Lützerath – Wikipédia, a enciclopédia livre

Lützerath

Lützerath em 2019
Brasão Mapa
Brasão de Lützerath
Lützerath está localizado em: Alemanha
Lützerath
Mapa da Alemanha, posição de Lützerath acentuada
Administração
País  Alemanha
Estado Renânia do Norte-Vestfália
Região administrativa Colônia
Distrito Heinsberg
Estatística
Coordenadas geográficas 51° 3' 32" N 6° 3' 37" E
Área km²
Altitude 95 m
População 8 (06/30/2022)
Densidade populacional hab./km²
Outras Informações

Lützerath ( pronúncia em alemão: [ˈlʏt͜səʁaːt] ) era uma aldeia da comarca de Erkelenz no estado alemão da Renânia do Norte-Vestfália, entre Aachen e Düsseldorf propriedade da empresa RWE Power AG. Essa aldeia que tinha em 1970, 105 habitantes, foi destruída no dia 19 de janeiro de 2023, para dar lugar a uma mina de carvão, e tornou-se um símbolo da resistência do grupos de ação climática contra os grandes grupos económicos de energia fóssil. Em 2013, o Tribunal Constitucional Federal da Alemanha decidiu a favor da expansão da mina a céu aberto Garzweiler II que destruirá Lützerath e eventualmente a substituirá por um lago. Um agricultor contestou os planos que foram aprovados pelo tribunal administrativo superior de Münster. Ativistas climáticos ocuparam as quintas vazias da vila, e construiram casas nas árvores. Para salvar a aldeia, uma campanha chamada " Lützerath lebt " (Lützerath vive) começou.

Em outubro de 2022, o governo federal e o estado da Renânia do Norte-Vestfália anunciaram que a RWE eliminaria gradualmente a mineração de carvão na região até 2030, mas Lützerath ainda seria demolida. Os preparativos para o despejo começaram em janeiro de 2023.

A aldeia de Lützerath foi mencionada pela primeira vez como Lutzelenrode em 1168. A área tinha várias fazendas, algumas pertenceram ao mosteiro cisterciense de Duisburgo até 1802. Eckhardt Heukamp tornou-se o proprietário da última fazenda restante. [1]

Em 2013, o Tribunal Constitucional Federal da Alemanha decidiu a favor da expansão da mina de superfície Garzweiler no estado alemão da Renânia do Norte-Vestfália, entre Aachen e Düsseldorf.[2] [3] Acredita-se que haja 1,3 bilhão de toneladas de lignito na área de Garzweiler II. A empresa de energia RWE previa remover mais de 600 milhões de toneladas por meio de mineração a céu aberto, o que exigiria a destruição de várias aldeias. [2]

A decisão de ampliar a mineração de lignito foi controversa e resultou no deslocamento de centenas de pessoas entre 2006 e outubro de 2022 para a aldeia de Immerath a Nova (a antiga tendo sida já destruída). Em 2018, 900 aldeões foram deslocados e vários edifícios, incluindo uma igreja, foram destruídos. [3] Em Erkelenz, as turbinas eólicas foram demolidas. [4]

Em 2021, a aldeia de Lützerath tornou-se o ponto central dos protestos contra a mina Garzweiler. As pessoas foram deslocadas da aldeia a partir de 2005; Só o senhor Heukamp se recusou a deixar sua terra. O governo estadual e a RWE pretendiam demolir Lützerath até o final de 2022, mas Heukamp apresentou uma ação em tribunal. O tribunal de Aachen decidiu a favor da RWE, e Heukamp recoureu para o tribunal administrativo superior em Münster então que a RWE prometia aguardar a decisão do tribunal. [2]

Em março de 2022, o tribunal decidiu novamente a favor da RWE que poderia prosseguir com a mineração e tinha o direito de demolir a aldeia. O Sr. Heukamp deixou na altura sua fazenda. [1][5]

Greta Thunberg em Lützerath em 2023

A partir de 2020, ativistas climáticos começaram a se mudar para Lützerath, primeiro como inquilinos e depois ilegalmente. No final de 2022, havia cerca de 80 pessoas vivendo em fazendas ocupadas, barracas e casas na árvore. [1] Para salvar a aldeia, uma campanha chamada Lützerath lebt (Lützerath vive) começou. Um ativista climático ganhou 50000 euros em um programa de televisão e prometeu gastar o dinheiro comprando terras na vila.[6]

Em abril de 2022, 3500 pessoas se manifestaram contra a mina. [7]

Em outubro de 2022, o governo federal e o estado da Renânia do Norte-Vestfália anunciaram que a RWE eliminaria gradualmente a mineração de carvão na região até 2030. Lützerath ainda seria demolido, mas cinco outras aldeias seriam poupadas. [8] Os protestos aumentaram, com outro acampamento sendo montado em Keyenberg.

Antiga aldeia de Spenrath em 2007
Spenrath em 2009

O tribunal de Heinsberg emitiu uma ordem permitindo osdespejos de Lützerath a partir de 10 de janeiro de 2023 e proibiu as pessoas de irem para lá. [9]

No dia 9 janeiro de 2023, segundo as declarações da iniciativa “Lützerath is alive” havia 700 manifestantes no povoado ocupado; [10] a polícia falava em cerca de 300 pessoas. [11]

No dia 14, uma aliança de várias organizações ambientais e de conservação da natureza, bem como iniciativas locais (Fridays for Future, Extinction Rebellion, Ende Gelände...[12] [13], organizaram uma grande manifestação sob o lema Vamos para Lützerath! Contra o despejo – pela saída do carvão e justiça climática. Grupos de toda a Alemanha e de países vizinhos organizaram uma marcha de cerca de 15.000 pessoas (números da polícia) e 35.000 a 50.000 (números dos organizadores) em direção a Lützerath, onde ocorreu uma concentração, com um discurso de Greta Thunberg, que foi detida, pela polícia, pouco depois. No decorrer da tarde, vários manifestantes conseguiram chegar até a mina a céu aberto, então que outras centenas deles se dirigiram para a aldeia de Lützerath, que ainda estava ocupada e cercada, enquanto a polícia, tentava impedi-los com canhões de água.

Depois duma vigorosa ação de despejo pela policia, no dia 16 de janeiro, os dois últimos ativistas deixaram a aldeia.[14] Começou então a demolição dos edifícios e a derrubada de árvores no povoado. A RWE não perdeu tempo e no dia 19 de janeiro, a aldeia já não existia, estava tudo destruído.[15]

Commons
Commons
O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre Lützerath
Demolição da Igreja de Immerathem 2018
Minas de carvão de Garzweiler
  1. a b c Sieben, Peter (7 de janeiro de 2023). «Sterbendes Dorf: Das planen die letzten Bewohner von Lützerath». Merkur (em alemão). Consultado em 8 de janeiro de 2023. Arquivado do original em 7 de janeiro de 2023 
  2. a b c Goldmann, Ralph (1 de novembro de 2021). «Der letzte Einwohner von Lützerath trotzt der Kohle». ZDF (em alemão). Consultado em 8 de janeiro de 2023. Arquivado do original em 8 de janeiro de 2023 
  3. a b «Germans outraged as historic church makes way for coal mine». Straits Times (em inglês). 10 de janeiro de 2018. Consultado em 8 de janeiro de 2023. Arquivado do original em 8 de janeiro de 2023 
  4. «Windräder-Abriss bei Lützerath». ZDF (em alemão). 10 de novembro de 2022. Consultado em 8 de janeiro de 2023. Arquivado do original em 8 de janeiro de 2023 
  5. «Braunkohle-Tagebau: RWE gewinnt im Räumungsstreit um Lützerath». FAZ (em alemão). 28 de março de 2022. Consultado em 8 de janeiro de 2023. Arquivado do original em 8 de janeiro de 2023 
  6. «Klimaaktivist wird Wettkönig und will Lützerath retten». WDR (em alemão). 20 de novembro de 2022. Consultado em 8 de janeiro de 2023. Arquivado do original em 26 de novembro de 2022 
  7. «Thousands protest in German town threatened by mine expansion». The Guardian Nigeria. 23 de abril de 2022. Consultado em 9 de janeiro de 2023. Arquivado do original em 9 de janeiro de 2023 
  8. «Lützerath-Räumung voraussichtlich im Januar». ZDF (em alemão). 26 de novembro de 2022. Consultado em 8 de janeiro de 2023. Arquivado do original em 8 de janeiro de 2023 
  9. «Protests as German village to make way for coal mine». The Independent (em inglês). 2 de janeiro de 2023. Consultado em 9 de janeiro de 2023. Arquivado do original em 4 de janeiro de 2023 
  10. Die Zeit, ed. (8 de janeiro de 2023). «Klimaschutz: Aktivisten wollen Blockade in Lützerath wochenlang aufrechterhalten». Consultado em 9 de janeiro de 2023 
  11. Räumung ab Mittwoch möglich: Einsatz von vier Wochen; sueddeutsche.de, veröffentlicht und abgerufen am 9 de janeiro de 2023.
  12. Heinsberg Magazin, ed. (9 de janeiro de 2023). «Aktionsbündnis „Lützerath Unräumbar" kündigt massiven Widerstand gegen die Erweiterung des Braunkohletagebaus Garzweiler II an» 
  13. luetzerathlebt.info, ed. (9 de janeiro de 2023). «LÜTZERATH UNRÄUMBAR – Aktionsbündis – Lützerath Lebt» 
  14. Spiegel Panorama (ed.). «Räumung von Lützerath Verbliebene Aktivisten verlassen Tunnel». Consultado em 19 de janeiro de 2023 
  15. Rhein-Neckar-Zeitung, ed. (19 de janeiro de 2023). «Kohleproteste: Letztes Gebäude in Lützerath abgerissen» (em alemão). Consultado em 21 de janeiro de 2023 

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]