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Graça Foster
Graça Foster
34.º Presidente da Petrobras
Período 13 de fevereiro de 2012
até 4 de fevereiro de 2015
Antecessor(a) Sergio Gabrielli
Sucessor(a) Aldemir Bendine
Dados pessoais
Nome completo Maria das Graças Silva Foster
Nascimento 26 de agosto de 1953 (71 anos)
Caratinga, Minas Gerais
Alma mater Universidade Federal Fluminense (UFF)
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Universidade Estácio de Sá
Profissão Engenheira química

Maria das Graças Silva Foster (Caratinga, 26 de agosto de 1953), também conhecida como Graça Foster, é uma advogada[1] e engenheira química brasileira.[2] Executiva de carreira da Petrobras, foi diretora da área de Gás e Energia da empresa, assumindo a presidência da companhia em 13 de fevereiro de 2012. Em 2014 foi eleita a quarta executiva mais poderosa no mundo dos negócios, segundo ranking elaborado pela revista Fortune.[3]

Maria das Graças nasceu em uma família pobre de Caratinga, que se transferiu para o Rio de Janeiro quando ela tinha dois anos. Foram morar onde mais tarde seria uma das favelas que integram o Complexo do Alemão. Teve uma infância difícil, até estudar e conseguir uma vaga como estagiária na Petrobras aos 24 anos, mesmo ano em que se formou em Engenharia química.[4][5]

Formada em engenharia química pela Universidade Federal Fluminense (UFF) em 1978, é mestre em Engenharia de Fluidos e possui pós-graduação em engenharia nuclear pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Cursou também o MBA pela Fundação Getulio Vargas (FGV/RJ).[6]

Graça é casada desde 1985 com o engenheiro e empresário inglês Colin Foster, com quem tem dois filhos, a médica Flávia e o jornalista Colin.[7]

Em 2016, após deixar a Petrobras, ingressou no curso de Direito da Universidade Estácio de Sá, campus Copacabana[8]. Formou-se em 2021 pela mesma instituição[9] e obteve a aprovação na Ordem dos Advogados do Brasil, seção Rio de Janeiro, sob o número 240.530[10].

Carreira na Petrobras

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Foster ingressou na Petrobras em 1978 como estagiária no Centro de Pesquisas Leopoldo Américo Miguez de Mello (CENPES). Depois de formada, exerceu a função de engenheira de perfuração, seu primeiro cargo como funcionária na empresa. De 2003 a 2005 esteve à frente da Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, então comandado pela presidente Dilma Rousseff. Em 2005 assumiu a presidência da Petrobras Química, exercendo também a função de gerente executiva de petroquímica e fertilizantes na Diretoria de Abastecimento da Petrobras. Neste período chefiou também a Secretaria Executiva Nacional do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás e foi a coordenadora interministerial do Programa Biodiesel.[2]

Entre 2006 e 2007 foi presidente da Petrobras Distribuidora, sendo também sua diretora financeira em 2007. Em setembro de 2007, assumiu a diretoria da área de Gás e Energia da Petrobras, além da presidência da Petrobras Gás e dos Conselhos de Administração da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG) e da Transportadora Associada de Gás (TAG). Foi também membro dos Conselhos de Administração da Transpetro, da Petrobras Biocombustível, da Braskem e Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis.[2]

Em 2010, foi eleita a diretora executiva mais poderosa da América Latina no setor de Gás e Energia da empresa.[11] Em janeiro de 2012, foi indicada para a presidência da empresa pela presidente Dilma Rousseff, em substituição a Sergio Gabrielli. Com isso, ela se tornou a primeira mulher no mundo a presidir uma companhia petrolífera.[12]

Foi eleita em 2013, pela Forbes, a 18º mulher mais poderosa do planeta.[13] Em outubro de 2013, foi classificada pela revista Fortune a mulher mais poderosa do mundo fora dos Estados Unidos. A revista fez dois rankings, um com executivas norte-americanas e outro com internacionais. A classificação levou em consideração quatro critérios: a importância e o tamanho do negócio liderado pela executiva na economia global, o sucesso e a condução dos negócios, a trajetória de carreira da executiva e sua influência social e cultural.[14]

Em fevereiro de 2014, Maria das Graças ficou em quarto lugar na lista das cinquenta mulheres de negócios mais poderosas do mundo da revista Fortune. Foram utilizados os mesmos critérios usados em rankings feitos anteriormente: o tamanho e a importância do negócio que elas comandam, a saúde financeira, a gestão e o histórico da carreira. Nesta edição de 2014, os editores priorizaram a natureza internacional da operação liderada por Maria da Graça e sua posição na comunidade global de negócios.[15][16]

A brasileira foi a primeira não americana da lista, atrás de Mary Barra, presidente da General Motors e primeira colocada, Ginni Rommety, da IBM, segunda da lista, e Indra Nooiy, da PepsiCo, em terceiro lugar.[15]

Crise na Petrobras e troca de comando

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Em dezembro de 2014, Graça Foster proibiu 23 construtoras apontadas nas investigações da Operação Lava Jato de fazerem negócios com a Petrobras, contrariando a posição da então presidente Dilma Rousseff, que achava que os indivíduos corruptos e não as empresas deveriam ser responsabilizados.[17]

No final de janeiro, o conselho de diretores da estatal reuniu-se para discutir a divulgação para o mercado, de uma divergência contábil de 30 bilhões de dólares, encontrada por auditores da empresa, que afirmavam estar ligada aos prejuízos relacionados ao escândalo. A princípio, acreditou-se que a divergência seria decorrente de uma metodologia falha e que não seria divulgada, com a concordância de Dilma. Foster afirmava que, segundo a legislação brasileira, o número de 30 bilhões de dólares, sendo errôneo ou não, deveria ser divulgado. Se o conselho tinha conhecimento do número, o mercado tinha direito de conhecer também.[17]

Com o desenvolvimento da Operação Lava Jato, levando à investigação de funcionários de alto escalão da Petrobras por corrupção, a saída de Foster da presidência da empresa era iminente.[18] A situação de Foster no comando da estatal tornou-se insustentável após a divulgação de um balanço afirmando que os prejuízos causados pelo esquema de corrupção seriam da ordem de 88 bilhões de reais.[17]

Em 3 de fevereiro de 2015, Dilma Rousseff reuniu-se com Foster no Palácio do Planalto para comunicá-la de que o comando da Petrobras seria substituído.[19] Ainda no dia 3, as ações da Petrobras subiram 15,47% com os rumores da demissão.[20] Em 4 de fevereiro de 2015, Graça Foster renunciou ao cargo de presidente da Petrobras.[21] Foi nomeado para ser o seu substituto, o administrador Aldemir Bendine.

Sua gestão à frente da estatal foi marcada por grandes escândalos de corrupção, acúmulos de resultados negativos, aumento no endividamento da empresa e significativa queda no valor de mercado da petroleira (de 330 bilhões de reais para 110 bilhões de reais).[22][23]

Referências

  1. «Graça Foster passa quase despercebida em aulas de Direito no Rio de Janeiro». Revista Época. 6 de maio de 2016. Consultado em 10 de outubro de 2023 
  2. a b c «Graça Foster tem 32 anos de Petrobras; veja perfil». G1. 23 de janeiro de 2012. Consultado em 8 de fevereiro de 2012 
  3. «Graça Foster é 4ª em lista de executivas mais poderosas do mundo». Jornal do Brasil. 7 de fevereiro de 2014. Consultado em 7 de fevereiro de 2014 
  4. Dias Carneiro, Júlia (4 de fevereiro de 2015). «De catadora a presidente, Graça Foster chegou a ser 'uma das 100 pessoas mais influentes do mundo'». BBC Brasil. Consultado em 10 de março de 2015 
  5. Mazzi, Carolina (26 de janeiro de 2012). «Maria das Graças Foster é "rígida e competente"». Jornal do Brasil. Consultado em 29 de janeiro de 2012 
  6. Torres, Sérgio (28 de janeiro de 2012). Maria das Graças Foster, Perfil. [S.l.]: O Estado de S. Paulo. pp. Caderno Economia, B6 
  7. Torres, Sergio (28 de janeiro de 2012). «Filiada ao PT, 'Dama de Ferro' do petróleo tem até estrelas tatuadas». O Estado de S. Paulo. Consultado em 10 de março de 2015 
  8. «Graça Foster passa quase despercebida em aulas de direito no Rio de Janeiro». Revista Época. Consultado em 10 de outubro de 2023 
  9. «Bate-papo com a ex-aluna Graça Foster». Podcast Copacabana - Universidade Estácio de Sá 
  10. «Cadastro Nacional dos Advogados - Ordem dos Advogados do Brasil». Consultado em 10 de outubro de 2023 
  11. Soares, Pedro (23 de janeiro de 2012). «Graça Foster é indicada para substituir Gabrielli na Petrobras». Folha UOL. Consultado em 24 de janeiro de 2011 
  12. «Graça Foster será 1ª 'intrusa' em clube até hoje exclusivamente masculino». BBC Brasil. 24 de janeiro de 2012. Consultado em 24 de janeiro de 2012 
  13. «39 pioneiras mais poderosas do mundo». Revista Forbes. 27 de maio de 2013. Consultado em 14 de outubro de 2013 
  14. Villela, Flávia (11 de outubro de 2013). «Presidenta da Petrobras é eleita a mulher mais poderosa do mundo fora dos EUA». Agência Brasil. Consultado em 14 de outubro de 2013 
  15. a b «Graça Foster». Jornal do Brasil. Consultado em 8 de Fevereiro de 2014 
  16. «Graça Foster». Veja. Consultado em 8 de Fevereiro de 2014 
  17. a b c Antônio Cruz/Agência Brasil (4 de março de 2015). «Divergência de R$ 88 bi causou demissão de Graça Foster». Exame.com. Consultado em 12 de julho de 2015 
  18. «Graça Foster vai ser substituída na presidência da Petrobras». O Tempo. 3 de fevereiro de 2015. Consultado em 3 de fevereiro de 2015 
  19. Natureza Nery (3 de fevereiro de 2015). «Petrobras Chief Executive Graça Foster To Be Replaced». Folha de S.Paulo. Consultado em 3 de fevereiro de 2015 
  20. «Petrobras ganha R$ 16 bi em valor de mercado com rumor sobre demissão». G1. 3 de fevereiro de 2015. Consultado em 3 de fevereiro de 2015 
  21. «Graça Foster e mais cinco diretores renunciam a cargos na Petrobras». G1. 4 de fevereiro de 2015. Consultado em 10 de fevereiro de 2015 
  22. «Graça Foster e mais cinco diretores renunciam a cargos na Petrobras». Economia. 4 de fevereiro de 2015 
  23. «Veja números e problemas da Petrobras na gestão Graça Foster». Economia. 4 de fevereiro de 2015 

Precedido por
Sergio Gabrielli
Presidente da Petrobras
2012 – 2015
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Aldemir Bendine