Cairuão – Wikipédia, a enciclopédia livre

Tunísia Cairuão

القيروان

Kairouan

 
  Município  
De cima para baixo e da esquerda para a direita: 1) monumento aos tapetes de Cairuão; 2) Grande Mesquita; 3) muralhas da almedina; 4) depósitos de água aglábidas; 5) zauia de Sidi Abidel Ghriani; 6) makrouds (pastel de massa e tâmaras); 7) tapetes de Cairuão; 8) soco (mercado) dos ourives; 9) rua da almedina
De cima para baixo e da esquerda para a direita: 1) monumento aos tapetes de Cairuão; 2) Grande Mesquita; 3) muralhas da almedina; 4) depósitos de água aglábidas; 5) zauia de Sidi Abidel Ghriani; 6) makrouds (pastel de massa e tâmaras); 7) tapetes de Cairuão; 8) soco (mercado) dos ourives; 9) rua da almedina
De cima para baixo e da esquerda para a direita: 1) monumento aos tapetes de Cairuão; 2) Grande Mesquita; 3) muralhas da almedina; 4) depósitos de água aglábidas; 5) zauia de Sidi Abidel Ghriani; 6) makrouds (pastel de massa e tâmaras); 7) tapetes de Cairuão; 8) soco (mercado) dos ourives; 9) rua da almedina
Localização
Cairuão está localizado em: Tunísia
Cairuão
Localização de Cairuão na Tunísia
Coordenadas 35° 40′ N, 10° 06′ L
País Tunísia
Província Cairuão
Prefeito Khemaies Keffi
Características geográficas
Área total [1] 29,35 km²
População total (2004) [2] 117 903 hab.
Densidade 4 017,1 hab./km²
Código postal 3100
Sítio www.commune-kairouan.gov.tn
Cairuão 

Critérios (i)(ii)(iii)(v)(vi)
Referência 499 en fr es
País  Tunísia
Histórico de inscrição
Inscrição 1988

Nome usado na lista do Património Mundial

Cairuão,[3][4][5] Alcorovim[6] ou Kairouan[7][8] (em árabe: القيروان; romaniz.: Al Qairawān; lit. campo da guarnição (militar); em francês: Kairouan) é uma cidade do centro-nordeste da Tunísia, capital da província homónima. O município tem 29,35 km² de área[1] e em 2004 tinha 117 903 habitantes (densidade: 4 017,1 hab./km²).[2]

Também é conhecida como "a cidade das 50 mesquitas", situa-se 165 km a sul de Tunes, 58 km a oeste de Sousse e da costa, 73 km a oeste de Monastir e 160 km a norte-noroeste de Sfax (distâncias por estrada).

O seu rico património arquitectónico inclui a Grande Mesquita, com belas portas talhadas em madeira e arabescos de estuque e as 400 colunas de mármore e pórfiro da sala de orações, com inscrições fenícias, romanas e árabes e a Mesquita das Três Portas, entre outras. A almedina, com as suas muralhas imponentes e portas monumentais, abriga belas mesquitas, um antigo poço e centenas de lojas onde as famosas carpetes de Cairuão, de lã pura, são tecidas e vendidas, para além do artesanato em cobre, latão e couro e dos trajes tradicionais, a jeba (jebba) e o burnus (burnous), com ou sem ricos ornamentos.

Apesar da transferência da capital política para Tunes no século XII, Cairuão continuou a desempenhar o papel de capital espiritual do Magrebe, com os seus treze séculos de cultura islâmica. A cidade foi inscrita pela UNESCO em 1988 na lista do Património da Humanidade.

Cairuão foi fundada cerca de 670, quando o general árabe Uqueba ibne Nafi escolheu o local, então no meio de uma floresta densa, infestada de animais selvagens e répteis,[carece de fontes?] para instalar um posto militar, com o objetivo de refrear as hordas berberes. No lugar, desenvolveu-se rapidamente uma cidade, com jardins luxuriantes e arvoredos de oliveiras. Uqueba ibne Nafi morreu em combate com os berberes, cerca de quinze anos após o estabelecimento do posto militar.

No século X, a cidade foi embelezada pelos aglábidas, que governaram a partir dali o norte de África muçulmana (Ifríquia), entre 800 e 909.

No século XI, também era a capital, famosa por sua prosperidade. Em meados daquele século, os fatímidas (xiitas ismaelitas) do Egito instigaram os beduínos egípcios a invadir aquela parte da África. Estes destruíram tão completamente a cidade em 1057 que Cairuão jamais recuperou a sua importância anterior. Com a chegada dos otomanos, Tunes tornou-se a capital da região, residência do dei e do bei. Os franceses tomaram Cairuão em 1881, quando então os não-muçulmanos tiveram acesso à cidade.

O desenho típico das carpetes (tapetes grandes) de Cairuão chama-se Alloucha e é feito com as cores naturais da , com uma bordadura de riscas paralelas em padrões geométricos e um losango central com um padrão floral. As carpetes são graduadas pela espessura do fio usado e pelo número de nós por metro quadrado, sendo o "normal" de 10 a 40 mil nós, "fino" de 65 a 90 mil e "extra-fino" de 160 a 500 mil. As carpetes de seda podem ter mais de 500 mil nós por metro quadrado.

Em Cairuão também se produz uma carpete tecida, sem nós, a margum, com os típicos desenhos geométricos da cultura berbere, mais leves e numa grande quantidade de cores.

Referências

  1. a b «Ville en Chiffres» (em francês). Município de Kairouan. www.commune-kairouan.gov.tn. Consultado em 19 de março de 2014 
  2. a b «Population, ménages et logements par unité administrative : Gouvernorat : Kairouan». www.ins.nat.tn (em francês). Instituto Nacional de Estatística da Tunísia. 2004. Consultado em 19 de março de 2014 
  3. Alves 2014, p. 349.
  4. Séguier 2011, p. 1460.
  5. Senko 2011, p. 18.
  6. Lopes 1968, p. 28.
  7. IGHMB 1943, p. 51.
  8. Fernandes 1998, p. 257.
  • Alves, Adalberto (2014). Dicionário de Arabismos da Língua Portuguesa. Lisboa: Leya. ISBN 9722721798 
  • Revista do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil 4-7 ed. Rio de Janeiro: Instituto de Geografia e História Militar do Brasil (IGHMB). 1943 
  • Lopes, David (1968). Nomes árabes de terras portuguesas. Lisboa: Sociedade de Língua Portuguesa 
  • Séguier, Jaime de (2011). «Cairuão». Dicionário Prático Ilustrado. Porto: Lello Editores. ISBN 978-972-48-1808-5 
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