Mopsuéstia – Wikipédia, a enciclopédia livre
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Localidade | ||||
Ponte romana de Mopsuéstia sobre o rio Píramo | ||||
Localização | ||||
Localização das ruínas de Mopsuéstia na Turquia | ||||
Coordenadas | 36° 57′ 28″ N, 35° 37′ 26″ L | |||
País | Turquia | |||
Região | Mediterrâneo | |||
Província | Adana | |||
Distrito | Yüreğir | |||
Características geográficas | ||||
Altitude | 25 m |
Mopsuéstia (em grego: Μοψουεστία; romaniz.: Mopsou(h)estia; em latim: Mopsuestenus) foi uma antiga cidade da Cilicia Campestris, junto ao rio Píramo (atualmente rio Ceyhan), situada aproximadamente 20 km a leste da antiga Antioquia na Cilícia (atual Adana, no sul da Turquia). Situava-se na estrada que ligava Tarso a Isso.
Ao longo da sua história foi também conhecida pelos nomes de Mopsos, Mopsucrenas (Mopsucrenae ), Selêucia no Píramo (em grego clássico: Σελεύκεια πρὸς τὸν Πύραμον; romaniz.: Seleukeia pros ton Pyramon; em latim: Seleucia ad Pyramum), Hadriana (ou Adriana), Décia, al-Maṣṣīṣah, Mamistra, Mamistao, Messis, Mensis, Missis, Misis. Na Idade Média os nomes mais comuns eram Mamistra, para os cristãos, e al-Massisa para os muçulmanos. O nome da aldeia que existe atualmente no local é Yakapınar, a qual faz parte do distrito de Yüreğir, província de Adana e região do Mediterrâneo.
História
[editar | editar código-fonte]Segundo a lenda, a cidade foi fundada pelo adivinho Mopso, que viveu antes da Guerra de Troia, mas raramente é mencionado antes da era cristã. Plínio, o Velho chamou-lhe a cidade independente de Mopsos[1], mas o nome mais comum é Mopsuéstia, como se encontra nas obras de Estêvão de Bizâncio (século VI d.C.) e nas de todos os geógrafos e cronistas cristãos.[2]
Quando esteve sob o domínio do Império Selêucida, a cidade foi chamada Selêucia no Píramo, nome que foi abandonado após a conquista romana. Durante o reinado de Adriano foi rebatizada com o nome desse imperador romano; o durante o reinado de Décio tomou o nome de Décia e o mesmo se passou com outros imperadores romanos, como se deduz pelas inscrições e moedas da cidade. Constâncio II (317–361) mandou construir uma ponte magnífica sobre o Píramo,[3] que foi depois restaurada por Justiniano (r. 527–565)[4][2] e de novo recentemente.
O cristianismo foi aparentemente introduzido em Mopsuéstia muito cedo e há referência a um bispo no século III, Teodoro, o adversário de Paulo de Samósata. Outros residentes célebres da cidade no período cristão primitivo são Santo Auxêncio (m. 360) e Teodoro, bispo de Mopsuéstia entre 392 e 428 e primo e professor de Nestório.[2]
A cidade foi conquistada pelos Árabes no início da expansão islâmica — em 686 todos os fortes circundantes tinham sido tomados pelos invasores, que em 700 fortificaram a cidade,[5] a que chamavam al-Maṣṣīṣah. Devido à sua localização na fronteira entre o califado e o Império Bizantino, a cidade foi repetidamente disputada e mudou de mãos em diversas ocasiões. Em 964 foi cercada sem sucesso pelas tropas de João I Tzimisces, tendo sido tomada no ano seguinte após um longo e difícil cerco por Nicéforo II Focas.[2]
Mopsuéstia tinha então 200 000, uma parte deles muçulmanos, e os Bizantinos esforçaram-se por recristianizar a cidade. O rio Píramo formava um grande porto que se estendia por quase 30 km até ao mar. Em 1097 os cruzados tomaram posse da cidade e envolveram-se numa luta fratricida sob as suas muralhas. Permaneceu na posse de Tancredo da Galileia, que a a anexou no Principado de Antioquia. A cidade sofreu muito com as guerras mortíferas entre cruzados, Arménios e Bizantinos, mudando de mãos várias vezes, nomeadamente em 1106, 1152 e 1171. Finalmente os Bizantinos abandonaram-na para os Arménios. Incendiada em 1266, Mamistra, como era então conhecida, foi durante dois anos a capital do Reino Arménio da Cilícia, quando um conselho ali se reuniu. Embora nesse tempo já se encontrasse em declínio, ainda contava com pelo menos quatro igrejas arménias, e a diocese grega ainda existia no início do século XIV.[6] Em 1322 os Arménios sofreram uma grande derrota sob as suas muralhas. Em 1432, o peregrino francês Bertrandon de la Broquière menciona a cidade governada pelos muçulmanos e em grande parte destruída. Desde então declinou continuamente e no período otomano tornou-se uma pequena aldeia com o nome de Misis.[2] A aldeia foi rebatizada Yakapınar na década de 1960.
Atualidade
[editar | editar código-fonte]Na aldeia de Yakapınar existe o Museu do Mosaico de Misis, fundado em 1959 para expor os mosaicos descobertos na área.
Mopsuéstia continua a ser uma sé titular da Igreja Católica Romana, cujo lugar está vago desde a morte do último bispo, Joseph Gotthardt, em 1963.[7]
Notas e referências
[editar | editar código-fonte]- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Mopsuestia», especificamente desta versão.
- ↑ Plínio, V, 22
- ↑ a b c d e Enciclopédia Católica 1913
- ↑ Malalas 488, XIII; P.G., XCVII
- ↑ Procópio de Cesareia, V. 5
- ↑ Teófanes, A. M. 6178, 6193
- ↑ Le Quien, p. 1002
- ↑ Cheney, David M. «Mopsuestia (Titular See)». www.catholic-hierarchy.org (em inglês). Consultado em 10 de junho de 2013
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]Este artigo incorpora texto de uma publicação, atualmente no domínio público: Enciclopédia Católica de 1913, disponível em:
- Catholic Encyclopedia (1913)/Mopsuestia no Wikisource em inglês.
- Hild, Friedrich; Hellenkemper, Hansgerd (1990), Tabula Imperii Byzantini, Band 5: Kilikien und Isaurien, ISBN 3-7001-1811-2 (em alemão), Viena: Verlag der Österreichischen Akademie der Wissenschaften
- Le Quien, Michel (1740), Oriens christianus, II
- Malalas, João (488), Cronografia
- Plínio, História Natural, 77-79 d.C., pp. V, 22
- Procópio de Cesareia. Sobre os Edifícios
- Teófanes, o Confessor, Cronografia