Mestre de capela – Wikipédia, a enciclopédia livre

Bach

Mestre de capela (em português europeu antes do AO-1990: mestre-de-capela;[1] em alemão: Kapellmeister) designa a função de uma pessoa que, entre outras obrigações, deve ser responsável por compor música. A expressão é composta pelos termos mestre / Meister e capela / Kapelle que, por sua vez, se originam da palavra latina para "Capela" que foi, durante a Idade Média o centro da atividade musical. Portanto, originalmente, a palavra era utilizada para designar alguém responsável pela música numa capela. Entretanto o significado do termo evoluiu bastante em resposta às mudanças na profissão do músico.[2]

Uso histórico

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Na Era dos Reis, na Europa, Kapellmeister designava o diretor de música de um monarca ou de um nobre. Esta era uma posição sênior e envolvia a supervisão de outros músicos. Johann Sebastian Bach serviu de 1717 a 1723 como Kapellmeister do Príncipe Leopold of Anhalt-Cöthen. Joseph Haydn tabalhou muitos anos como Kapellmeister para a família Eszterházy uma família de alta nobreza do Império Austríaco. Georg Friedrich Händel também serviu como Kapellmeister para George, o Eleitor de Hanover e que veio a se tornar George I da Grã-Bretanha.

Um Kapellmeister também podia ser o diretor de música de uma igreja. Por exemplo, Georg Reutter foi o Kapellmeister na Catedral de Stº. Estevão em Viena onde se incluiam entre os cantores do coro ambos Joseph e Michael Haydn.

Se tornar Kapellmeister era símbolo do sucesso para os músicos profissionais daquele tempo. Por exemplo, Joseph Haydn uma vez afirmou que estava feliz porque seu pai, (que consertava rodas) vivera o bastante para ver seu filho se tornar um Kapellmeister. À medida que a sociedade evoluiu e o prestígio da nobreza diminuiu, os compositores passaram a valorizar mais a sua própria liberdade e se tornar um Kapellmeister se tornou menos prestigioso. Por exemplo, Beethoven jamais trabalhou como Kapellmeister buscando, em vez disso, uma carreira como músico freelance.

Para os que falam português é este sentido histórico do termo que é mais encontrado uma vez que aparece freqüentemente nos dados biográficos dos compositores que viveram e trabalharam nos países que falam o idioma alemão.

Os termos equivalentes para Kapellmeister em outros idiomas da Europa são maestro di capella (Itália), maître de chapelle (França), and chapel master (Inglaterra).

O caso de Mozart

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Mozart nunca foi um Kapellmeister no sentido descrito acima. Em 1787 ele obteve uma posição assalariada na corte do Imperador Austríaco como Kammercompositeur ("compositor de câmara"), mas a autoridade em assuntos musicais da corte era exercida primariamente por Antonio Salieri. Entretanto, em resenhas, diários e anúncios Mozart comumente era citado como "(Herr) Kapellmeister Mozart". Parece que o prestígio de Mozart aliado ao fato dele freqüentemente aparecer dirigindo outros músicos, levou ao uso de "Kapellmeister" em sinal de respeito.

Em abril de 1791, Mozart se candidatou ao cargo de Kapellmeister da catedral de Stº. Estevão e chegou a ser designado para o cargo pelo Conselho da Cidade para assumi-lo após a morte de seu ocupante Leopold Hofmann. Isto, entretanto, nunca ocorreu, uma vez que Mozart faleceu em dezembro de 1791, antes de Hofmann (1793).

Uso contemporâneo

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Na Alemanha atual, "Kapellmeister" designa o diretor ou maestro de uma orquestra ou coro. Quando utilizado hoje, o termo sugere, além de reger, envolvimento com a política da orquestra ou coro, por exemplo, selecionando o repertório, a programação dos concertos, os maestros visitantes etc.

Lista histórica dos músicos que ocuparam o posto de Kapellmeister

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(em ordem cronológica pela data de nascimento)

Mestres de capela do Brasil

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  • O material acima referente a Mozart foi tirado de Deutsch, Otto Erich (1965) Mozart: A Documentary Biography. Tradução para o inglês de Eric Blom, Peter Branscombe e Jeremy Noble. Stanford, CA: Stanford University Press.

Referências