Simulação de modelos – Wikipédia, a enciclopédia livre
A simulação de modelos é uma actividade com o objectivo de testar de forma segura uma situação real.
Os modelos
[editar | editar código-fonte]A função de um modelo é descrever o funcionamento da realidade através de um pequeno número de variáveis que permita a sua conversão.
Na simulação de uma realidade é possível utilizar modelos reais e modelos virtuais.
Modelos reais
[editar | editar código-fonte]São produzidos na fase de projeto dos produtos, normalmente antes do início da produção, para avaliar as características de desempenho, operação, ergonomia e funcionalidade. Também são chamados de mock-up (modelo preliminar) [1] e é um recurso de engenharia de projeto dos mais diversos setores industriais, desde fabricantes de uma simples caneta até um fabricante de aviões.[2]
Aplicação no ensino de física
[editar | editar código-fonte]A Física é uma área que faz grande proveito de simulações para o estudo e ensino de fenômenos físicos onde os livros com suas imagens estáticas por vezes falham em representar satisfatoriamente a realidade ou, ainda, em situações onde a experimentação em laboratório se faz impossível (seja por se tratar de um fenômeno demasiadamente lento ou rápido ou dimensionalmente pequeno ou grande demais).[3] Assim, as simulações auxiliam o professor e o aluno a enxergar tais fenômenos, bem como fenômenos muito abstratos e complexos, possibilitando que o mesmo evento possa ser facilmente reproduzido tantas vezes quantas forem necessárias.[4]
Porém, como toda simulação, esta é construída a partir de um modelo físico-matemático que descreve certo fenômeno. Um modelo é uma forma de representar/interpretar a realidade ou parte dela.[5] É importante ressaltar que modelos são uma versão simplificada da realidade e, portanto, uma simulação de um fenômeno sempre proverá um resultado aproximado do real observado em laboratório. Uma simulação é tão melhor quanto menores são as simplificações contidas no modelo e mais próximo do real é o resultado apresentado.
Limitações para o uso de simulações no ensino de física
[editar | editar código-fonte]Como qualquer abordagem para o ensino, sua utilização possui algumas restrições as quais exigem que o professor tome um pouco de cuidado. Um artigo publicado na Revista Brasileira de Ensino de Física[6] elencou algumas dificuldades que podem comprometer a ação do professor, dividindo-as em termos de hardware e software.
Os problemas de hardware estariam ligados à infraestrutura da escola/região dos alunos. Para que um ensino baseado no uso de simulações seja efetivo, é necessário que os alunos tenham acesso aos computadores. Uma escola que não tenha como disponibilizar um computador pra cada aluno ou cujos computadores tenham acesso limitado (ou sequer tenham) à internet. Outro problema é o fato de a tecnologia avançar cada vez mais rápido, o que torna um computador moderno do ano obsoleto no ano seguinte, além das despesas com manutenção (que vai desde o custo com as peças das máquinas em si até o salário do profissional responsável por esse serviço).
Já os problemas relacionados aos softwares dizem respeito à qualidade dos mesmos, uma vez que crescem em quantidade cada vez mais rapidamente, as escolas e professores não dão conta de conhecer programas o suficiente para escolher um mais adequado. Tal como acontece com os hardwares, a distribuição também é fundamental para que o ensino seja eficiente. De pouco adianta o aluno usar determinado programa apenas em horário de aula e, quando volta pra casa, não o tem disponível para utilizar, o que acaba impedindo que o professor passe trabalhos e atividades, por exemplo.
Finalmente, de nada adianta a escola dispor dos melhores computadores munidos com os melhores softwares se o professor não conseguir extrair todo seu potencial. Assim sendo, o professor que quiser praticar essa abordagem de ensino deverá estar sempre engajado e se manter atualizado.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Deolinda Pacheco, Fernando Marques, Ricardo Soares, Porto Editora, Aplicações informáticas A, 2006, Porto.
Referências
- ↑ «Mock-up (s.m.)». Dicionário Aulete. Consultado em 9 de fevereiro de 2014. Arquivado do original em 9 de março de 2014
- ↑ «Simulador de cabine da Poli avalia conforto de passageiros de avião». USP. 27 de março de 2012. Consultado em 9 de março de 2014
- ↑ Medeiros, Alexandre; Medeiros, Cleide Farias de (junho de 2002). «Possibilidades e Limitações das Simulações Computacionais no Ensino da Física». Revista Brasileira de Ensino de Física. 24 (2): 77–86. ISSN 1806-1117. doi:10.1590/S0102-47442002000200002
- ↑ MACêDO, Josué Antunes de; DICKMAN, Adriana Gomes; ANDRADE, Isabela Silva Faleiro de. Simulações computacionais como ferramentas para o ensino de conceitos básicos de Eletricidade. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, [s.l.], v. 29, p.562-613, 8 out. 2012. Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). http://dx.doi.org/10.5007/2175-7941.2012v29nesp1p562.
- ↑ MACêDO, Josué Antunes de. SIMULAÇÕES COMPUTACIONAIS COMO FERRAMENTA AUXILIAR AO ENSINO DE CONCEITOS BÁSICOS DE ELETROMAGNETISMO: Elaboração de Um Roteiro de Atividades para Professores do Ensino Médio. 2009. 137 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Ensino de CiÊncias e MatemÁtica, PontifÍcia Universidade CatÓlica de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2009.
- ↑ Fiolhais, Carlos; Trindade, Jorge (setembro de 2003). «Física no computador: o computador como uma ferramenta no ensino e na aprendizagem das ciências físicas». Revista Brasileira de Ensino de Física. 25 (3): 259–272. ISSN 1806-1117. doi:10.1590/S1806-11172003000300002