Maud Menten – Wikipédia, a enciclopédia livre
Maud Menten | |
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Conhecido(a) por |
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Nascimento | 20 de março de 1879 Port Lambton, Ontário, Canadá |
Morte | 26 de julho de 1960 (81 anos) Leamington, Ontário, Canadá |
Nacionalidade | canadense |
Alma mater | Universidade de Toronto |
Instituições |
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Campo(s) | medicina |
Tese | The Alkalinity of the Blood in Malignancy and Other Pathological Conditions; Together with Observations on the Relation of the Alkalinity of the Blood to Barometric Pressure (1916) |
Maud Leonora Menten (Port Lambton, 20 de março de 1879 - Leamington, 26 de julho de 1960) foi uma médica e cientista canadense, que fez importantes contribuições para a cinética enzimática e histoquímica. Seu nome é associado com a famosa equação de Michaelis-Menten.[1]
Vida pessoal
[editar | editar código-fonte]Maud Menten nasceu em Port Lambton, Ontário, em 1879 e estudou medicina na Universidade de Toronto (BA 1904, MB 1907, MD 1911). Ela foi uma das primeiras mulheres no Canadá a ganhar um o título de doutora.[2] Ela completou sua tese na Universidade de Chicago. Naquela época as mulheres não eram autorizadas a fazer investigação no Canadá, por isso ela decidiu fazer pesquisas em outros países como os Estados Unidos e Alemanha.
Pouco se sabe a respeito de sua família e sua infância. Apenas sabe-se que a família Menten se mudou para Harrison Mills, onde a mãe de Maud trabalhava como encarregada da agência local dos correios. Depois de completar o ensino médio, Maud foi para a Universidade de Toronto, onde obteve mestrado em fisiologia em 1907.[3]
Estudiosa e dedicada, foi indicada como membro do Instituto Rockefeller de Pesquisas Médicas, em Nova York, em 1907. Lá estudou o efeito do brometo de rádio em tumores cancerígenos em ratos.[3] Maud e mais dois cientistas publicaram os resultados de seus experimentos na primeira monografia do instituto.[3][4] Após um ano no instituto, Maud trabalhou como interna na Enfermaria Infantil e da Mulher, em Nova York. Ela retornou ao Canadá para começar seus estudos na Universidade de Toronto um ano depois. Em 1911, tornou-se a primeira mulher no Canadá a obter um doutorado em medicina.[3]
Carreira
[editar | editar código-fonte]Em 1912, mudou-se para Berlim, onde trabalhou com Leonor Michaelis, que também foi co-autora do artigo na revista Biochemische Zeitschrift, que mostrou que a velocidade de uma reação catalisada por enzima é proporcional à quantidade do complexo enzima-substrato. Esta relação entre velocidade da reação e a concentração de enzima-substrato é conhecida por equação de Michaelis-Menten.
Após estudar com Leonor, na Alemanha, ela ingressou na Universidade de Chicago, onde obteve seu doutorado em 1916,[5] com a dissertação intitulada "The Alkalinity of the Blood in Malignancy and Other Pathological Conditions; Together with Observations on the Relation of the Alkalinity of the Blood to Barometric Pressure" (A Alcalinidade do Sangue em Malignidade e Outras Condições Patológicas, Juntamente com Observações sobre a Relação da Alcalinidade do Sangue com a Pressão Barométrica). Em seguida, Maud foi para a Universidade de Pittsburgh, onde ficou de 1923 até 1959,[6] tendo sido professora assistente e associada na Escola de Medicina e chefe de patologia do Hospital Infantil de Pittsburgh. Sua última promoção foi para professora titular, em 1948, aos 69 anos.[5][3]
Sua última posição acadêmica foi como pesquisadora membro do Instituto de Pesquisas Médicas da Colúmbia Britânica, de 1951 a 1953.[7]
Seu trabalho mais famoso foi sobre a cinética enzimática, junto de Leonor Michaelis,[8] baseado nas descobertas anteriores de Victor Henri, resultando na equação de Michaelis–Menten. Maud Menten também criou a reação de acoplamento diazóico para a fosfatase alcalina, ainda em uso na histoquímica. Maud também caracterizou e estudou toxinas de bactérias como as B. paratyphosus, Streptococcus scarlatina e Salmonella ssp., usadas em um programa bem sucedido de imunização contra a escarlatina em Pittsburgh , nos anos 1930 e 1940.[9] Ela também conduziu a primeira separação eletroforética das proteínas da hemoglobina, em 1944 e trabalhou com as propriedades da hemoglobina, regulação do nível de açúcar no sangue e funções renais, tendo escrito e participado de mais de 100 artigos científicos.[10]
Aposentadoria e morte
[editar | editar código-fonte]Maud era descrita, normalmente, como uma mulher discreta e determinada. Dirigia seu Modelo T, da Ford, pelo campus da universidade por 32 anos. Tocava clarineta e era pintora, tendo exposto trabalhos em galerias de arte em Pittsburgh.[2] Gostava de explorar montanhas, de astronomia e participou de uma missão ao Ártico. Era fluente em russo, francês, alemão, italiano e ao menos um idioma de nativos norte-americanos. Mesmo tendo trabalhado boa parte da vida nos Estados Unidos, ela nunca pleiteou uma cidadania.[3]
Após sua aposentadoria da Universidade de Pittsburgh , em 1950, Maud retornou ao Canadá para continuar sua pesquisa com câncer no Instituto de Pesquisas Médicas da Colúmbia Britânica. Sua saúde fragilizada a forçou a parar em 1955 e Maud faleceu em 20 de julho de 1960, aos 81 anos, em Leamington, Ontário.[3]
Na ocasião de sua morte, seus colegas Aaron H. Stock e Anna-Mary Carpenter escreveram um obituário na revista Nature:
“ | Menten foi incansável em seus esforços em nome de crianças doentes. Era uma professora inspiradora que estimulou os estudantes de medicina, médicos residentes e pesquisadores associados a seus melhores esforços. Ela será lembrada por seus colegas por sua mente afiada, por sua dignidade e modéstia discreta, por sua inteligência e, sobretudo, por seu entusiasmo pela pesquisa.[10] | ” |
Referências
- ↑ OICR. Lifetime Achievement: Dr. Maud Menten[ligação inativa]. Acesso em 3 de janeiro de 2012.
- ↑ a b «Dr. Maud Menten». The Canadian Medical Hall of Fame. Consultado em 14 de outubro de 2014. Arquivado do original em 17 de outubro de 2014
- ↑ a b c d e f g Skloot, Rebecca (outubro de 2000). «Some called her Miss Menten» (PDF). University of Pittsburgh School of Medicine magazine. Consultado em 14 de outubro de 2014
- ↑ Jobling, J W; Flexner, Simon; Menten, Maud L (1910). Tumors of animals. [S.l.]: Instituto Rockefeller de Pesquisas Médicas
- ↑ a b «Leonor Michaelis and Maud Menten». Chemical Heritage Foundation. Consultado em 10 de novembro de 2014
- ↑ Menten, M. (1919). «A Study of the Oxidase Reaction with alpha-Naphthol and Paraphenylenediamine». The Journal of medical research. 40 (3): 433–458.3. PMC 2104435. PMID 19972493
- ↑ Menten, M.; McCloskey, G. (1951). «Histopathology and Etiology of Pneumonia in Children Dying after Antibacterial Therapy». The American Journal of Pathology. 27 (3): 477–491. PMC 1937251. PMID 19970982
- ↑ Michaelis, Leonor (4 de fevereiro de 1913). «Die Kinetik der Invertinwirkung» [The kinetics of invertin action]. Biochemische Zeitschrift. 49: 335–369. doi:10.1016/j.febslet.2013.07.015
- ↑ «Scarlet fever deaths avoided in city». The Pittsburgh Press. 19 de maio de 1942
- ↑ a b Stock, Aaron; Carpenter, Anna-Mary (1961). «Prof. Maud Menten». Nature. 189 (4769): 965. doi:10.1038/189965a0
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Canadian Medical Hall of Fame – Breve biografia em áudio e vídeo
- Alguns a chamam de Senhorita Menten por Rebecca Skloot (Universidade de Pittsburgh - Revista da Escola de Medicina), Outubro de 2000
- Johnson, Kenneth A.; Goody, Roger S. (outubro de 2011). «The Original Michaelis Constant: Translation of the 1913 Michaelis-Menten Paper». Biochemistry. 50 (39): 8264–8269. PMC 3381512. PMID 21888353. doi:10.1021/bi201284u