José Lourenço da Costa Aguiar – Wikipédia, a enciclopédia livre

José Lourenço da Costa Aguiar
Bispo da Igreja Católica
Bispo do Amazonas
José Lourenço da Costa Aguiar
Atividade eclesiástica
Diocese Diocese do Amazonas
Nomeação 16 de janeiro de 1894
Predecessor criação diocese
Sucessor Dom Frederico Benício de Sousa Costa
Mandato 1894 - 1905
Ordenação e nomeação
Ordenação presbiteral 30 de novembro de 1870
Nomeação episcopal 16 de janeiro de 1894
Ordenação episcopal 18 de março de 1894
Petrópolis
por Dom Frei Girolamo Maria Gotti, O.C.D.
Brasão episcopal
Dados pessoais
Nascimento Sobral
9 de agosto de 1847
Morte Lisboa
5 de junho de 1905 (57 anos)
Nacionalidade brasileiro
Progenitores Mãe: Joana Virgínia de Paula
Pai: Boaventura da Costa Aguiar
dados em catholic-hierarchy.org
Bispos
Categoria:Hierarquia católica
Projeto Catolicismo

Dom José Lourenço da Costa Aguiar (Sobral, 9 de agosto de 1847Lisboa, 5 de junho de 1905) foi sacerdote católico brasileiro, o primeiro bispo da Diocese do Amazonas, de 1893 a 1905.

Dom José nasceu na então Vila Distinta e Real de Sobral, na província do Ceará, filho do negociante Boaventura da Costa Aguiar e de Joana Virgínia de Paula, a qual viveu seus últmos anos na companhia do filho no Amazonas. Passou a infância e a adolescência em sua terra natal, onde fez os estudos primários e secundários com o professor Vicente Ferreira de Arruda e o padre Antônio da Silva Fialho.

Aos dezessete anos, matriculou-se no Seminário de Fortaleza, recebendo as ordens de presbítero em 30 de novembro de 1870. Cantou sua primeira missa, em 8 de dezembro do mesmo ano, em Sobral. De volta a Fortaleza, no ano seguinte, começou a lecionar no Ateneu Cearense. Por provisão do bispo D. Luís Antônio dos Santos, em 9 de novembro de 1872, foi nomeado cura da Sé de Fortaleza, em substituição ao padre Miguel Francisco da Frota (tio de D. Jerônimo Tomé da Silva), permanecendo neste cargo até 4 de março de 1876.

A convite de D. Antônio de Macedo Costa, transferiu-se para Belém do Pará, onde o referido bispo diocesano o fez cônego do cabido da Catedral. Em 25 de outubro daquele ano, ausentando-se D. Macedo, foi feito governador do bispado. Já no ano seguinte, passou a ser vigário-geral da diocese para a região do Amazonas com sede em Manaus. Vale notar que a antiga diocese de Santa Maria do Grão-Pará abrangia toda a Amazônia, desde o rio Gurupi até as fronteiras com o Peru, com a Colômbia e com a Venezuela. Para tornar eficiente o governo da diocese, esta foi dividida em três vigararias-gerais: uma com sede em Belém, outra em Santarém e outra em Manaus, esta última confiada ao cônego José Lourenço.

Em Belém, foi provedor da Santa Casa de Misericórdia, do Asilo de Alienados e do Lazareto de Tucunduba. Como jornalista, foi redator e proprietário dos jornais Boa Nova, A Constituição e Diário do Grão-Pará. Em Fortaleza, fora redator da Tribuna Católica. Por vários biênios, foi deputado pelo primeiro distrito de Belém à Câmara dos Deputados.

Fazia parte do quadro deputados quando caiu o regime monárquico. Depois disso, partiu para Roma e ali se matriculou no Colégio dos Nobres para obtenção do doutorado em direito civil e canônico, com o que foi laureado pela Universidade de Santo Apolinário, recebendo também do papa Leão XIII o título de Camareiro Secreto de Sua Santidade.

De volta ao Brasil, em junho de 1893, foi eleito bispo do Amazonas. Sua sagração efetuou-se, em 11 de março do ano seguinte, na Igreja do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis, sendo sagrante o frei D. Girolamo Maria Gotti, o internúncio apostólico de então, assistido pelo bispo de Niterói, D. Francisco do Rego Maia, e o então bispo de Argos, D. Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti. José Lourenço tomou posse do bispado e inaugurou a diocese em 18 de junho de 1894.

Esteve presente no Concílio Plenário da América Latina, realizado em Roma, no período de 28 de maio a 9 de julho de 1899. A partir de 1901, passou a fazer parte do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Fazia parte também do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo.

Com o intuito de se aproximar mais de seus fiéis silvícolas, escreveu um compêndio das doutrinas cristãs em nheengatu.

Em 1905, partiu para a Europa para tratar sua diabetes. Encontrando-se em Lisboa, hospedado na casa da Condessa de Redinha, sofreu derrame cerebral e foi transportado para o Hospital de São José. Recebeu a extrema unção de D. José III, patriarca de Lisboa. Também assistiu aos seus últimos momentos o arcebispo de Mitilene. Seu corpo foi sepultado na Catedral de Manaus.[1]

Referências

Precedido por

1.º Bispo do Amazonas

18941905
Sucedido por
Frederico Benício de Sousa Costa