Módulo Lunar Apollo – Wikipédia, a enciclopédia livre

Módulo Lunar Apollo

LM "Orion" utilizado durante a Apollo 16.
Descrição
Nomes alternativos Lunar Excursion Module
Tipo Aterrissador
Operador(es) Estados Unidos NASA
Propriedades
Fabricante Estados Unidos Grumman Aircraft
Massa de lançamento Inicial: 15,200 kg
Estendida: 16,400 kg
Altura 7,4 m
Potência elétrica 28–32 volts
Geração de energia Baterias
Baterias Baterias de prata-zinco
Módulos 2
Tripulação 2 astronautas
Volume 6,7
Vida útil 75 horas
Projetista Estados Unidos Thomas J. Kelly
Aplicações Programa Apollo
Produção
Estado de produção Encerrada
Unidades fabricadas 15 unidades
Lançadas 10 unidades
Operacionais 10 unidades
Falhadas 0 unidade(s)
Perdidas 0 unidade(s)
Primeiro lançamento 22 de janeiro de 1968
Último lançamento 07 de dezembro de 1972
Retirada de serviço 14 de dezembro de 1972
Portal Astronomia

O Módulo Lunar Apollo foi parte da nave usada no Projeto Apollo. Ele possuía formato de "aranha", e servia para a descida no solo lunar e para o regresso a órbita da Lua para o encontro com os outros dois módulos que lá permaneciam em órbita (Módulo de Comando e Serviço Apollo).[1]

A nave Apollo era muito maior que as naves usadas nos Projeto Mercury e Projeto Gemini. Diferentemente destes projetos anteriores, no Projeto Apollo a nave era constituída de múltiplas partes.

Definição do método de voo para a Lua

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Havia, na época da definição do Projeto Apollo, três possibilidades de voo para a Lua:[2]

  • Uma possibilidade baseada na ideia de um único e imenso foguete que iria decolar da Terra, pousar na Lua e retornar;
  • Outra opção baseada na ideia de rendez-vous (encontro em órbita) na órbita da Terra, em que o foguete encontraria um outro estágio em órbita da Terra; e
  • Finalmente, a opção do rendez-vous lunar, que significa que um pequeno módulo desceria ao solo da Lua e depois encontraria em órbita a nave de retorno.

Esta última opção foi a escolhida pelos engenheiros da Nasa para o projeto Apollo (veja Figura descrevendo a missão Apollo). Em cada missão Apollo eram enviados três astronautas, dois desciam na Lua usando o Módulo Lunar (comandante e piloto do Módulo Lunar) e um permanecia em órbita no Módulo de Comando (piloto do Módulo de Comando).

O Módulo Lunar era formado por duas partes: módulo de descida e módulo de ascensão. O módulo de descida era responsável pelo pouso na Lua, já o módulo de ascensão permitia o retorno à órbita lunar para o rendez-vous com o Módulo de Comando e Serviço Apollo, que era o veículo de retorno para a Terra.[3]

Projeto e fabricação do Módulo Lunar

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O projeto e fabricação do Módulo Lunar ficou a cargo da "Grumman Aerospace Corporation" de Nova York, fabricante de aviões para a Marinha dos Estados Unidos.[4]

A Grumman envolveu-se no projeto de voos tripulados para a Lua em 1958. Uma vez que a Nasa definiu que o rendez-vous lunar era o melhor método de pouso na Lua, a Grumman começou a estudar o assunto. Em novembro de 1962 a Nasa escolheu a Grumman como fornecedora do futuro Módulo Lunar, que foi batizado oficialmente de "LEM" (Lunar Excursion Module).[4]

O primeiro teste do LEM foi na missão não tripulada Apollo 5, lançada por um foguete Saturno IB (um estágio do Saturno V), lançado em 22 de janeiro de 1968. Posteriormente o Módulo foi testado nas missões tripuladas Apollo 9 (em órbita da Terra) e Apollo 10 (em órbita da Lua).[2]

Módulo de ascensão

Módulo de ascensão

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O módulo de ascensão é composto por três partes: o compartimento da tripulação, a secção central e o compartimento de equipamentos. Os dois primeiros compõem a cabine, que possui 6,6 m3. Na secção central encontra-se alojado o motor de subida. O compartimento de equipamentos é uma área não pressurizada que se localiza atrás da secção central e é composto por um bastidor com vários equipamentos, além de tanques com oxigênio e hélio gasosos.[3]

O módulo de ascensão possui duas janelas triangulares inclinadas, que são usadas para visibilidade lateral e inferior, além de uma pequena janela na parte superior, usada para manobras de acoplamento com os módulos de comando e serviço.[3]

Possui também duas escotilhas, uma frontal retangular usada para a passagem de astronautas e equipamentos para a superfície lunar e outra circular na parte superior usada para a passagem de astronautas e equipamentos para o módulo de comando.[3]

Toda a cabine é envolta por uma isolação térmica e por uma proteção contra micrometeoróides.[3]

No módulo de ascensão ficavam os seguintes sistemas: direção, navegação e controle; provisão da tripulação e painéis; controle de ambiente; dispositivos eletro-explosivos; instrumentação; energia elétrica; propulsão; controle de reação; e comunicações.[3]

O sistema de propulsão deste módulo é usado para a decolagem da superfície da Lua e para a entrada numa trajetória que o levasse ao acoplamento com os módulos de comando e serviço em órbita. O módulo também incluía 16 pequenos motores montados em grupos de quatro, usados para manobras tanto no pouso como na ascensão.[5]

Módulo de descida

Módulo de descida

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O módulo de descida é a parte não tripulada do módulo lunar e representa 2/3 da massa deste. Isso ocorre pois, o motor de descida é maior que o motor de subida e necessita tanques de combustível maiores e também por que suporta todo o módulo de subida, possui as sapatas de pouso e deve ainda servir como plataforma para o lançamento do módulo de subida.[3]

O módulo possui um formato octogonal sendo que na parte central localiza-se o motor de descida e nas laterais encontram-se os tanques de combustível e comburente além de tanques de oxigênio, água e hélio.[3]

Além disso, possui em sua lateral um módulo com o pacote de experimentos da superfície lunar, a serem usados para a exploração da Lua.[3]

Nas missões Apollo 15, 16 e 17 um veículo explorador lunar foi levado até a superfície preso à lateral do módulo de descida.[6]

Diferentemente do módulo de ascensão, o motor deste módulo possui aceleração regulável o que permitia aos astronautas o controle da descida final a partir de uma altitude de 15,2 km, permitindo inclusive, que o módulo pairasse de forma a possibilitar a escolha do melhor local para o pouso.[5]

Voos tripulados que pousaram na Lua

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As missões Apollo que pousaram na Lua usando o Módulo Lunar foram Apollo 11, Apollo 12, Apollo 14, Apollo 15, Apollo 16 e Apollo 17.[7]

A Apollo 13, embora não tenha pousado na Lua devido a um sério acidente, usou o Módulo Lunar como veículo de emergência e os motores do Módulo Lunar como motor reserva, já que os principais estavam avariados.[7]


  1. Elizabeth Howell (9 de julho de 2019). «Why the Lunar Module Looked So Much Like a Moon Bug» (em inglês). Space.com. Consultado em 14 de agosto de 2019 
  2. a b «Project Apollo: A Retrospective Analysis - How do we go to the Moon?» (em inglês). NASA. 21 de abril de 2014. Consultado em 14 de agosto de 2019 
  3. a b c d e f g h i Grumman Aircraft Engineering Corporation (1968). «Lunar module quick reference data» (PDF) (em inglês). NASA. Consultado em 15 de fevereiro de 2020 
  4. a b Mark Garcia (24 de janeiro de 2018). «50 Years Ago: The Apollo Lunar Module» (em inglês). NASA. Consultado em 14 de agosto de 2019 
  5. a b Bob Granath (12 de setembro de 2019). «Apollo's lunar module bridged technological leap to the moon» (em inglês). NASA. Consultado em 16 de fevereiro de 2020 
  6. Mike Wright, Bob Jaques, Saverio Morea (3 de abril de 2002). «A brief history of the lunar roving vehicle» (PDF) (em inglês). NASA. Consultado em 16 de fevereiro de 2020 
  7. a b Dr. David R. Williams (16 de setembro de 2013). «The Apollo Program (1963 - 1972)» (em inglês). NASA. Consultado em 14 de agosto de 2019 

Ligações externas

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