Maná – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Para outros significados, veja Maná (desambiguação).
A Coleta do Maná, por James Tissot.

O livro bíblico de Êxodo descreve o maná (no hebraico: מָ‏ן man) como um alimento produzido milagrosamente, sendo fornecido por Deus ao povo Israelita liderado por Moisés, durante toda sua estada no deserto rumo à terra prometida. Segundo o Êxodo, após a evaporação do orvalho formado durante a madrugada, aparecia uma coisa miúda, flocosa, como a geada, branca, descrita como uma semente de coentro, e como o bdélio, que lembrava pequenas pérolas. Geralmente era moído, cozido, e assado, sendo transformado em bolos. Diz-se que seu sabor lembrava bolo de mel.[1]

Ainda segundo a Bíblia, o maná era enviado diariamente e não podia ser armazenado para outro dia. Também não era fornecido aos sábados; por isto Deus enviava uma quantidade maior às sextas-feiras, e neste caso o maná podia ser guardado para o sábado sem se deteriorar.

O fenômeno é descrito em Êxodo 16 e outras passagens bíblicas Deuteronômio 8:3 , Neemias 9:15, Salmos 78:23–25 e Salmos 5:40, João 6:31. Ao examinar o suposto "maná", em 1927, Friedrich S. Bobenheimer, da Universidade Hebraica de Jerusalém, descobriu que piolhos de plantas, cigarras e cochonilhas se alimentam das tamargueiras do deserto do Sinai e excretam o excesso de seus carboidratos na forma de uma substância doce. Essa substância se evapora em partículas que se assemalham à geada. Supõe-se que esse era o "maná" que Josefo declarou ser ainda encontrado em sua época no Sinai. A aceitação da narrativa de Êxodo 16 exclui a possibilidade de que o "maná" da tamargueira tenha sido o alimento milagroso com o qual os israelitas sobreviveram por 40 anos. O maná do céu foi provido ao longo dos anos, mas seu suprimento cessou tão logo entraram na terra prometida.[2]

O "maná" da tamargueira é encontrado no Sinai somente durante os meses de junho e julho. A quantidade desta matéria é extremamente pequena e não poderia alimentar a muitas pessoas ao passo que a Bíblia afirma que Deus nutriu uma nação inteira com o maná por quase 40 anos. Além disso, o maná bíblico não podia ser preservado sequer para o dia seguinte, a não ser aos sábados e também diferia em sua forma de preparo pois podia ser cozido ou assado. Em contraste, o "maná" da tamargueira pode durar vários dias e embora possa ser cozido, não pode ser assado. Essas diferenças indicam que aceitar a interpretação contemporânea, que explica o maná como um produto natural do Sinai, significa rejeitar o relato bíblico.

Outra proposta é o maná encontrado na Missão Adventista do Sétimo Dia da Namba, em Angola. Trata-se de “flocos brancos” com gosto similar ao mel e semelhantes a pipoca, que servem de alimento e fazem parte da rotina daquela comunidade desde 1939.[3] O mesmo foi submetido a análise laboratorial da Unicamp em 2011. O laboratório comprova que os flocos são basicamente frutose, glicose, sais minerais e aminoácidos. Ou seja, é apropriado para a alimentação humana.[4][5]

Referências

  1. Êxodo capítulo 16 versículo 31
  2. Josué capítulo 5
  3. páginas 26 e 27 (1 de novembro de 1948). «Acervo da Revista Adventista». Casa Publicadora Brasileira. Consultado em 30 de dezembro de 2014 
  4. Sergio Oliveira (11 de novembro de 2013). «Cai Maná na África». TV Terceiro Anjo. http://terceiroanjo.com/wp-content/uploads/2013/11/Relatorio_Mana_Unicamp.pdf 
  5. Thiago chagas (25 de dezembro de 2013). «Pastor testemunha que maná ainda cai em regiões da África - Universidade fez análise do material e atestou ser próprio para o consumo». Gospel Mais. Consultado em 30 de dezembro de 2014 
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