Mikhail Bulgákov – Wikipédia, a enciclopédia livre

Mikhail Bulgakov
em russo: Михаи́л Булга́ков

Nome completo Mikhail Afanásievitch Bulgákov
Nascimento 15 de maio de 1891
Kiev
Morte 10 de março de 1940 (48 anos)
Nacionalidade  Rússia
Ocupação Escritor e dramaturgo
Principais trabalhos O Mestre e Margarita

Mikhail Afanásievitch Bulgákov (em russo: Михаи́л Афана́сьевич Булга́ков; 15 de maio de 1891, Kiev10 de março de 1940, Moscou) foi um escritor e dramaturgo russo da primeira metade do século XX.[1] Seus trabalhos mais conhecidos são o romance O Mestre e Margarida (publicado postumamente em 1966 e 1967) e a novela satírica Coração de Cão (1925, publicado na Rússia apenas em 1987), na qual critica o sistema social comunista.

Mikhail Bulgakov nasceu em Kiev, na Ucrânia, à época sob domínio do Império Russo, primogênito de um professor de seminário. Os irmãos Bulgakov alistaram-se no Exército Branco e, ao final da Guerra Civil, acabaram em Paris, à exceção de Mikhail que, tendo se alistado como médico de campanha, serviu durante a guerra no Cáucaso, onde começou a trabalhar como jornalista. Apesar de seu status relativamente favorável sob o regime de Estaline, Bulgakov não pôde emigrar ou visitar seus irmãos na Europa. Alguns detalhes de sua biografia não são claros, pois ele sempre foi muito discreto sobre sua vida pessoal.

Em 1913 Bulgakov casa-se com Tatiana Lappa. No início da Primeira Guerra, alista-se como voluntário da Cruz Vermelha. Em 1916, forma-se em medicina pela Universidade de Kiev e serve no Exército Branco. É mobilizado por pouco tempo pelo Exército Nacionalista Ucraniano. Em 1919 decide abandonar a medicina para tentar carreira na literatura. Em 1921, muda-se com Tatiana para Moscou onde inicia de fato seu trabalho como escritor. Três anos depois, divorciado de sua primeira mulher, casa-se com Lhubov Beloziórskaia (Belozêrskaia). Publica vários trabalhos durante a década de 1920, mas, por volta de 1927, começa a sofrer acusações de comportamento anti-soviético. Em 1929 sua carreira está destruída e seus trabalhos censurados.

Em 1932 casa-se pela terceira vez, com Yelena Chilóvskaia, que é a inspiração para o personagem Margarita em seu romance mais famoso e instala-se com ela perto de Patriárchi Prudy (Largo do Patriarca). Durante a última década de sua vida, Bulgakov continua os trabalhos em O Mestre e Margarida, escreve peças, críticas, contos e várias traduções e adaptações para o teatro de romances, sem publicação.

Bulgakov nunca apoiou o regime e o ridicularizou em vários de seus trabalhos, por essa razão muitos deles ficaram inéditos por décadas. Em 1930 escreve uma carta para Estaline pedindo permissão para emigrar, já que a União Soviética não tem trabalho para ele como satirista e recebe uma ligação do próprio Estaline, negando seu pedido.

Estaline gostara da peça Os Turbins ("Dni Turbinykh") e empregou-o em um pequeno teatro de Moscou. Mais tarde ele foi transferido para o Teatro de Arte de Moscou. Em sua autobiografia, e em muitas biografias, diz-se que ele escreveu a carta em desespero, sem intenção de enviá-la. A recusa das autoridades de empregá-lo no teatro e permitir sua visita aos familiares vivendo no exterior levaram-no a tomar medidas drásticas. Apesar de seu trabalho, os projetos que realizou para o teatro não alcançaram maior sucesso. Também atuara por algum tempo com o Teatro Bolshoi como roteirista, mas demitiu-se depois de seus roteiros não terem sido produzidos.

Morreu em março de 1940 de uma doença hereditária dos rins e foi enterrado no cemitério Novodevitchi em Moscou.

Sua obra mais famosa, o monumental romance O Mestre e Margarida, levou mais de doze anos, entre 1928 e 1940, para ser concluído. Em 1939, já cego, foi auxiliado na tarefa por sua mulher Yelena, a quem ditava os capítulos finais. O Mestre e Margarida foi publicado pela primeira vez em 1966.

O apartamento do escritor, em Moscou, e no qual se passa parte da trama de O Mestre e Margarida virou local de culto. No final da década de 2000 foi transformado no Museu Bulgákov.

  1. «Mikhail Bulgákov» (em inglês). BNE. Consultado em 12 de julho de 2020 

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