Joaquim Ferreira Bogalho – Wikipédia, a enciclopédia livre

Joaquim Ferreira Bogalho
Joaquim Ferreira Bogalho
Presidente do Sport Lisboa e Benfica
Período 15 de março de 1952 - 30 de março de 1957
Antecessor(a) Mário Lampreia de Gusmão Madeira
Sucessor(a) Maurício Vieira de Brito
Dados pessoais
Nascimento 11 de dezembro de 1889
Chamiço, Benedita
Morte 1 de outubro de 1977 (87 anos)
Nacionalidade Portuguesa

Joaquim Ferreira Bogalho, (11 de dezembro de 18891 de outubro de 1977), foi o 20º Presidente do Sport Lisboa e Benfica, exercendo a presidência entre 15 de março de 1952 e 30 de março de 1957.[1]

Como obra mais marcante, destaca-se construção do Estádio da Luz. Foi também determinante para a profissionalização do clube, que cimentaria o crescimento do Benfica enquanto clube profissional, criando as condições para o clube combater a hegemonia do Sporting e dar um salto qualitativo na década de 60. É assim, um dos presidentes do clube mais importantes no historial benfiquista, tendo ficado conhecido como "o Homem do Estádio".[2]

Os sócios do clube atribuíram-lhe em 31 de julho de 1938 a Águia de Ouro, na sequência do galardão de "Sócio Honorário" do Sport Lisboa e Benfica.

Nascido em Chamiço, Freguesia da Benedita, Concelho de Alcobaça, era conhecido pela sua forte personalidade. Sempre que não concordava com as opções tomadas pelas direções das quais fazia parte demitia-se, acabando sempre por ser convidado pelas futuras equipas diretivas para voltar a integrar a estrutura do clube.

Começaria desde cedo a acompanhar a vida do Sport Lisboa e Benfica regularmente como adepto, tornando-se depois sócio, chegando mesmo a ser guarda-redes do Clube, na terceira categoria. Dos campos, passou para os gabinetes, estreando-se nestas funções como Vice-Secretário da Direção, em 1926. Além deste cargo, exerceu ainda funções como delegado da Direção, representante do Benfica na Divisão de Honra da AF Lisboa, Diretor-suplente do campo e Tesoureiro do Clube (onde se notabilizou devido à sua grande capacidade para reestruturar as contas do Benfica). Integrou várias comissões de futebol e fez parte da Comissão dos 25º e 28º Aniversários do clube, bem como da Comissão dos Estatutos e Regulamentos. Em agosto de 1940 preside o Conselho Fiscal.

De 1948 a 1951 pertence ao Conselho Consultivo e Jurisdicional do clube, fazendo parte do grupo que elaborou o plano para angariação de fundos do novo campo em 1949. Dois anos depois era relator do Conselho Fiscal. Presidiu em 1952 à Comissão para a Construção do Novo Parque de Jogos e um ano depois presidiu também à Comissão da Elaboração do Programa das Festas das Bodas de Oiro do SL e Benfica. Em 1955 pertenceu à Comissão de Angariação de Fundos para a Construção da Piscina.

De forma a fazer avançar um dos maiores projetos da história do clube, a construção de um estádio, candidata-se à Presidência do Clube. Assume assim a Presidência da Direção do Sport Lisboa e Benfica pela primeira vez em 15 de março de 1952, sendo sucessivamente reeleito em 31 de janeiro de 1953, em 30 de janeiro de 1955 e finalmente em 18 de fevereiro de 1956. Durante a sua presidência, começa por sanear as contas do clube de forma a conseguir dar asas ao seu sonho e tornar o Benfica num dos maiores clubes do Mundo, sendo responsável pela profissionalização do futebol do clube. A sua obra mais marcante foi iniciada em 14 de junho de 1953, dia em que dar-se-ia inicio à construção do Estádio da Luz. Para esta construção ser possível mobilizou os adeptos de forma a angariar fundos, permitindo que o estádio fosse inaugurado a 1 de dezembro de 1954.[3]

No seguimento da profissionalização do clube, investiu em jogadores e contratou o treinador brasileiro Otto Glória para que este revolucionasse o futebol do Sport Lisboa e Benfica. Daria apoio para que os jogadores se tornassem profissionais exclusivos ao serviço do clube, criou o Lar do Jogador e contratou jogadores como Costa Pereira, Coluna ou Santana.

Ferreira Bogalho e Otto Glória viriam a tornar-se na base que cimentaria o crescimento do Benfica enquanto clube profissional e que ajudaria a que fossem criadas as condições necessárias para o salto qualitativo dado nos década de 60|anos 60, onde o clube se sagrou bicampeão europeu.[4]

Durante o seu percurso no clube, aos 38 anos de idade ser-lhe-ia atribuida pelo clube o seu galardão máximo, a Águia de Ouro.

Referências

  1. Diário de Notícias. «Joaquim Ferreira Bogalho». Consultado em 7 de agosto de 2020 
  2. Sport Lisboa e Benfica. «33 nomes que marcam a nossa história». Consultado em 7 de agosto de 2020 
  3. RTP. «O Estádio da Luz.». Consultado em 7 de agosto de 2020 
  4. Bola na Rede. «Lendas do Universo Benfiquista: Joaquim Ferreira Bogalho». Consultado em 7 de agosto de 2020