Lona – Wikipédia, a enciclopédia livre
Lona é um tecido de uso intensivo utilizado na confecção de velas, tendas, toldos, mochilas, bolsas e outros produtos em que a resistência seja necessária. É também utilizada como suporte (tela) de pintura.
Etimologia
[editar | editar código-fonte]A palavra lona provém do nome da cidade francesa de Olonne, situada na Vendeia, vale do Loire, onde o tecido era produzido. Lona, em inglês, é canvas, termo que deriva da palavra árabe para "cannabis" – o cânhamo era utilizado popularmente para produzir lona.[1]
Características físicas
[editar | editar código-fonte]A lona moderna é feita geralmente de algodão. Ela difere de outros tecidos pesados de algodão como a sarja, pela forma com que é tecida. A lona tem uma trama muito simples: o fio da contextura simplesmente passa sobre um fio da urdidura e sob o próximo (o fio da contextura para a sarja passa sobre um e sob dois e cada fio da contextura move o padrão um fio para cima; o resultado é um padrão diagonal que pode ser observado no tecido usado para "jeans"). A lona se apresenta em dois tipos básicos: comum e grossa. Os fios na lona grossa são tecidos mais juntos. Nos Estados Unidos, a lona é classificada de duas maneiras: por peso (onças por jarda quadrada) e por número. Os números funcionam em sentido contrário ao peso; desta forma, uma lona 10 é mais leve que uma lona 4.
Lona como material artístico
[editar | editar código-fonte]Artistas geralmente usam pedaços pequenos (ou por vezes bem grandes) de tela (lona) como base para seus trabalhos de arte. Essa tela é esticada numa armação de madeira denominada tensor e é coberta com gesso, antes de ser usada (embora alguns artistas modernos, como o pintor Francis Bacon e Helen Frankenthaler pintem sobre a tela nua). As telas antigas eram feitas de linho, um tecido rijo, acastanhado, de considerável resistência. No início do século XX, o algodão começou a ser usado. O algodão, que estica mais e possui uma trama mecânica lisa, é menos preferido do que o linho por artistas profissionais. Todavia, a considerável diferença de preço incentiva muitos iniciantes, e mesmo artistas de nível médio, a escolher o algodão em vez do linho.
Podem-se comprar pequenas telas preparadas que são coladas a um fundo de papelão e revestidas já na fábrica. Todavia, edssas telas só estão disponíveis em alguns tamanhos e não estão livres de acidez, de modo que sua vida útil é extremamente limitada. São geralmente utilizadas para esboços rápidos em estúdio. Telas pré-gessadas em tensores também estão disponíveis. Artistas profissionais geralmente preparam as suas telas da maneira tradicional.
Para remover os vincos do material, recomenda-se usar um ferro de passar morno (não quente) e umedecer a tela antes de realizar o procedimento.
Preparação da tela
[editar | editar código-fonte]Uma das mais evidentes diferenças entre as técnicas de pintura moderna e aquelas dos mestres flamengos e holandeses é quanto a preparação da tela. As técnicas "modernas" tiram vantagem tanto da textura da tela quanto da própria pintura. Um artista principiante frequentemente descobre ser quase impossível aproximar-se do realismo da arte clássica, apesar de sua habilidade em aplicar a tinta.
Na verdade, os mestres renascentistas empregavam medidas extremas para assegurar que nada do relevo da tela sobressaísse. Isto requeria um processo esmerado, de meses de duração, de cobrir a tela nua, geralmente com tinta branco de chumbo, polir a superfície e repetir o processo. O produto final tinha pouca semelhança com tecido, lembrando mais um acabamento brilhante de esmalte. Embora isto possa parecer drástico demais para um pintor moderno, é crucial se um realismo fotográfico for o objetivo.
Com uma tela apropriadamente preparada, o pintor descobrirá que cada camada subsequente de cor desliza sobre a outra de uma forma "amanteigada" e que com a apropriada consistência da aplicação (técnica do "gordo sobre magro"), uma pintura inteiramente desprovida de marcas de pinceladas pode ser rapidamente atingida.