Marcelo de Carvalho Miranda – Wikipédia, a enciclopédia livre
Marcelo Miranda | |
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Marcelo Miranda | |
4.º e 8.º Governador do Tocantins | |
Período | 1º de janeiro de 2015 a 22 de março de 2018[a] |
Vice-governadora | Cláudia Lelis |
Antecessor(a) | Sandoval Cardoso |
Sucessor(a) | Mauro Carlesse |
Período | 1º de janeiro de 2003 a 8 de setembro de 2009 |
Vice-governador |
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Antecessor(a) | Siqueira Campos |
Sucessor(a) | Carlos Henrique Gaguim |
Deputado Estadual do Tocantins | |
Período | 1º de janeiro de 1991 a 1º de janeiro de 2003 |
Dados pessoais | |
Nascimento | 10 de outubro de 1961 (63 anos) Goiânia, GO |
Prêmio(s) | Ordem do Mérito Militar[1] |
Esposa | Dulce Miranda |
Partido | PMDB (1989-1997) PFL (1997-2003) PSDB (2003–2005) MDB (2005-presente) |
Profissão | político |
Marcelo de Carvalho Miranda | |
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Crime(s) | lavagem de dinheiro |
Pena | condução coercitiva, cassação do mandato em múltiplas ocasiões |
Situação | suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF) |
Marcelo de Carvalho Miranda GOMM (Goiânia, 10 de outubro de 1961) é um agropecuarista e político brasileiro, filiado ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Em 2018, teve seu mandato como governador do estado do Tocantins cassado, cargo este que ocupava pela terceira vez. É casado com a ex-deputada federal Dulce Miranda (MDB), com quem tem dois filhos.[2]
Em 2010, foi eleito senador do Tocantins, mas não pode assumir em razão de estar impedido pela Lei da Ficha Limpa, por ter seu mandato como então governador cassado em 2009.[3]
Em 28 de novembro de 2016, foi alvo de condução coercitiva em uma operação da Polícia Federal (PF), batizada de Reis do Gado.[4] A PF diz que já tem indícios de que os suspeitos movimentaram mais de R$ 200 milhões e que parte do dinheiro foi regularizada através da ocultação em meio ao patrimônio de parentes do governador Marcelo Miranda.[5] O governador e seu pai tiveram os bens bloqueados pela Justiça.[6]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Natural de Goiânia, Marcelo de Carvalho Miranda é agropecuarista. Filho de Marly de Carvalho e José Edmar Brito Miranda, é casado com a deputada federal Dulce Miranda (PMDB) com quem tem dois filhos: Marcella e Guilherme. Sua ligação com a política começou ainda no Estado de Goiás, assessorando o pai, então deputado estadual Brito Miranda, representante da região do antigo norte goiano, hoje Tocantins, na Assembleia Legislativa daquele Estado.[2]
Carreira política
[editar | editar código-fonte]Foi eleito deputado estadual pela primeira vez em 1990, sendo reeleito em 1994 e 1998. Por duas vezes consecutivas chegou a presidir a Assembleia Legislativa do Tocantins. Naquele período, integrou a União Nacional dos Legislativos Estaduais (Unale), quando articulou a criação do Parlamento Amazônico, do qual foi presidente de 2001 a 2002.[2]
Em 2002 foi eleito pela primeira vez para o cargo de Governador do Estado do Tocantins com 60% dos votos válidos e assumiu o mandato de 2003 a 2006. Seu trabalho foi reconhecido pelos tocantinenses, que o reelegeram para o seu segundo mandato à frente do Estado. Em 2014, Marcelo Miranda retornou ao cargo de chefe do Executivo tocantinense em uma eleição na qual obteve 51,3% dos votos validos, a frente de Sandoval Cardoso (SD).[2] Como governador, em 2004 Marcelo Miranda foi admitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao grau de Grande-Oficial especial da Ordem do Mérito Militar.[1]
Em 2009, Marcelo Miranda e seu vice, Paulo Sidnei, tiveram seus mandatos cassados por abuso de poder político praticado em 2006, em decisão unânime do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).[7][8]
Em 22 de março de 2018, o TSE cassou o governador e a vice-governadora Cláudia Lelis.[9] Em 6 de abril de 2018,uma determinação cautelar imposta pelo ministro Gilmar Mendes determinou a volta do governador e da vice-governadora Cláudia Lelis.[10] No entanto, em 17 de abril de 2018, o TSE negou o recurso de defesa e manteve a cassação da chapa eleita em 2014.[11] Com isso, se tornou o primeiro, e até hoje único político a ser cassado duas vezes no cargo de governador de estado.[12][8]
Em 2022, foi candidato à deputado estadual. Na ocasião, recebeu pouco mais de 3 mil votos, encerrando assim sua carreira vitoriosa na política tocantinense.
Prisão durante operação da PF
[editar | editar código-fonte]Em 26/09/2019, o ex-governador Marcelo Miranda foi preso durante a operação chamada de "12.º Trabalho", em Brasília/DF, assim como o pai, José Edmar Brito Miranda, e o irmão, José Edmar Brito Miranda Júnior, por ser suspeito de integrar uma organização criminosa que teria causado prejuízo de R$ 300 milhões aos cofres públicos.[13]
Além disso, como consta na decisão que autorizou as prisões do ex-governador, do pai e do irmão dele, Marcelo Miranda teria "presenteado" o desembargador Ronaldo Eurípedes, do Tribunal de Justiça do Tocantins, com uma caminhonete modelo "Hilux", na época em que ainda era governador e Eurípedes presidia o Tribunal de Justiça. O veículo seria para que o TJ firmasse contratos com a empresa Construarte Construção Eireli, que os investigadores acreditam ser de um "laranja" de Marcelo Miranda.[14] O Desembargador Ronaldo Eurípedes é também investigado por vendas de sentenças e enriquecimento ilícito pelo CNJ desde junho de 2018.[15]
Em 19/02/2020, Marcelo Miranda, seu pai e seu irmão foram soltos após decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes para responder em liberdade após pagarem fiança. O ministro concluiu que Marcelo deveria ser julgado pela justiça eleitoral e não pela justiça federal[16]
Notas
- ↑ Em razão de liminar, Marcelo Miranda retornou ao cargo em 6 de abril de 2018, tendo Mauro Carlesse voltado ao posto no dia 19 do mesmo mês, uma vez que a liminar perdeu efeito.
Referências
- ↑ a b BRASIL, Decreto de 8 de abril de 2004.
- ↑ a b c d Soveral, Fabrício; Farias, Elisangela (5 de outubro de 2014). «Marcelo Miranda, do PMDB, é eleito governador do Tocantins». G1. Consultado em 17 de novembro de 2021
- ↑ «MARCELO DE CARVALHO MIRANDA». Movimento Ficha Limpa. Consultado em 28 de novembro de 2016
- ↑ «Operação da PF mira em Marcelo Miranda, governador do Tocantins». Época. 28 de novembro de 2016. Consultado em 17 de novembro de 2021
- ↑ «Parentes do governador de Tocantins são alvo de operação da PF». IstoÉ. 28 de novembro de 2016. Consultado em 17 de novembro de 2021
- ↑ Rodrigues, Alex (28 de novembro de 2016). «STJ determina bloqueio dos bens do governador de Tocantins». Agência Brasil. Brasília. Consultado em 17 de novembro de 2021
- ↑ «Marcelo Miranda é cassado por unanimidade dos votos; Estado terá eleição indireta». Conexão Tocantins. 26 de junho de 2009. Consultado em 10 de janeiro de 2022
- ↑ a b «Marcelo Miranda é único governador cassado duas vezes desde redemocratização do Brasil». Norte do Tocantins. 22 de março de 2018. Consultado em 10 de janeiro de 2022
- ↑ «TSE cassa mandatos do governador do Tocantins e de sua vice». Tribunal Superior Eleitoral. 22 de março de 2018. Consultado em 17 de novembro de 2021
- ↑ «Gilmar Mendes determina volta de Marcelo Miranda ao governo do Tocantins». G1. 6 de abril de 2018. Consultado em 17 de novembro de 2021
- ↑ D'Agostino, Rosanne (17 de abril de 2018). «TSE nega recurso e mantém cassação do governador do Tocantins e da vice». G1. Consultado em 17 de novembro de 2021
- ↑ «Eleito três vezes e cassado duas; relembre trajetória política de Marcelo Miranda». G1. 22 de março de 2018. Consultado em 17 de novembro de 2021
- ↑ «Ex-governador Marcelo Miranda chega a Palmas após ser preso pela Polícia Federal em Brasília». G1. Consultado em 27 de setembro de 2019
- ↑ «PF diz que Marcelo Miranda deu caminhonete de presente para desembargador do TJ contratar empresa de laranja». G1. Consultado em 27 de setembro de 2019
- ↑ «Testemunhas começam a ser ouvidas em investigação sobre suposta venda de sentenças no TJ do Tocantins». G1. Consultado em 27 de setembro de 2019
- ↑ «Ex-governador Marcelo Miranda deixa quartel da PM em Palmas após ficar 147 dias preso». G1. Consultado em 18 de agosto de 2021
Ligações externas
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Precedido por Siqueira Campos | Governador do Tocantins 2003 — 2009 | Sucedido por Carlos Henrique Gaguim |
Precedido por Sandoval Cardoso | Governador do Tocantins 2015 — 2018 | Sucedido por Mauro Carlesse |
Precedido por Mauro Carlesse | Governador do Tocantins 2018 — 2018 | Sucedido por Mauro Carlesse |