Língua rifenha – Wikipédia, a enciclopédia livre
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Rifenho tarifit | ||
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Outros nomes: | tamazigue tarifite, berbere rifenho | |
Falado(a) em: | Marrocos (Rife, no nordeste) Argélia (costa noroeste) Espanha (Melilha) União Europeia (comunidades imigrantes) | |
Total de falantes: | entre 1,7[1] e 6,5 milhões[nt 1] | |
Família: | Línguas afro-asiáticas Línguas berberes Línguas berberes setentrionais Línguas zenetas Riff Rifenho | |
Escrita: | alfabetos tifinague, árabe e latino[1] | |
Regulado por: | IRCAM (Instituto Real da Cultura Amazighe) | |
Códigos de língua | ||
ISO 639-1: | -- | |
ISO 639-2: | rif | |
O rifenho[2] ou tarifit é a língua berbere falado pelos rifenhos, os berberes originários da região montanhosa do Rife, no norte de Marrocos. É a única língua de Marrocos pertencente ao sub-ramo das línguas berberes zenetas.[nt 1] As estimativas do número de falantes varia entre 1.7[1] e os 6,5 milhões.[nt 1]
Outros nomes aplicados à língua rifenha são berbere rifenho, tamazigue tarifite (em berbere: tamazight tarifit), rifi, rifia (em árabe), shilha setentrional (ou simplesmente shilha,[1] embora esta seja usualmente considerada uma língua separada, também chamada de tasusit).[carece de fontes]
Classificação e dialetos
[editar | editar código-fonte]O rifenho é o principal idioma das chamadas línguas rifenhas, um subgrupo das línguas zenetas, da qual também fazem parte o chaoui e o mzabi.[nt 1] Por sua vez, as línguas zenetas pertencem ao ramo das línguas berberes setentrionais. Alguns autores não classificam o rifenho diretamente nas línguas rifenhas, mas sim num sub-ramo destas, o rif, constituído pelo rifenho e pelo sanhaja de Srair.[3]
Em contrapartida, é frequente considerar o rifenho como um dialeto e não como uma língua independente. Essa é a posição de muitos linguistas, como Salem Chaker e Mohamed Chafik.[nt 1] Muitos militantes da cultura e nacionalismo berbere em Marrocos vão ao ponto de não reconhecerem as três grandes varinates das línguas berberes como línguas diferentes.[nt 2][carece de fontes]
À semelhança do que ocorre com outras línguas berberes, os falantes de rifenho referem-se com frequência à sua língua com o nome genérico de berbere ou tamazigue, aplicada a todas as línguas berberes.[nt 2][carece de fontes]
Os principais dialetos de Marrocos de que há registo são o Urrighel e o Beni Iznassen (Beni Snassen ou, na Argélia, Iznacen). Este último pode ser uma língua separada. Na Argélia usam o Iznacen e o Arzeu.[1]
Distribuição geográfica
[editar | editar código-fonte]O rifenho é falado principalmente no Rife marroquino, tanto nas montanhas, como nas na costa mediterrânica, e também por uma numerosa minoria no enclave espanhol de Melilha.[4][5] Há alguns falantes fora da região do Rife em Marrocos, como em Oujda, Tânger, Tetuão, Larache, Fez e Casablanca.[nt 3] Fora de Marrocos, o rifenho é falado na área costeira ocidental da Argélia e nas diversas e numerosas comunidades emigrantes, nomeadamente na França, Espanha, Países Baixos, Bélgica, Alemanha[6] onde vivem mais de dois milhões de rifenhos.[nt 1][carece de fontes]
Segundo o censo marroquino de 2004, existiam então no país 1,4 milhões de falantes de rifenho.[carece de fontes] Outras fontes referem estimativas relativas a 1991 de 1,5 milhões de falantes em Marrocos e 1,7 milhões em todo o mundo.[1] Outras estimativas apontam para 4,5 milhões em Marrocos e 2 milhões no estrangeiro.[nt 1][carece de fontes]
Escrita
[editar | editar código-fonte]Como outras línguas berberes, o rifenho tem sido escrito usando diversos sistemas ao longo do tempo. Recentemente (2003), o alfabeto tifinague tornou-se oficial em Marrocos, mas os alfabetos árabe e latino continuam a ser usados online e em várias publicações. O tifinague é uma recriação moderna da escrita usada historicamente pelos berberes de toda a chamada Tamazgha (conjunto das regiões tradicionalmente berberes).[carece de fontes]
Ao contrário da vizinha língua shilha (tasusit), há muito pouca literatura em rifenho anterior ao século XX.[nt 2][carece de fontes]
Estatuto oficial
[editar | editar código-fonte]Os berberistas há muito que reclamam o reconhecimento oficial das línguas (ou dialetos) berberes, que em Marrocos são a língua materna de quase metade da população, mas o rifenho não tinha qualquer estatuto oficial até 1994, quando foi anunciado pelo rei que estava iminente a entrada do berbere nas escolas. Em 2003 ainda não tinham sido postos em prática os planos de ensino obrigatório nas escolas primárias das três principais variantes berberes; rifenho, tamazigue do Atlas e tashelhit. O plano oficial prevê o estudo do berbere em todos os níveis de ensino e em todo o país, inclusivamente nas zonas não berbeberófonas, pretendendo-se com isso também avançar para a padronização da língua.[nt 2][carece de fontes]
Notas
- ↑ a b c d e f g Trechos baseados na tradução do artigo «Rifain» na Wikipédia em francês (acessado nesta versão).
- ↑ a b c d Trechos baseados na tradução do artigo «Idioma rifeño» na Wikipédia em castelhano (acessado nesta versão).
- ↑ Trechos baseados na tradução do artigo «Rifian language» na Wikipédia em inglês (acessado nesta versão).
Referências
- ↑ a b c d e f Lewis, M. Paul; Simons, Gary F.; Fennig, Charles D. (eds.). «Tarifit» (em inglês). Ethnologue: Languages of the World, 23.ª ed. Dallas. www.ethnologue.com. Consultado em 10 de julho de 2019
- ↑ Correia, Paulo (2023). «Berberes — geografia e línguas» (PDF). A folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias (73 — outono de 2023). pp. 10–19. ISSN 1830-7809
- ↑ Lewis, M. Paul (2009). «Language Family Trees - Riff». www.ethnologue.org (em inglês). Ethnologue: Languages of the World, Sixteenth edition. Dallas Tex.: SIL International. Consultado em 21 de janeiro de 2012
- ↑ Agência EFE (4 de novembro de 2009). «Lengua tamazight de Melilla». www.abc.es (em espanhol). Jornal ABC. Consultado em 21 de janeiro de 2012
- ↑ Mayoral del Amo, Juan Francisco. «El mosaico de Melilla» (PDF). www.stes.es (em inglês). SATE-STEs - Confederación Sindical de Trabajadoras y Trabajadores de la Enseñanza, Confederación Intersindical. Consultado em 21 de janeiro de 2012
- ↑ «Le rifain ou tarifit (Maroc)». www.centrederechercheberbere.fr (em inglês). Centre de Recherche Berbere de l'INALCO. Consultado em 21 de janeiro de 2012
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Biarnay, Samuel. 1911. Etude sur le dialecte des Bet't'ioua du Vieil-Arzeu. Alger: Carbonel.
- Biarnay, Samuel. 1917. Etude sur les dialectes berbères du Rif. Paris: Leroux.
- Cadi, Kaddour. 1987. Système verbal rifain. Forme et sens. Paris: Peeters.
- Colin, Georges Séraphin. 1929. "Le parler berbère des Gmara." Hespéris 9: 43-58.
- Kossmann, Maarten. 2000. Esquisse grammaticale du rifain oriental. Paris: Peeters.
- Lafkioui, Mena (2002), «Le rifain et son orthographe : Entre variation et uniformisation», in: Caubet, D.; Chaker, S.; Sibille, J., Codification des langues de France (PDF) (em francês), Paris: L’Harmattan, pp. 355-366, consultado em 10 de julho de 2019
- Lafkioui, Mena. 2007. Atlas linguistique des variétés berbères du Rif. Colónia: Rüdiger Köppe.
- Hamimi, Gaya. 1997. Grammaire et conjugaison amaziɣ, Paris: ed. Harmattan, Paris, ISBN 2-7384-5406-2
- Lamuela, Xavier. 2002. El Berber. Barcelona. ISBN 84-393-6956-5
- McClelland, Clive. 2000. The Interrelations of Syntax, Narrative Structure, and Prosody in a Berber Language (Studies in Linguistics and Semiotics, V. 8). Lewiston, NY: Edwin Mellen Press. (ISBN 0-7734-7740-3)
- Renisio, A. 1932. Etude sur les dialectes berbères des Beni Iznassen, du Rif et des Senhaja de Sraïr. Paris: Leroux.
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Kossmann, Maarten. «Tarifiyt Berber Vocabulary» (em inglês). World Loanword Database. wold.livingsources.org. Arquivado do original em 30 de outubro de 2010
- «Rifian (Tarifit / ⵜⴰⵔⵉⴼⵉⵜ / تاريفيت)» (em inglês). The online encyclopedia of writing systems & languages. www.omniglot.com