Khanqah de Nadir Divambegui – Wikipédia, a enciclopédia livre
Khanqah de Nadir Divambegui Khanqah de Nadir Divan-begi • Khanaka Divanbegi • Nodir Devonbegi xonaqohi | |
---|---|
Fachada do Khanqah Nadir Divambegui em frente ao hauz que dá o nome ao conjunto monumental Lyab-i Hauz | |
Tipo | Khanqah |
Construção | 1619–1623 |
Religião | Islão sunita |
Património Mundial | |
Ano | 1993 [♦] |
Referência | 602 en fr es |
Geografia | |
País | Usbequistão |
Cidade | Bucara |
Conjunto monumental | Lyab-i Hauz |
Coordenadas | 39° 46′ 23″ N, 64° 25′ 11″ L |
Localização em mapa dinâmico | |
Notas:
|
O Khanqah de Nadir Divambegui ou Khanaka Divanbegi (em usbeque: Nodir Devonbegi xonaqohi) é um khanqah (albergue de dervixes e outros sufis) no centro histórico de Bucara, um sítio classificado como Património Mundial pela UNESCO no Usbequistão.[1] Juntamente com a Madraça Kukeldash e a Madraça Divambegui forma o conjunto monumental Lyab-i Hauz. Situa-se na extremidade ocidental desse conjunto e foi construído entre 1619 e 1623 pelo vizir Nadir Divambegui,[2] tio materno de Imã Culi Cã (Imam Quli Khan ou Imomqulixon) o monarca do Canato de Bucara entre 1611 e 1641.[3]
Descrição
[editar | editar código-fonte]O khanqah forma um kosh (par de edifícios no mesmo eixo em frente um do outro) com a madraça homónima, situada em frente, do outro lado do hauz (lago artificial) que dá o nome ao Lyab-i Hauz. Ambos os edifícios e o hauz foram construídos na mesma altura, quando foi criado o conjunto Lyab-i Hauz. O khanqah foi reconstruído várias vezes e foi totalmente restaurado por Syed Olimxon em 1914–1916, durante o reinado do último emir de Bucara, Maomé Alim Cã.[4] O terceiro monumento do Lyab-i Hauz, a Madraça Kukeldash, construída cerca de 50 anos antes dos outros elementos do conjunto monumental, situa-se no lado norte do hauz.[3]
O edifício tem uma planta retangular com uma área útil de 25 × 35 metros. O pishtaq (portal de estilo persa) da fachada oriental projeta-se acima do telhado do resto do edifício e a entrada ogival do ivã é coberta[4] com mosaicos de faiança coloridos com desenhos geométricos e padrões florais. Os bordos do portal são emolduradas em três lados por faixas com inscrições caligráficas em azulejo. Grande parte dos azulejos e mosaicos foram restaurados, embora possivelmente o seu aspeto atual se afaste dos originais, já que fotografias do início do século XX mostram que já então estavam muito degradados. à parte do portal, a decoração do exterior é austera.[3]
Durante algum tempo, chegou a haver ninhos de cegonhas no cimo do pishtaq, como acontecia em muitos dos edifícios mais altos de Bucara. Isso já não ocorre atualmente porque a maioria dessas aves foi vítima da elevada salinidade do solo devida à redução dos lençóis freáticos e aos efeitos do uso de pesticidas.[3]
O edifício era um local de alojamento e de encontro de dervixes e peregrinos sufis,[4] onde eram realizadas salás (orações diárias) e cerimónias sufis, que diferiam conforme as ordens sufis a que pertenciam. O salão central (zikr-khana), coberto por uma cúpula, funcionava como mesquita e tinha um grande mirabe na quibla, virado para Meca. O mirabe é apontado como o elemento mais belo do edifício, contendo uma série de muqarnas (abóbadas com estalactites) profusamente decoradas e pintadas com cores variadas. À parte do mirabe, o resto do zikr-khana é caiado de branco, embora originalmente possa ter tido alguma decoração.[3]
Em cada um dos lados do nicho em frente do mirabe há uma porta que dá acesso às hujras (celas usadas como dormitórios e locais de retiro), situadas nas esquinas do edifício. O zikr-khana era também usado como local de encontro da elite de Bucara com os mestres sufis que residiam no khanqah, onde os notáveis da cidade participavam nos rituais sufis e eram instruídos nas doutrinas sufis. Atualmente está ali instalado um museu de cerâmica.[3]
Notas e referências
[editar | editar código-fonte]- Parte do texto foi inicialmente baseado na tradução do artigo «Nodir-Devonbegi-Chanaqa» na Wikipédia em alemão (acessado nesta versão).
- ↑ Historic Centre of Bukhara. UNESCO World Heritage Centre - World Heritage List (whc.unesco.org). Em inglês ; em francês ; em espanhol. Páginas visitadas em 13 de novembro de 2020.
- ↑ «Khanaka Nodir Devon Begi» (em inglês). travelornament.com. Consultado em 12 de janeiro de 2021
- ↑ a b c d e f «Nadir Divan-begi Khanqah, Bukhara, Uzbekistan» (em inglês). Asian Historical Architecture. www.orientalarchitecture.com. Consultado em 12 de janeiro de 2021
- ↑ a b c Pander 1996, pp. 163–164.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Chuvin, Pierre; Degeorge, Gerard (2001), Samarkand, Bukhara, Khiva, ISBN 9782080111692 (em inglês), Flammarion
- Gangler, Anette; Gaube, Heinz; Petruccioli, Attilio (2004), Bukhara, the Eastern Dome of Islam: Urban Development, Urban Space, Architecture and Population, ISBN 9783932565274 (em inglês), Axel Menges
- Grabar, Oleg (1966), «The Earliest Islamic Commemorative Structures, Notes and Documents», Smithsonian Institution, Ars Orientalis, ISSN 0571-1371 (em inglês), 6: 7–46, JSTOR 4629220, OCLC 1514243
- Hattstein, Markus; Delius, Peter (2007), Islam: Art and Architecture, ISBN 9783833111785 (em inglês), Könemann
- Hillenbrand, Robert (1994), Islamic Architecture: Form, Function, and Meaning, ISBN 9780231101332 (em inglês), Nova Iorque: Columbia University Press
- Knobloch, Edgar (2001), Monuments of Central Asia, ISBN 9781860645907 (em inglês), Bloomsbury Academic
- MacLeod, Calum; Mayhew, Bradley (2017), Uzbekistan – The Golden Road to Samarkand, ISBN 978-962-217-837-3 (em inglês) 8.ª ed. , Hong Kong: Odyssey Books & Maps
- Pander, Klaus (1996), «Buchara, die Edle», Zentralasien, ISBN 9783770136803 (em alemão), Ostfildern: DuMont Reiseverlag
- Soustiel, Jean; Porter, Yves; Janos, Damien (2003), Hampton, Ellen, ed., Tombs of Paradise: The Shah-e Zende in Samarkand and Architectural Ceramics of Central Asia, ISBN 9782903824433 (em inglês), Monelle Hayot
O Khanqah de Nadir Divambegui está incluída no sítio "Centro histórico de Bucara", Património Mundial da UNESCO. |