida.

Sua carreira multifacetada se desenrolou durante um dos períodos mais brilhantes da ciência francesa. Na química foi a vez de Antoine Lavoisier, Claude-Louis Berthollet, Louis Guyton de Morveau, Antoine-François Fourcroy e Joseph Gay-Lussac. Chaptal entrou nesta empresa de elite em Paris a partir da década de 1780, e estabeleceu suas credenciais como um cientista sério definitivamente com a publicação de seu primeiro grande tratado científico, os Ėléments de chimie (3 vols, Montpellier, 1790). Seu tratado trouxe o termo "nitrogênio" para a nova e revolucionária nomenclatura química desenvolvida por Lavoisier. Em 1795, na recém-criada École Polytechnique em Paris, Chaptal compartilhou o ensino de cursos de química pura e aplicada com Claude-Louis Berthollet, o decano da ciência. Em 1798, Chaptal foi eleito membro da prestigiosa Seção de Química do Institut de France. Ele se tornou presidente da seção em 1802 logo após Napoleão o nomear Ministro do Interior (6 de novembro de 1800). Chaptal foi uma figura chave no início da industrialização na França sob Napoleão e durante a Restauração Bourbon. Ele foi um dos fundadores e primeiro presidente em 1801 da importante Sociedade para o Incentivo da Indústria Nacional e um dos principais organizadores das exposições industriais realizadas em Paris em 1801 e nos anos seguintes. Ele compilou um estudo valioso, De l'industrie française (1819), examinando a condição e as necessidades da indústria francesa no início de 1800.[1][2][3][4]

Chaptal era especialmente forte na ciência aplicada. A partir do início da década de 1780, ele publicou um fluxo contínuo de ensaios práticos sobre coisas como ácidos e sais, alúmen, enxofre, cerâmica e queijo, beterraba, fertilizantes, branqueamento, desengorduramento, pintura e tingimento. Como industrial químico, foi um grande produtor de ácidos clorídrico, nítrico e sulfúrico, e muito procurado como consultor técnico para a fabricação de pólvora. Sua reputação como um mestre da ciência aplicada, dedicado a usar as descobertas da química em benefício da indústria e da agricultura, foi reforçada com a publicação de seu L'Art de faire, de gouverner et de perfectner les vins (1801) e La Chimie aplique aux arts (1806), trabalhos que se basearam na química teórica de Lavoisier para revolucionar a arte da vinificação na França. Seu novo procedimento de adição de açúcar para aumentar o teor alcoólico final dos vinhos passou a ser chamado de "chaptalização". Em 1802, Chaptal comprou o Château de Chanteloup e seus extensos terrenos em Touraine, perto de Amboise. Ele criou ovelhas merino e experimentou lá em seus últimos anos em uma fazenda modelo para o cultivo de beterraba sacarina. Ele escreveu seu clássico estudo sobre a aplicação de princípios científicos ao cultivo da terra, o Chimie appliquée à l'agriculture (1823), e compôs sua importante memória política, Mes souvenirs sur Napoléon(1893). Napoleão nomeou Chaptal Conde do Império (1808) e Conde de Chanteloup (1810).[1][2][3][4] Em 1819 foi nomeado por Luís XVIII para a Câmara dos Pares da Restauração.[5]

Chaptal e o vinho

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É creditado a Chaptal o método de adição de sacarose (açúcar) ao mosto do vinho, de modo a provê-lo de melhor capacidade fermentativa, resultando em vinho mais alcoólico. Tal método é utilizado em várias denominações de origem controladas, inclusive no champanhe.

Principais científicas

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Busto de Chaptal, de Philippe-Laurent Roland.

A seguir está uma lista parcial de livros e artigos em ordem cronológica:

  • Mémoires de chimie (Montpellier, 1781).
  • "Observations sur l'acide muriatique oxigéné," Mémoires de l'Académie Royales des Sciences (Paris, 1784).
  • "Sur les moyens de fabriquer de la bonne poterie à Montpellier," Annales de chimie, 2 (1789).
  • Éléments de chimie (3 vols, Montpellier, 1790).
  • "Instructions sur un nouveau procédé pour la raffinage du salpétre," Journal de physique, 45 (1794).
  • Traité du salpétre et des goudrons (1796).
  • Tableau des principaux sels terreux (1798).
  • "Observations chimiques sur la couleur jaune qu'on extrait des végétaux," Mémoires de l'Institut, 2 (1798).
  • "Sur les vins," Annual de chimie, 35 (1800).
  • "Essai sur le perfectionnement des arts chimiques en France," Journal de Physique, 50 (1800).
  • Essai sur le blanchiment (1801).
  • L'Art de faire, gouverner et de perfectionner le vin (Paris, 1801).
  • Traité théorique et pratique sur la culture de la vigne, avec l'art de faire le vin, les eaux-de-vie, esprit de vin, vinaigres simples et composés (2 vols, Paris, 1801).
  • "Vues générales sur l'action des terres sans la végétation," Mémoires de la Société d'Agriculture de la Seine, 4 (1802).
  • La Chimie appliquée aux arts (4 vols, Paris, 1806).
  • Art de la teinture du coton en rouge (Paris, 1807).
  • Art des principes chimiques du teinturier dégraisseur (Paris, 1808).
  • "Mémoire sur le sucre de betterave," Annales de chimie, 95 (1815).
  • Chimie appliquée à l'agriculture (2 vols, Paris, 1823).

Referências

  1. a b Chaptal, Jean-Antoine. Mes Souvenirs sur Napoléon (Paris, 1893). Mémoires personnels rédigés par lui-même de 1756 à 1804. Continués, d'après ses notes, par son arrière-petit-fils jusqu'en 1832.
  2. a b Crosland, M.P. (ed.), Science in France in the Revolutionary Era (1969)
  3. a b Flourens, Pierre. "Éloge historique de Jean-Antoine Chaptal," Mémoires de l'Académie des Sciences, vol 15 (1838).
  4. a b Horn, Jeff. & Margaret C. Jacob. "Jean-Antoine Chaptal and the Cultural Roots of French Industrialization," Technology and Culture,39, No.4 (Oct 1998).
  5. See Jean Pigeire, La vie et l'oeuvre de Chaptal (1756–1832) (Paris, 1932); Maurice Crosland, The Society of Arcueil: A View of French Science at the Time of Napoleon (London, 1967); Maurice Crosland, "Jean Antoine Chaptal," in Complete Dictionary of Scientific Biography, vol 3 (2008); Jeff Horn & Margaret Jacob, "Jean-Antoine Chaptal and the Cultural Roots of French Industrialization," Technology and Culture,Vol 39, No.4 (1998); Jeff Horn, The Path Not Taken: French Industrialization in the Age of Revolution, 1750–1830 (2006); Harold T. Parker, "Jean-Antoine Chaptal," in Owen Connelly (ed), Historical Dictionary of Napoleonic France, 1799–1815 (1985); Pierre Flourens, "Éloge historique de Jean-Antoine Chaptal," Mémoires de l'Académie des Sciences, vol 15 (1838).
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