Maria de Orleães – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Para a filha de Luís Filipe I de França, duquesa de Württemberg, veja Maria de Orleães (1813–1839).
Maria
Princesa da França
Princesa da Dinamarca
Maria de Orleães
Maria em 1904
Nascimento 13 de janeiro de 1865
  Londres, Inglaterra
Morte 4 de dezembro de 1909 (44 anos)
  Copenhaga, Dinamarca
Sepultado em Catedral de Roskilde, Roskilde, Dinamarca
Nome completo Maria Amélia Francisca Helena
Marido Valdemar da Dinamarca
Descendência Aage da Dinamarca
Absalão da Dinamarca
Érico da Dinamarca
Vigo da Dinamarca
Margarida da Dinamarca
Casa Orleães (por nascimento)
Glücksburg (por casamento)
Pai Roberto, Duque de Chartres
Mãe Francisca de Joinville
Religião Catolicismo
Brasão

Maria Amélia Francisca Helena de Orleães (em francês: Marie Amélie Françoise Hélène d'Orléans; Londres, 13 de janeiro de 1865 - Copenhague, 4 de dezembro de 1909) foi uma princesa da França por nascimento e da Dinamarca por casamento com o príncipe Valdemar. Era conhecida pelo seu espírito livre e por possuir uma tatuagem numa época em que a prática não era usual para mulheres.[1]

Maria de era bisneta de Pedro I do Brasil e filha mais velha de Francisca de Orleães e de seu esposo (e primo) Roberto, o duque de Chartres. Nascida durante o reinado de Napoleão III, rival de sua família, ela cresceu na Inglaterra.

No dia 20 de outubro de 1885, em uma cerimônia civil, Maria desposou o príncipe Valdemar da Dinamarca, o filho mais novo do rei Cristiano IX. A cerimônia religiosa aconteceu dois dias depois, no Castelo d'Eu. Embora Valdemar fosse luterano, Maria permaneceu católica. Em seu contrato de casamento, ficou estipulado que os filhos do casal iriam ser educados sob a religião do pai e as filhas, sob a religião da mãe.

O casal teve cinco filhos:

Vallmobukett i Vas (data desconhecida). Pintura a óleo da autoria de Maria

Vida na Dinamarca

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Maria e sua tatuagem de âncora[1], 1907

Eles estabeleceram residência no Palácio de Bernstorff, em Copenhague, o mesmo em que Valdemar nasceu. Entretanto, não estariam sozinhos: Valdemar dividia-o com seu sobrinho e tutelado, o príncipe Jorge da Grécia e Dinamarca, filho de seu irmão Guilherme (que se tornara Jorge I da Grécia). O rei dos helenos queria que o príncipe Jorge se juntasse à marinha dinamarquesa, confiando-o aos cuidados de seu irmão Valdemar, que era almirante da esquadra naval.

Sentindo-se abandonado naquela ocasião, Jorge mais tarde descreveria à sua noiva, Maria Bonaparte, a profunda ligação que tinha com seu tio Valdemar: Daquele dia em diante, eu amei-o e jamais tive outro amigo senão ele… Você irá amá-lo também, quando conhecê-lo.[2]

Em 1907, quando Jorge trouxe sua esposa a Bernstorff para sua primeira visita à família, Maria nervosamente conversou com Bonaparte sobre a intimidade entre tio e sobrinho, que era tão profunda que, ao final de cada visita de Jorge, este chorava, e Valdemar ficava doente. As duas mulheres então aprenderam a ter paciência e não se intrometer nos momentos privados de seus maridos.[3]

Em visitas subsequentes, a princesa Bonaparte tornou-se grande admiradora da princesa Maria, concluindo que ela era o único membro da grande família de seu marido que possuía cérebro, coragem e caráter. Maria Bonaparte e Valdemar acabaram tendo uma aventura amorosa; no entanto, Jorge não parecia se importar, mantendo uma boa relação com ambos. Em outra ocasião, Maria Bonaparte teve um flerte com o príncipe Aage (filho mais velho de Valdemar, que tinha cinco anos a menos do que ela). Maria, como esposa e mãe, não deu atenção nem demonstrou objeção.[4]

Jorge costumava criticar Maria à sua esposa, alegando que ela estava tendo um caso com o cavalariço de seu tio. Ele também afirmou que sua tia bebia muito álcool e não conseguia esconder os efeitos. Porém, Bonaparte não encontrava defeitos em Maria; ao contrário, ela admirava sua abstenção e independência de circunstâncias que lhe causavam espanto, por causa de Jorge.

O marido de Maria de e três de seus filhos estavam em uma viagem da Índia ao Sião (atual Tailândia) quando receberam a notícia de que ela havia falecido em Bernstorff.[5]

Referências

  1. a b No fairy princess: the bull-riding, tattooed free spirit. Fashion tips for future royalty? How about an anchor tattooed on one’s forearm, donning a fireman’s uniform or going for park rides on a bull?. The Copenhagen Post. Consultado em 4 de julho de 2024.
  2. Bertin, Celia (1982). "A False Happiness", Marie Bonaparte: A Life. New York: Harcourt Brace Jovanovich, 85–86. ISBN 0-15-157252-6
  3. Bertin, Celia (1982). "A False Happiness", Marie Bonaparte: A Life. New York: Harcourt Brace Jovanovich, 96–98. ISBN 0-15-157252-6
  4. Bertin, Celia (1982). "A False Happiness", Marie Bonaparte: A Life. New York: Harcourt Brace Jovanovich, 96–97, 101. ISBN 0-15-157252-6
  5. Bertin, Celia (1982). "A False Happiness", Marie Bonaparte: A Life. New York: Harcourt Brace Jovanovich, 97. ISBN 0-15-157252-6
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