José Leite Ribeiro – Wikipédia, a enciclopédia livre

José Leite Ribeiro
Nascimento 1723
Guimarães
Cidadania Brasil
Ocupação político

José Leite Ribeiro (Guimarães, 1 de julho de 1723 - São João del-Rei, 2 de outubro de 1801), foi um influente minerador e produtor rural luso-brasileiro, notado por ter sido o patriarca de uma família "com grande acesso às instâncias de poder e de prestígio inconteste na sociedade", e que ocupava lugar destacado dentre a nobreza do Império do Brasil.[1]

Tendo imigrado para o Brasil, foi galardoado Sargento-Mór e comendador e, juntamente com seus filhos, teve papel decisivo no desenvolvimento do Vale do Paraíba e da Zona da Mata mineira.[2] Seus filhos são creditados por terem introduzido a cafeicultura no Estado do Rio de Janeiro.[3]

Descrito como um "opulento minerador do Vale do Rio das Mortes", que em 1764 exercia o papel de Ministro da Ordem de São Francisco da Vila de São João del-Rei, que "reunia os poderosos da região",[4] teve como sócios, em seus empreendimentos de mineração, o Capitão Manoel Leite de Freitas e o Tenente Joaquim do Rego Barros. Seu inventário teria atingido um valor de 20 contos de réis,[5] o que provavelmente fez dele uma das grandes fortunas de seu tempo.

Além disso, foi membro da Junta da Real Fazenda e administrador do registro de Mar de Espanha,[6] e participou da fundação de diversas cidades do Vale do Paraíba e da Zona da Mata mineira. Mais tarde, teve papel importante da construção da Estrada da Polícia, que ligava as Minas Gerais ao Rio de Janeiro e permitiu melhorar a fiscalização e reduzir o intenso contrabando de ouro e pedras preciosas que afetava o orçamento da Coroa.

Filho de Francisco Leite Ribeiro (1697-1765) e de Isabel de Ferreira (1704-), casou-se com Escolástica Maria de Jesus de Moraes (n. 22 de dezembro de 1745 em São João del-Rei) em 9 de janeiro de 1764, na comarca de São João del-Rei, com quem teve numerosos filhos:

Foi também bisavô dos irmãos barão do Amparo, barão do Rio Negro e visconde de Barra Mansa,[3] e do coronel Carlos Leite Ribeiro (1858-1945),[12] prefeito da cidade do Rio de Janeiro

Referências

  1. a b c Brügger, Silvia Maria Jardim (2007). Minas patriarcal: família e sociedade, São João del Rei, séculos XVIII e XIX. São Paulo: Annablume. ISBN 8574197084 
  2. Genovez, Patrícia Falco (2009). «Nobreza e redes de poder na Zona da Mata mineira no Segundo Reinado». Fronteiras. 11 (19). ISSN 2175-0742. Consultado em 15 julho 2017 
  3. a b Estado do Rio de Janeiro; Instituto Estadual do Patrimônio Cultural. Identificação do Bem tombado: Caminhos do Café no Vale do Paraíba Fluminense. Acesso em jan. 2016.
  4. Cintra, Sebastião de Oliveira (1963). Efemérides de São João del Rei. São João del Rei: Artes Gráficas SA 
  5. Valle, José Ribeiro (1982). E eles também cresceram e se multiplicaram: os Ribeiro do Valle, da região de São João D'El Rei às nascentes dos rios Pardo e Sapucaí. São Paulo: J. R. do Valle. 630 páginas. Consultado em 15 julho 2017 
  6. a b CARRARA, Angelo Alves. A Real Fazenda de Minas Gerais: guia de pesquisa da Coleção Casa dos Contos de Ouro Preto. Juiz de Fora: Clio Edições Eletrônicas, 2010. Acesso em jan. 2016.
  7. «Inventário de Ana Maria de Jesus (1784)». Projeto Compartilhar. Consultado em 15 julho 2017 
  8. «Inventário do Capitão Antonio Leite Ribeiro e de Bernardina Constança de Barros (1855)». Projeto Compartilhar. Consultado em 15 agosto 2015 
  9. «Testamento do Comendador Francisco Leite Ribeiro (1843)». Projeto Compartilhar. Consultado em 16 agosto 2015 
  10. Carrara, Angelo Alves (1999). Estruturas agrárias e capitalismo: contribuição para o estudo da ocupação do solo e da transformação do trabalho na zona da Mata mineira (séculos XVIII e XIX). Mariana: [s.n.] ISBN 85-288-0031-8 
  11. Vasconcelos, Rodolfo Smith; Vasconcelos, Jaime Smith (1919). Archivo nobiliarchico brasileiro. Lausanne: [s.n.] 
  12. FGV. Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Carlos Leite Ribeiro. 2016.