Luís III da Baviera – Wikipédia, a enciclopédia livre
Luís III | |
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Rei da Baviera, Duque da Francônia Duque na Suábia e Conde Palatino do Reno | |
Rei da Baviera | |
Reinado | 5 de novembro de 1913 a 13 de novembro de 1918 |
Antecessor(a) | Oto |
Sucessor(a) | Monarquia abolida |
Duque da Baviera | |
Período | 13 de novembro de 1918 a 18 de setembro de 1921 |
Sucessor(a) | Ruperto |
Nascimento | 7 de janeiro de 1845 |
Munique, Baviera | |
Morte | 18 de outubro de 1921 (76 anos) |
Sárvár, Hungria | |
Sepultado em | Frauenkirche, Munique, Alemanha |
Nome completo | |
em alemão: Ludwig Leopold Joseph Maria Aloys Alfred, König von Bayern em português: Luís Leopoldo José Maria Aloísio Alfredo, Rei da Baviera | |
Esposa | Maria Teresa de Áustria-Este |
Descendência | Ruperto, Príncipe Herdeiro da Baviera Adelgunda da Baviera Maria Luísa Teresa da Baviera Carlos da Baviera Francisco da Baviera Matilde da Baviera Luís Leonardo da Baviera Hildegarda da Baviera Noburga da Baviera Gertrudes da Baviera Helmtrud da Baviera Dietlinda da Baviera Gundelinda da Baviera |
Casa | Wittelsbach |
Pai | Leopoldo, Príncipe Regente da Baviera |
Mãe | Augusta Fernanda da Áustria |
Religião | Catolicismo |
Luís III (Munique, 7 de janeiro de 1845 – Sárvár, 18 de outubro de 1921) foi o último Rei da Baviera de 1913 até sua abdicação em 1918 no final da Primeira Guerra Mundial.[1][2] Era o filho mais velho de Leopoldo, Príncipe Regente da Baviera,[3] e sua esposa Augusta Fernanda da Áustria, ascendendo ao trono depois de depor seu primo rei Oto.
Juventude
[editar | editar código-fonte]Luís nasceu em Munique, como o filho mais velho do príncipe Leopoldo da Baviera e de sua esposa, a arquiduquesa Augusta da Áustria (filha do grão-duque Leopoldo II de Toscana). Luís foi nomeado a partir de seu avô, o rei Luís I da Baviera.
Luís passou seus primeiros anos vivendo na residência de Munique e no palácio de Wittelsbacher. Quando ele tinha dez anos de idade, sua família mudou-se para o palácio Leuchtenberg.
Em 1861, aos dezesseis anos, Luís começou a sua carreira militar quando seu tio, Maximiliano II da Baviera, comissionou-o como tenente no Sexto Batalhão. No ano seguinte, ele entrou para a Universidade de Munique, onde estudou Direito e Economia. Ao completar dezoito anos, automaticamente passou a ser um membro do senado da legislatura bávara como um príncipe da casa real.
Em 1866, a Baviera aliou-se ao Império Austríaco na Guerra Austro-Prussiana. Luís era então o primeiro-tenente; foi ferido na batalha de Helmstedt, levando um tiro na coxa. Depois, recebeu a Ordem ao Mérito bávara.
Em 1868, Luís, que tinha grande interesse por agricultura, tornou-se presidente da Sociedade Agrícola Bávara. Também gostava de tecnologia, em particular a energia hidráulica.
Casamento
[editar | editar código-fonte]Em junho de 1867, Luís foi a Viena para comparecer ao funeral de sua prima, a arquiduquesa Matilde de Áustria-Teschen (filha da irmã de seu pai, a princesa Hildegarda). Enquanto esteve lá, Luís conheceu uma prima de Matilde, Maria Teresa Henriqueta de Áustria-Este, de dezoito anos.
No dia 20 de fevereiro de 1869, na Igreja Agostiniana de Viena, Luís desposou Maria Teresa. Ela era a única filha do arquiduque Fernando Carlos de Áustria-Este (1821-1849) e de sua esposa, a arquiduquesa Isabel Francisca da Áustria (1831-1903).
Até 1862, o tio de Luís, Oto tinha sido rei da Grécia. Embora ele tenha sido deposto, Luís da Baviera continuava na linha de sucessão ao trono grego. Se ele quisesse ascender ao trono grego, teria que renunciar à sua fé católica e se tornar ortodoxo. O tio de Maria Teresa, Francisco V de Módena, era um convicto católico e requereu, como parte do acordo de casamento, que Luís renunciasse aos seus direitos ao trono da Grécia, para garantir que os filhos dele fossem católicos.
Com seu casamento, Luís tornou-se um homem rico, pois Maria Teresa tinha herdado grandes propriedades de seu pai. Ela detinha propriedades em Sárvar, na Hungria, e na Morávia. O rendimento dessas terras permitiram que Luís adquirisse uma propriedade em Leutstetten, na Baviera. Com os anos, ele aumentou seus domínios em Leutstetten, que se tornou uma das maiores e mais lucrativas propriedades da Baviera.
Apesar de manterem residências em Munique e no Palácio de Leuchtenberg, Luís e Maria Teresa passaram a maior parte de suas vidas em Leutstetten. Tiveram um casamento extremamente feliz, que gerou nove filhos e quatro filhas.
Filhos
[editar | editar código-fonte]- Ruperto, Príncipe Herdeiro da Baviera (1869-1955)[2]
- Aldegunda Maria Augusta Teresa (1870-1958), casou-se com Guilherme de Hohenzollern (1864-1927).
- Maria Luísa Teresa (1872-1954), casou-se com Fernando Pio, Duque da Calábria (1869-1960).
- Carlos Maria Leopoldo (1874-1927).
- Francisco Maria Leopoldo (1875-1957), casou-se com Isabel de Croy (1890-1982).
- Matilde Maria Teresa Henriqueta Cristina Leopoldina (1877-1906), casou-se com Luís Gastão de Saxe-Coburgo-Gota (1870-1942).
- Wolfgang Maria Leopoldo (1879-1895).
- Notburga Carolina Maria Teresa (1883-1883).
- Wiltrud Maria Alice (1884-1975), casou-se com o futuro Mindaugas II da Lituânia (1864-1928).
- Helmtrud Maria Amália (1886-1977).
- Dietlinde Maria Teresa Josefa Aldegunda (1888-1889).
- Gundelinde Maria Josefa (1891-1983). Casou-se com o conde Preysing-Lichtenegg-Moos (1887-1924).
Regente da Baviera
[editar | editar código-fonte]Em 12 de dezembro de 1912, o pai de Luís, Leopoldo, faleceu. Leopoldo foi a favor da destituição de seu sobrinho, o rei Luís II da Baviera, e agiu como príncipe regente, de 1886 até a sua morte, por seu outro sobrinho, Oto, tido como incapaz, mentalmente, de reinar. Luís III logo sucedeu seu pai como príncipe regente.
Quase imediatamente, houve certos elementos na imprensa e outros grupos da sociedade que exigiram que Luís fosse feito rei da Baviera e não príncipe regente. A legislatura bávara, porém, não entrou em sessão até 29 de setembro de 1913. Em 4 de novembro daquele ano, a legislatura emendou a constituição da Baviera para incluir uma cláusula especificando que, se uma regência por razões de incapacidade tivesse durado dez anos ou mais, sem a expectativa de que o rei pudesse reinar, o regente poderia proclamar o fim da regência e a transferência da coroa, algo que seria ratificado pela legislatura. A emenda foi bem aceita pela maior parte da câmara baixa, onde havia 122 votos a favor e apenas 27 contra. No senado, houve apenas seis votos contra a reforma. No dia seguinte, em 5 de novembro de 1913, Luís anunciou à legislatura o fim de sua regência, depondo seu primo Oto. A legislatura reconheceu-o como o rei Luís III da Baviera.
Rei da Baviera
[editar | editar código-fonte]O pequeno reinado de Luís III foi conservador e influenciado pela encíclica católica Rerum Novarum. O primeiro-ministro Georg von Hertling, apontado por Leopoldo em 1912, continuou em seu cargo.[1]
Acusado de demonstrar pouca lealdade ao Reino da Prússia, Luís III tornou-se progressivamente impopular durante a Primeira Guerra Mundial. Subsequentemente, a Revolução Espartaquista explodiu na Baviera. Em 7 de novembro de 1918, Luís III e sua família partiram de Munique. Ele foi o primeiro dos monarcas no Império Alemão a ser deposto. Em 13 de novembro do mesmo ano, Luís III assinou um documento que liberou seus oficiais civis e militares de seus juramentos (ao rei). O novo governo republicano há pouco formado de Kurt Eisner interpretou isso como uma abdicação.
Exílio e morte
[editar | editar código-fonte]Em fevereiro de 1919, Eisner foi assassinado. Temendo que ele pudesse ser outra vítima, Luís III fugiu para a Áustria, depois se mudando para Liechtenstein e para a Suíça. Ele retornou à Baviera em abril de 1920, e viveu no castelo de Wildenwart. Lá permaneceu até setembro de 1921, quando viajou para Sárvár, na Hungria, onde faleceu em outubro daquele ano.
Em 5 de novembro de 1921, o corpo de Luís retornou a Munique, juntamente com o de sua esposa (falecida em fevereiro de 1919). Eles ganharam um funeral de Estado, sendo enterrados na cripta da catedral.
Referências
- ↑ a b Müller, Frank Lorenz (2017). Royal Heirs in Imperial Germany: The Future of Monarchy in Nineteenth-Century Bavaria, Saxony and Württemberg (em inglês). Berlim: Springer. p. 29
- ↑ a b Arnold, Gen Henry H. “Hap ” (2015). American Airpower Comes Of Age—General Henry H. “Hap” Arnold’s World War II Diaries Vol. II [Illustrated Edition] (em inglês). II. [S.l.]: Pickle Partners Publishing. p. 223
- ↑ Teutsch, Arthur (2011). Ministerial Responsibility in Bavaria (em inglês). Los Angeles: Exclamation! Publishers. p. viii
Precedido por Oto | Rei da Baviera 1913—1918 | Sucedido por Monarquia Abolida |