Lenda urbana – Wikipédia, a enciclopédia livre
Lendas urbanas, mitos urbanos ou lendas contemporâneas são pequenas histórias de caráter fabuloso ou sensacionalista muitas vezes com elementos de mistérios ou também com temas horripilantes, amplamente divulgadas de forma oral, por e-mails ou pela imprensa e que constituem um tipo de folclore moderno. São frequentemente narradas como sendo fatos acontecidos a um "amigo de um amigo" ou de conhecimento público.[1][2]
Muitas delas já são bastante antigas, tendo sofrido apenas pequenas alterações ao longo dos anos. Muitas foram mesmo traduzidas e incorporadas a outras culturas. É o caso, por exemplo, da história da loira do banheiro, lenda urbana brasileira que fala sobre o fantasma de uma garota jovem de pele muito branca e cabelos loiros que costuma ser avistada em banheiros, local onde teria se suicidado ou, em outras versões, sido assassinada.
Outras dessas histórias têm origem mais recente, como as que dão conta de homens seduzidos e drogados em espaços de diversão noturna que, ao acordarem no dia seguinte, descobrem que tiveram um de seus rins cirurgicamente extraído por uma quadrilha especializada na venda de órgãos humanos para transplante.[3]
Muitas das lendas urbanas são, em sua origem, baseadas em fatos reais (ou preocupações legítimas), mas geralmente acabam distorcidas ao longo do tempo. Com o advento da Internet, muitas lendas passaram a ecoar de maneira tão intensa que se tornaram praticamente universais.[1]
Origens
[editar | editar código-fonte]O termo "lenda urbana" aparece em impressos pelo menos desde 1968.[4] Jan Harold Brunvand, professor de inglês da Universidade de Utah, introduziu o termo ao público em geral através de uma série de livros publicados a partir de 1981. Brunvand usou sua coletânea de lendas, The Vanishing Hitchhiker: American Urban Legends & Their Meanings, para enfatizar dois pontos: primeiro, que lendas e folclores não acontecem exclusivamente nas chamadas sociedades primitivas ou tradicionais e, segundo, que pode-se aprender bastante sobre as culturas moderna e urbana ao estudar tais lendas.[5] Desde então Brunvard publicou uma série de livros similares, sendo creditado como o primeiro a usar o termo "vetor" (inspirado no conceito de vetores biológicos) para descrever o indivíduo que ajuda a propapagar uma lenda urbana.
Características
[editar | editar código-fonte]Suas principais características são:
- Uma forma narrativa (geralmente uma pequena história, porém bem estruturada);
- Procura sempre se autenticar por meio de testemunhas e provas supostamente existentes;
- As pessoas que as contam geralmente às ouviram de alguém e quando repassam a história costumam confirmá-la como se tivesse sido vivida por ela mesma.
Exemplos de lendas urbanas
[editar | editar código-fonte]Algumas das mais conhecidas Lendas Urbanas:
- Maria Sangrenta (também conhecida por "A Bruxa do Espelho" ou "A Loira do Banheiro"[7])
- A Mulher do Táxi[8]
- O Trem Fantasma[8]
- O Opala Negro[8]
- A Bruxa de Ferro[8]
- A Fada do Dente[8]
- O Ladrão de Órgãos (também conhecido por "O Roubo do Rim"[8])
- O Lobisomem[8]
- A Boneca Enfeitiçada[1]
- O Fantasma da Loja de Brinquedos[8]
- A Gangue do Palhaço[9]
- A Gangue dos Monitores[8]
- O Amigo Imaginário[8]
- A Loira da Internet[8]
- A Casa das Vozes[8]
- A Casa de Campo[8]
- A Mulher de Branco[8]
- O Gato Preto[8]
- O Mistério do Acampamento Escolar[8]
- O Castelo do Terror[8]
- O Carona do Além[8]
- A Misteriosa Casa de Campo[8]
- O DVD Proibido (também conhecido por "O DVD Maldito"[8])
- ETS - Os Visitantes do Espaço[8]
- O Acampamento Sinistro[8]
- A Caixa Misteriosa[8]
- A Menina do Corredor[8]
- O Querido Diário[8]
- O Carona da Morte[8]
- A Brincadeira do Compasso[8]
- A Brincadeira do Copo[8]
- Mortos Vivos[8]
- O Homem Gancho[8]
- A Menina das Flores[8]
- O Guardião do Cemitério
- A Coleção de Bonecas
- A Ferrovia Fantasma
- O Menino Romãozinho
- Vestida Para Vingança
- Edward Mordake
- A Casa do Bosque e a Flor[8]
- A Maldição de Frankenstein
- A Maldição do Casarão
- A Maldição da Múmia[8]
- O Passageiro do Banco de Trás
- A Flor do Cemitério[8]
- O Monstro da Floresta
- Os Quadros das Crianças que Choram
- A Casa da Tal Família
- A Loira do Cemitério
- O Ladrão Sedutor
- A Aposta Perigosa
- A Pianista do Além
- O Tabuleiro Ouija
- A Mãe que Pede Carona
- O Homem do Saco
- O Vampiro
- Desafio da Momo
- Polybius (jogo eletrônico)
Ver também
[editar | editar código-fonte]Notas e referências
- ↑ a b c "Livro desvenda a curiosidade despertada por lendas urbanas" Arquivado em 19 de novembro de 2011, no Wayback Machine. - Folha de S.Paulo
- ↑ "Livro seleciona lendas urbanas como a loira do banheiro e a gangue do palhaço" Arquivado em 19 de novembro de 2011, no Wayback Machine. - Folha de S.Paulo
- ↑ "You've Got To Be Kidneying" - snopes.com
- ↑ Oxford English Dictionary, 2d ed. 1989, verbete “urban legend”, citando R. M. Dorson em T. P. Coffin, Our Living Traditions, xiv. 166 (1968). Ver também William B. Edgerton, The Ghost in Search of Help for a Dying Man, Journal of the Folklore Institute, Vol. 5, No. 1. pp. 31, 38, 41 (1968).
- ↑ Brunvand, Jan Harold, (1981), The Vanishing Hitchhiker (ISBN 0-393-95169-3)
- ↑ "Is it Really Possible to See the Great Wall of China from Space with a Naked Eye?" Arquivado em 7 de outubro de 2009, no Wayback Machine. - Journal of Optometry
- ↑ «São histórias populares como a "A Loira do Banheira"». Portal R7. 4 de abril de 2018. Consultado em 14 de março de 2019. Cópia arquivada em 28 de março de 2019
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac ad ae af ag ah «Veja as lendas urbanas mais famosas para você pesquisar e perder o sono». Site definição. net. Consultado em 14 de março de 2019. Cópia arquivada em 12 de agosto de 2020
- ↑ «"A Gangue do Palhaço"». Portal R7. 4 de abril de 2018. Consultado em 14 de março de 2019. Cópia arquivada em 28 de março de 2019
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Lendas urbanas no Open Directory Project (em inglês)
- «- The Urban Legends Reference Page» (em inglês)