Luís Inácio (300 Picaretas) – Wikipédia, a enciclopédia livre
"Luís Inácio (300 Picaretas)" | |||||||
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Canção de Os Paralamas do Sucesso e Jairo Cliff do álbum Vamo Batê Lata | |||||||
Lançamento | 1995 | ||||||
Gravação | 1995 | ||||||
Gênero(s) | MPB Reggae Ska | ||||||
Duração | 3:20 | ||||||
Gravadora(s) | EMI Records | ||||||
Letra | Herbert Vianna | ||||||
Composição | Herbert Vianna | ||||||
Produção | Liminha | ||||||
Faixas de Vamo Batê Lata | |||||||
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"Luís Inácio (300 Picaretas)" é uma canção composta por Herbert Vianna e interpretada pelos Paralamas do Sucesso no EP Vamo Batê Lata, lançado originalmente em 1995. Conta com a participação especial de Jairo Cliff, da banda de reggae Lord Maracanã, nos vocais.
Composição
[editar | editar código-fonte]“ | Há no congresso uma minoria que se preocupa e trabalha pelo país, mas há uma maioria de uns trezentos picaretas que defendem apenas seus próprios interesses. | ” |
— Luiz Inácio Lula da Silva, em 1993[1][2] |
A canção cita o escândalo que ficou conhecido como "Anões do Orçamento", e os nomes de dois dos deputados envolvidos nele (João Alves de Almeida e Genebaldo Correia). Cita também Humberto Lucena, então senador pelo estado da Paraíba. Refere-se também a parlamentares que detêm concessões de "rádio FM e de televisão", o que é expressamente proibido pela Constituição de 1988.
A música é similar a um rap, com letra extensa mais falada. O baterista João Barone a descreveu como um "cordel em forma baião, com roupagem funk".
Censura
[editar | editar código-fonte]Assim que o EP Vamo Batê Lata foi lançado, a canção despertou a ira do então procurador da Câmara dos Deputados, Bonifácio José Tamm de Andrada (PTB-MG). Andrada conseguiu proibir a execução de "Luís Inácio" em um show dos Paralamas em Brasília (mesmo sem a canção constar no repertório). No show em questão, Vianna tocou "Proteção", do grupo Plebe Rude, como forma de retaliação à ação de Andrada.
Começou-se, então, uma longa discussão na qual os parlamentares queriam proibir a execução pública da canção (o que foi tido por toda a imprensa como sendo um ato inconstitucional que remetia aos tempos da censura imposta pela ditadura militar). Por fim, "Luís Inácio" teve sua execução vetada apenas nas rádios e em lojas de discos.
Legado
[editar | editar código-fonte]No último show que fizeram em 2002, os Paralamas tocaram "Luís Inácio" em homenagem à eleição que definiu Lula como presidente. Em abril de 2003, os três membros do grupo receberam o título de cidadãos honorários de Brasília e foram recebidos pessoalmente pelo presidente Lula. Com a Câmara dos Deputados cheia, Herbert cantou, ao som de seu violão, um trecho da canção.
Em 2005, "Luís Inácio (300 Picaretas)" foi a segunda música mais lembrada pelos leitores do jornal O Globo para definir a crise política (atrás de "É Ladrão que Não Acaba Mais", de Bezerra da Silva).
Créditos
[editar | editar código-fonte]- Herbert Vianna: voz, guitarra, violão e teclados
- Bi Ribeiro: baixo
- João Barone: bateria e percussão
- Jairo Cliff: voz
- Eduardo Lyra: percussão
- Senô Bezerra: trombone
- Demétrio Bezerra: trompete
- Monteiro Jr.: saxofone
Referências
- ↑ «Ex-Presidente Lula completa 65 anos de vida, conheça um pouco de sua história». Virgula. 27 de outubro de 2011. Consultado em 1 de setembro de 2011.
Outra manifestação no meio musical de apoio a Lula foi feita por Herbert Vianna ao compor Luis Inácio (300 picaretas), que foi inspirada na frase dita pelo petista: "Há no congresso uma minoria que se preocupa e trabalha pelo país, mas há uma maioria de uns trezentos picaretas que defendem apenas seus próprios interesses". A música foi censurada pelo procurador da Câmara dos Deputados de 1995, José Bonifácio de Andrada.
- ↑ «MILTON JOSÉ DA SILVA FILHO - Pinga-Fogo». Jornal do Commercio. Senado Federal. 29 de junho de 2011. Consultado em 1 de setembro de 2011. Arquivado do original em 1 de agosto de 2013.
"Há no congresso uma minoria que se preocupa e que trabalha pelo País e uma maioria de 300 picaretas que defendem apenas os seus próprios interesses", Lula em 1993.