Largura equivalente – Wikipédia, a enciclopédia livre
A largura equivalente de uma raia espectral é uma medida da área da raia em um gráfico de intensidade contra comprimento de onda. Ela é encontrada formando-se um retângulo com altura igual à da emissão contínua, e encontrando-se a largura para a qual a área do retângulo seja igual à área na raia espectral. É uma medida da força das características espectrais, que é usada principalmente em astronomia.[1]
Definição
[editar | editar código-fonte]Formalmente, a largura equivalente é dada pela equação:
.[2]
Onde representa a intensidade contínua em ambos os lados da característica de absorção (ou emissão), enquanto representa a intensidade através de toda a faixa de comprimento de onda de interesse. Então representa a largura de uma raia hipotética que cai a uma intensidade zero e tem a mesma diferença de fluxo integrado em relação ao contínuo que a raia verdadeira.[2] Esta equação pode ser aplicada tanto à emissão quanto à absorção, mas quando aplicada à emissão, o valor de é negativo, portanto é utilizado o valor absoluto.
Aplicações
[editar | editar código-fonte]A largura equivalente é usada como uma medida quantitativa da força de características espectrais. É uma escolha conveniente, porque as formas das características espectrais podem variar dependendo da configuração do sistema que está produzindo as raias espectrais. Por exemplo, a raia pode experimentar alargamento Doppler devido a movimentos do gás que emite os fótons. Os fótons serão deslocados da linha de centro, com isso conferindo à altura da raia de emissão uma medida pobre da sua força total. A largura equivalente, por outro lado, mede a fração da energia removida do espectro pela raia, independentemente do alargamento intrínseco à raia ou de um detector com baixa resolução.[3] Logo, a largura equivalente pode em muitas condições indicar o número de átomos que estão absorvendo ou emitindo.[1]
Por exemplo, medições da largura equivalente da transição de Balmer alfa em estrelas T Tauri são usadas para classificar estrelas T Tauri individuais como clássicas ou de raia fraca[2] (referência à fraqueza das raias espectrais de uma estrela, comparadas a estrelas padrões de mesma classificação estelar). A largura equivalente também é utilizada no estudo da formação estelar em galáxias Lyman alfa, uma vez que a largura equivalente da raia de Lyman alfa está relacionada à taxa de formação de estrelas da galáxia.[4] A largura equivalente também é usada em muitas outras situações em que é necessária uma comparação quantitativa entre forças de raias.
Referências
- ↑ a b Carroll, Bradley; Ostlie, Dale (2007). An Introduction to Modern Astrophysics. [S.l.]: Pearson Addison-Wesley. ISBN 0-321-44284-9
- ↑ a b c Stahler, Steven; Palla, Francesco (2004). The Formation of Stars. [S.l.]: Wiley-VCH. ISBN 3-527-40559-3
- ↑ Spitzer, Lyman (1998). Physical Processes in the Interstellar Medium. [S.l.]: Wiley-VCH. ISBN 0-471-02232-2
- ↑ Dijkstra, Mark; Westra, Eduard (2010). «Star formation indicators and line equivalent width in Lya galaxies». Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. 401 (4): 2343–2348. Bibcode:2010MNRAS.401.2343D. arXiv:0911.1357. doi:10.1111/j.1365-2966.2009.15859.x