Movimento Música para Baixar – MPB – Wikipédia, a enciclopédia livre
O Movimento Música para Baixar – MPB é um movimento artístico que milita pela democratização da música sem a interferência de terceiros, disponibilizando o seu trabalho através da internet e tornando-o acessível a todos os públicos. Este movimento surgiu dentro de outro movimento, o Cultura Livre.
Ele se contrapõe à atual estrutura do mercado musical, que reputa excludente, e defende o reconhecimento legal do direito de compartilhar arquivos digitais de música.[1][2][3]
Adeptos deste movimento defendem o livre compartilhamento de arquivos musicais via internet e a flexibilização do direito autoral. O movimento conta com a adesão de artistas e músicos preocupados com a questão da censura na web.[4]
O movimento faz parte do Conselho Rede Música Brasil.[5]
História do Movimento
[editar | editar código-fonte]“ | "A internet surge como uma ferramenta semi-livre, em função das ‘telefonias’, mas muito mais democrática, onde todo mundo pode ficar cara-a-cara com o artista, com o compositor, e isto é fundamental! Hoje, tiro mais de 50% da venda de CDs pra mim, porque fabrico meu próprio CD, sei onde está meu público. Tenho um preço justo e honesto. Quem vai dar sobrevida à carreira do artista não é a gravadora, não é a rádio, é o público!”"[6] | ” |
O manifesto foi engajado pela banda O Teatro Mágico e seu líder, Fernando Anitelli. Eles participaram da formação e diretrizes do movimento MPB, que “volta os olhos” – não só dos artistas como também do público – para a questão dos direitos autorais e a censura na web[7].
Muitas bandas e artistas estão aderindo ao movimento como forma de divulgação de seus trabalhos[8]. Segundo Gustavo Anitelli, “o fato de muitas pessoas ouvirem músicas na internet faz muitas pessoas irem aos shows e comprarem os CDs das bandas que estão ouvindo”[9].
Para o jornalista e músico Arthur de Faria, ao contrário do que muitos pensam, este movimento não quer e não vai acabar com o direito autoral[10].
Conceitos
[editar | editar código-fonte]Segundo os defensores deste movimento "Quem baixa música não é pirata, é divulgador! Semeia gratuitamente projetos musicais". Sem se vincular a um gênero musical, e para além do contexto da música, o MPB se propõe a articular arte, tecnologia e comunicação colaborativa, pretendendo levar suas propostas para o maior número de pessoas.[11]
O movimento busca estabelecer o que define como uma nova relação entre o capital e o trabalho, por meio de conceitos e práticas da economia solidária, em função de uma alegada grande demanda de diferentes agentes culturais pela geração autônoma de renda. Além disso, combatem a prática do jabá nos veículos de comunicação, sob o argumento de que ele corrompe e prejudica as manifestações culturais[12].
Críticas
[editar | editar código-fonte]Os críticos deste movimento defendem que um modelo livre demais pode prejudicar artistas que vivem apenas de composições e não fazem apresentações. Para eles “não se deve criminalizar o usuário, mas estabelecer algum tipo de taxa sobre aqueles que efetivamente lucram com o comércio de música na internet”[9].
Críticas de Rick Bonadio
[editar | editar código-fonte]Em 2009, o diretor musical Rick Bonadio fez duras críticas ao movimento. Segundo ele, “quem dá música de graça na internet é estúpido e não valoriza seu trabalho. Quem baixa músicas sem autorização sabe que está lesando o artista”.
Em resposta, o músico Fernando Anitelli, um dos maiores entusiastas da música livre no Brasil, disse: “não seja tão mal educado, alguém que se diz realizado não precisa chamar de estúpida uma nova geração de músicos”[13].
Marcos do Movimento
[editar | editar código-fonte]Um dos marcos do movimento aconteceu em 2011, com o Festival Internacional de Música Livre.[14]
Em 2013, a música Canção da Terra tornou-se a primeira música de livre distribuição e gestão de obra feita pelo autor a fazer parte de uma trilha sonora de novela (presente na novela Flor do Caribe).[15]
Bandas/Artistas Participantes do Movimento
[editar | editar código-fonte]Muitos artistas e bandas já aderiram ao movimento. Abaixo segue o nome de alguns:[16][17]
Nacionais
[editar | editar código-fonte]- O Teatro Mágico[18]
- Fernando Anitelli Trio
- Leoni
- Móveis Coloniais de Acaju
- Yanto Laitano
- GOG
- Ellen Oléria
Internacionais
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Serviço Federal de Processamento de Dados. «O Poder público mostra sua produção». Consultado em 19 de junho de 2010
- ↑ O Globo. «Manifesto Movimento Música para Baixar». Consultado em 18 de junho de 2010
- ↑ Portal da Amazônia. «Banda Klethus divulga rock roraimense com single na internet». Consultado em 18 de junho de 2010
- ↑ araras.sp.gov.br/ “O Teatro Mágico” abrirá 1º Festival do Café & Chocolate
- ↑ acessototalrevista.org/[ligação inativa] Sobre a FMB
- ↑ culturabrasil.com.br/[ligação inativa] Fernando Anitelli: “Música livre não é caridade!"
- ↑ tpmidia.org/[ligação inativa] Nem só de mídia é feita a música!
- ↑ brasilcultura.com.br/ O que é o Creative Commons
- ↑ a b agenciabrasil.ebc.com.br/ Daniel Mello, Agência Brasil, página visitada em 27 de março de 2013. Artistas querem mais transparência no pagamento de direitos autorais
- ↑ sul21.com.br/ Arthur de Faria: “Careta é não poder viver da música”
- ↑ Software Livre Brasil. «Comunidade do Movimento Música para Baixar - MPB». Consultado em 18 de junho de 2010
- ↑ Folha de Boa Vista. «Movimento 'Música para Baixar' se fortalece». Consultado em 20 de junho de 2010
- ↑ ambientemusical.net/ Rick Bonadio discute com O Teatro Mágico no Twitter
- ↑ advivo.com.br/ O Festival Internacional de Música Livre
- ↑ revista.espiritolivre.org/ Arquivado em 11 de abril de 2013, no Wayback Machine. Pedro Munhoz e Teatro Mágico criam o primeiro contrato de música livre no Brasil
- ↑ O Globo. «Zélia Duncan, Léo Jaime e Leoni encabeçam manifesto que defende fã que baixa música». Consultado em 18 de junho de 2010
- ↑ Terra. «Chat com O Teatro Mágico». Consultado em 20 de junho de 2010[ligação inativa]
- ↑ guarulhosweb.com.br/ Evento marca ainda final do Festival de Música Estudantil e lançamento de mais Pontos de Cultura
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- mucurycultural.org/ O Movimento Música para Baixar – MPB
- ufjf.br/ Mozart no Holodeck, por Cristiano Otaviano
- «Movimento Música para Baixar»
- «Manifesto Música para Baixar»
- «MPF recebe movimento em prol da reforma da Lei de Direitos Autorais»
- «Como construir uma cena de música independente sustentável?»
- «O Teatro Mágico e os novos rumos da produção de cultura»
- «Festa da Música Para Baixar – SHOW NUVENS Pós Show TM»