Mandrágora – Wikipédia, a enciclopédia livre
Mandrágora | |||||||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||
Mandragora autumnalis L. |
A mandrágora[1] é uma planta da família das Solanaceae, de origem eurasiana, herbácea, acaule, dotada de flores campanuliformes (forma de sino) e frutos bacáceos.[2][3] Seus frutos amarelos, carnosos, aromáticos e tóxicos eram chamados de "as maçãs do diabo" pelos árabes devido a supostos efeitos afrodisíacos.[4] As várias crendices e lendas ao redor desta planta provavelmente se originaram do fato de ela possuir uma raiz principal bifurcada bastante ramificada, muitas vezes assemelhando-se à forma humana.[4]
Espécies
[editar | editar código-fonte]- Mandragora autumnalis
- Mandragora officinarum
- Mandragora turcomanica
- Mandragora caulescens
- «Lista completa»
Utilização
[editar | editar código-fonte]São-lhe atribuídas propriedades tóxicas[5] e medicinais: afrodisíaca, alucinógena, analgésica e narcótica.
O uso da raiz da planta é muito antigo, encontrando-se citado nos textos bíblicos em Gênesis 30:14 e Cantares 7:13. No Egito, as bagas de mandrágora, com grossura de uma noz, de cor branca ou avermelhada, eram vistas como símbolo de amor, provavelmente por suas características afrodisíacas.[6] Entre os gregos, era chamada de Planta de Circe, a Mágica, que inspirava um temor reverente. Plínio, observava, de acordo com Teofastro: "os que colhem a mandrágora têm o cuidado de não receber vento pela frente. Eles descrevem três círculos em torno dela, com uma espada, depois a tiram da terra voltando as costas para o Sol poente... A raiz dessa planta, triturada com óleo de rosas e vinho, cura as inflamações e as dores dos olhos".[6] Chamavam-na ainda, no século XVIII, de mão da glória e se atribuía a ela devolver em dobro, o que houvesse recebido: dois escudos de ouro em retorno de um escudo, duas medidas de grãos em retorno de uma.[6] Segundo lendas medievais, as raízes da mandrágora deveriam ser colhidas em noite de lua cheia, puxadas para fora da terra por uma corda presa a um cão preto; e se outro animal ou pessoa fizesse esta tarefa, a raiz "gritaria" tão alto que o mataria.[4] Outra lenda refere que a mandrágora tinha como semente o Sêmen de um homem enforcado.[7]
Apesar do grande interesse demonstrado nessa planta ao longo dos tempos e do uso secular das raízes na medicina tradicional, surpreendentemente poucos trabalhos foram publicados sobre seus componentes químicos. Entre os alcaloides referidos na sua constituição, possivelmente em mais de uma espécie, encontram-se a hiosciamina, hioscina, apoatropina.[8]
Na ficção
[editar | editar código-fonte]- Vexes ofereceu a Tracio - Spartacus para alívio da dor, quando ele estava no fosso do inferno, lutando como um cão.
- essa planta também foi citada por Shakespeare em Romeu e Julieta, e acredita-se que o remédio que Julieta tomou para fingir estar morta tenha sido extraído dela.
- O livro A Mandrágora, de Nicolau Maquiavel, conta histórias de manipulações políticas.
- Em Doctor Who, a Mandrágora é referenciada na 14a temporada da série clássica, no episódio The Masque of Mandragora.
- Em Harry Potter e a Câmara Secreta, uma versão bruxa da Mandrágora aparece, nessa história, ela grita de verdade quando extraída da terra.
- Em O Labirinto do Fauno, a Mandrágora é utilizada para fazer com que as dores de uma gravidez de risco sejam amenizadas.
- Em Merlin a seiva das Mandrágoras era usada para causar alucinações.
- Mandrágoras aparecem como inimigos em Castlevania: Aria of Sorrow, onde saem da terra e gritam caso o jogador não as mate rapidamente ao entrar na sala.
- No anime Little Witch Academia, a Mandrágora é uma planta da floresta de Arcturus, com uma aparência física muito parecida às plantas carnívoras.
- No game Ragnarök Online, a Mandrágora é um monstro temível, vulnerável ao fogo.
- No jogo The Witcher 3: Wild Hunt, as raízes de Mandrágora são usadas na criação de poções.
- No jogo Don't Starve, as Mandrágoras aparecem como raros personagens, morrendo se colhidas durante o dia, porém, seguindo o jogador e o ajudando se colhidas durante a noite, até o amanhecer, quando se plantam novamente; No jogo, a Mandrágora morta pode consumida ou cozida, ambos os atos fazem a planta gritar, colocando o jogador e qualquer outro personagem próximo para dormir.
- No Jogo Monster Hunter World, Mandragora e um cogumelo raro usado para fazer poções.
- No jogo Haunting Ground para Playstation 2 (spin off da série Clock Tower) as mandrágoras também aparecem e utilizam seus gritos para aumentar o pânico da personagem principal. Neste game, tais plantas se apresentam em diversas cores (incluindo branco, vermelho, roxo, amarelo e azul) e são utilizadas durante a resolução de um dos puzzles.
- No anime Saint Seiya, existe um espectro de Hades que usa uma surplice (armadura) de Mandrágora.
- No anime Kobayashi san Chi no Maid Dragon,[9] existe uma planta mágica usada por Tohru para fazer uma poção do amor.
- No tibia (Jogo RPG online), a mandrágora é utilizada para fazer a roupa de um shaman.
Galeria de fotos
[editar | editar código-fonte]- Mandragora officinarum
- Mandragora autumnalis
- M. officinarum, flor
- Mandrágora, raízes
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Tropano
- Atropina
- Beladona
- Hiosciamina
- Muscarina
- Duboisia
- Nicotina
- Datura stramonium
- Datura suaveolens
- Acetilcolina
Referências
- ↑ Infopédia. «mandrágora | Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». infopedia.pt - Porto Editora. Consultado em 15 de outubro de 2022
- ↑ Mandragora autumnalis Bertol. Tropicos Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. 20 Mar 2014
- ↑ FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. Curitiba, Editora Positivo, 1999
- ↑ a b c site Ciência 2.0: Mandrágora: uma planta "humana" e "mágica", lendária e com história. Visitado em 4 de janeiro de 2015.
- ↑ TSILIGIANNI, Ioanna G. et al. A two cases clinical report of mandragora poisoning in primary care in Crete, Greece: two case report. Cases Journal 2009, 2:9331 PDF Março, 2014
- ↑ a b c CHEVALIER, Jean; GHEERBRANT, Alain (2019). Dicionário de Símbolos 32ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio. p. 586-587. ISBN 9788503002578
- ↑ FELIPPE, Gil, No Rastro de Afrodite – Plantas Afrodisíacas e Culinária, Cotia: Atelie, 2004, pp. 231
- ↑ JACKSON, Betty P.; BERRY, Michael I. Mandragora, taxonomy and chemistry of the European species in: HAWKES, J.G.; LESTER, R.N.;SKELDING, A.D. (eds). The Biology and. Taxonomy of the Solanaceae, pp. 493-504. London, Academic Press, 1979 PDF, Março, 2014
- ↑ «Kobayashi-san Chi no Maid Dragon». Wikipédia, a enciclopédia livre. 8 de janeiro de 2019