Monte Sião – Wikipédia, a enciclopédia livre
Monte Sião הַר צִיוֹן (Har Tziyyon) جبل صهيون (Jabel Sahyoun) | |
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Monte Sião visto do Hotel Monte Sião | |
Monte Sião | |
Coordenadas | |
Altitude | 765 m |
Continente | Ásia |
Região geográfica | Oriente Médio |
Países | Israel |
Localidades mais próximas | Jerusalém |
Monte Sião (em hebraico: הַר צִיוֹן; romaniz.: Har Tsiyyon; em árabe: جبل صهيون; romaniz.: Jabel Sahyoun) é um monte em Jerusalém localizado bem ao lado da muralha da Cidade Antiga e historicamente associado ao Monte do Templo.[1] O termo é frequentemente utilizado para designar a Terra de Israel.[2]
Etimologia
[editar | editar código-fonte]A etimologia da palavra "Sião" ("ṣiyyôn") é incerta.[3][4][5]
Mencionado na Bíblia em II Samuel (II Samuel 5:7) como sendo o nome do local onde estava uma fortaleza jebusita conquistada pelo rei Davi, sua origem provavelmente é anterior à chegada dos antigos israelitas.[3][4] Se for semítico, pode ser derivado da raiz hebraica "ṣiyyôn" ("castelo"), da árabe "ṣiyya" ("terra seca") ou ainda da árabe "šanā" ("proteger" ou "cidadela").[4][5] É possível que o termo também esteja relacionado à raiz árabe "ṣahî" ("subir até o topo") ou "ṣuhhay" ("torre" ou "o cume da montanha").[5] Uma relação não-semítica com a palavra hurriana "šeya" ("rio" ou "riacho") também já foi sugerida.[5]
Sahyun (em árabe: صهيون, Ṣahyūn ou Ṣihyūn) é a palavra para "Sião" em árabe e em siríaco.[6] Um vale chamado "Wâdi Sahyûn" (uádi significa "vale") aparentemente preserva o nome original e está localizado a aproximadamente três quilômetros do Portão de Jaffa da Cidade Velha.[6]
A frase "Har Tzion" aparece nove vezes na Bíblia judaica,[7] mas escrita com um tsade e não um zayin.[8]
História
[editar | editar código-fonte]De acordo com o relato em II Samuel (II Samuel 5:7), depois de conquistar a "fortaleza de Sião", David construiu ali seu palácio e a Cidade de David.[9] O local foi mencionado também em Isaías 60:14, nos Salmos e em I Macabeus (ca. século II a.C.).[9]
Depois da conquista da cidade jebusita, o monte da Cidade Baixa foi dividido em diversas partes. A mais alta, ao norte, tornou-se o local onde estava o Templo de Salomão. Com base em escavações arqueológicas que revelaram seções da muralha deste primeiro templo, acredita-se que ali era de fato o antigo Monte Sião.[10]
No final do período do Primeiro Templo, Jerusalém se expandiu para o oeste.[11] Pouco antes da conquista romana de Jerusalém e da destruição do Segundo Templo, Josefo descreveu o Monte Sião como uma colina do outro lado do vale para o oeste.[9] Assim, a colina ocidental que se estendia pelo sul da Cidade Velha acabou sendo conhecida como "Monte Sião" e assim permanece desde então.[9] No final do período romano, uma sinagoga foi construída na entrada da estrutura conhecida como "Túmulo de Davi", provavelmente por causa da crença de que Davi teria trazido a Arca da Aliança até ali vinda de Bete-Semes e Quiriate-Jearim antes da construção do Templo.[12]
Em 1948, o Monte Sião foi ligado ao bairro de Yemin Moshe, em Jerusalém Ocidental, através de um túnel estreito. Durante a guerra da independência, uma forma alternativa para evacuar feridos e transportar suprimentos aos soldados que estavam no alto do monte se fez necessária. Um teleférico capaz de carregar 250 kg foi instalado e era operado apenas à noite para evitar ser detectado. O aparelho ainda existe e está no Hotel Monte Sião.[13]
Entre 1948 e 1967, quando a Cidade Velha esteve sob ocupação jordaniana, aos israelenses foi negada a permissão de irem até seus lugares santos. O Monte Sião foi designado uma terra de ninguém entre Israel e Jordânia.[14] O monte era o local mais próximo do local do antigo Templo de Jerusalém ainda acessível aos israelenses. Até a reconquista de Jerusalém Oriental durante a Guerra dos Seis Dias, os israelenses subiam no teto do Túmulo de Davi para orar.[15]
A sinuosa estrada que leva ao topo do Monte Sião é conhecida como "Caminho do Papa" ("Derekh Ha'apifyor") e foi pavimentada em homenagem às históricas visitas a Jerusalém pelo papa Paulo VI em 1964.[14]
Pontos turísticos
[editar | editar código-fonte]Entre os mais importantes estão a Abadia da Dormição, o Túmulo de Davi e a Sala da Última Ceia. A maior parte dos historiadores e arqueologistas não acreditam que o "Túmulo de Davi" seja de fato o local onde estaria enterrado o rei Davi. A Câmara do Holocausto ("Martef HaShoah"), a precursora do Yad Vashem, também está no Monte Sião, assim como o cemitério protestante onde Oscar Schindler, um "justo entre as nações" que salvou mais de 1 200 judeus durante o Holocausto, está enterrado.[16]
Arqueologia
[editar | editar código-fonte]Em 1874, o britânico Henry Maudsley descobriu uma grande seção de rochas e diversos grandes tijolos de pedra no Monte Sião que, acredita-se, formavam a base da "Primeira Muralha" citada por Josefo. Muitas delas haviam sido utilizadas para construir uma murada de contenção à volta do portão principal da escola do bispo Gobat (local que depois ficou conhecido como "Instituto Americano para Estudos da Terra Santa" e a "Universidade de Jerusalém").[17]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ The Significance of Jerusalem: A Jewish Perspective
- ↑ This is Jerusalem, Menashe Harel, Canaan Publishing, Jerusalem, 1977, pp.194-195
- ↑ a b Terry R. Briley (2000). Isaiah, Volume 1 - The College Press NIV commentary: Old Testament series. [S.l.]: College Press. p. 49. ISBN 978-0-89900-890-5
- ↑ a b c Tremper Longman, Peter Enns (2008). Tremper Longman, Peter Enns, ed. Dictionary of the Old Testament: wisdom, poetry & writings, Volume 3 Illustrated ed. [S.l.]: InterVarsity Press. p. 936. ISBN 978-0-8308-1783-2
- ↑ a b c d Geoffrey W. Bromiley (1982). Geoffrey W. Bromiley, ed. International Standard Bible Encyclopedia: E-J Volume 2 Revised ed. [S.l.]: Wm. B. Eerdmans Publishing. p. 1006. ISBN 978-0-8028-3782-0
- ↑ a b Palestine Exploration Fund (1977). Palestine exploration quarterly. [S.l.]: Published at the Fund's Office. p. 21
- ↑ The Responsa Project: Version 13, Bar Ilan University, 2005
- ↑ Kline, D.E., A Comprehensive Etymological Dictionary of the Hebrew Language for readers of English, Carta Jerusalem, The University of Haifa, 1987, pp.XII-XIII
- ↑ a b c d Bargil Pixner (2010). Rainer Riesner, ed. Paths of the Messiah. Translated by Keith Myrick, Miriam Randall. [S.l.]: Ignatius Press. pp. 320–322. ISBN 978-0-89870-865-3
- ↑ This is Jerusalem, Menashe Harel, Canaan Publishing, Jerusalem, 1977, p.193, 272
- ↑ This is Jerusalem, Menashe Harel, Canaan Publishing, Jerusalem, 1977, p.272
- ↑ This is Jerusalem, Menashe Harel, Canaan Publishing, Jerusalem, 1977, p.273
- ↑ «Mt. Zion Cable Car». Consultado em 13 de janeiro de 2015. Arquivado do original em 13 de agosto de 2012
- ↑ a b Bar-Am, Aviva. «On the spot». Jerusalem Post. Consultado em 23 de outubro de 2007[ligação inativa]
- ↑ Jerusalem Divided: The Armistice Regime, 1947-1967, Raphael Israeli, Routledge, 2002, p. 6
- ↑ Rubinstein, Danny. «A sign points to the grave». Haaretz.com. Consultado em 23 de outubro de 2007[ligação inativa]
- ↑ «Jerusalem's Essene Gateway». Consultado em 13 de janeiro de 2015. Arquivado do original em 19 de janeiro de 2015