Movimento identitário – Wikipédia, a enciclopédia livre
O movimento identitário é um movimento de extrema-direita que se popularizou na Europa pós-II Guerra Mundial,[2][3] afirmando o direito dos europeus e povos de origem europeia a uma cultura e territórios reivindicados como pertencendo exclusivamente a eles. Teve sua origem em França baseando-se nas ideias ontológicas da moderna filosofia alemã, e foi complementada a partir dos anos 60 por ensaístas como Alain de Benoist, Dominique Venner, Guillaume Faye e Renaud Camus, considerados os líderes intelectuais do movimento.[4][5]
Ainda que ocasionalmente condenando o racismo e promovendo uma sociedade etnopluralista, argumenta que certos modos de ser são típicos de grupos específicos de pessoas e povos, inspirado sobretudo nas ideias dos pensadores da Revolução Conservadora Alemã, e em certos casos influenciados pelas teorias nazis[6][7], através dos líderes da Nova Direita Europeia.[8][9][5]
Alguns identitários defendem explicitamente ideias de xenofobia e racialismo, mas a maioria limita as suas declarações públicas a uma linguagem mais dócil. Alguns deles promovem a criação de estados étnicos brancos, excluindo os migrantes e residentes não-brancos.[10][11] O Movimento Identitário foi classificado em 2019 pelo Gabinete Federal para a Proteção da Constituição alemão como ideologicamente pertencente ao extremismo de direita.[12]
O movimento é mais visível na Europa, e embora com as suas raízes na Europa Ocidental, tem se espalhado rapidamente da parte oriental do continente através dos esforços deliberados de personalidades como Faye. Tem também aderentes entre os nacionalistas brancos[13][14][15] da América do Norte, Austrália e Nova Zelândia[16][17][18][13] O Southern Poverty Law Center, baseado nos EUA, considera muitas dessas organizações como grupos de ódio .[16][17][18][13]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Weiß, Volker (21 de março de 2013). «Nicht links, nicht rechts – nur national». Die Zeit (em alemão)
- ↑ Mudde 2019
- ↑ Taguieff 2015
- ↑ Teitelbaum 2017, p. 31
- ↑ a b Mudde 2019
- ↑ François, Stéphane. «La Nouvelle Droite et le nazisme. Retour sur un débat historiographique». Revue Française d'Histoire des Idées Politiques (em francês). 46. pp. 93–115. doi:10.3917/rfhip1.046.0093
- ↑ Hentges, Gudrun, Gürcan Kökgiran, and Kristina Nottbohm (2014). "Die Identitäre Bewegung Deutschland (IBD)–Bewegung oder virtuelles Phänomen" In: Forschungsjournal Soziale Bewegungen 27(3): 1–26.
- ↑ Teitelbaum 2017, p. 31
- ↑ Camus 2019, p. 73: "Although this is questionable, de Benoist and Dominique Venner are also seen as the forefathers of the “identitarian” movement in Europe."
- ↑ Vejvodová 2014
- ↑ Burley, Shane (2017). Fascism Today: What It Is and How to End It (em inglês). [S.l.]: AK Press. p. 66. ISBN 978-1-84935-295-6
- ↑ Staff (11 de julho de 2019). «Identitäre Bewegung als rechtsextrem eingestuft». Deutsche Welle (em alemão)
- ↑ a b c Ebner, Julia (24 de outubro de 2017). «The Fringe Insurgency» (PDF). Institute for Strategic Dialogue.
Identitarianism is a pan-European ethno-nationalist movement
- ↑ «White nationalists charter ship to catch Muslims in the Mediterranean». miamiherald. Consultado em 5 de agosto de 2017.
White nationalists charter ship to catch Muslims in the Mediterranean... Generation Identity, whose members call themselves Identitarians
- ↑ «Antifa, alt-right, white supremacy: A glossary of terms to know». The Tennessean (em inglês). Consultado em 20 de outubro de 2017.
Identitarianism: A white nationalist movement with roots in Europe, popularized in the United States in the last couple years through groups like Identity Evropa fliering college campuses.
- ↑ a b «Your Handy Field Guide to the Many Factions of the Far Right, From the Proud Boys to Identity Evropa». Wired (em inglês). Consultado em 17 de outubro de 2017
- ↑ a b «American Racists Work to Spread 'Identitarian' Ideology». Hatewatch. Southern Poverty Law Center. 12 de outubro de 2015
- ↑ a b Knight, Ben (20 de março de 2017). «German right-wing Identitarians 'becoming radicalized'». Deutsche Welle. Consultado em 17 de outubro de 2017
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Camus, Jean-Yves; Lebourg, Nicolas (2017). Far-Right Politics in Europe (em inglês). [S.l.]: Harvard University Press. ISBN 978-0674971530
- Camus, Jean-Yves (2019). «Alain de Benoist and the New Right». In: Sedgwick, Mark. Key Thinkers of the Radical Right: Behind the New Threat to Liberal Democracy (em inglês). [S.l.]: Oxford University Press. pp. 73–90. ISBN 9780190877613
- Mudde, Cas (2019). The Far Right Today (em inglês). [S.l.]: John Wiley & Sons. ISBN 978-1-5095-3685-6
- Taguieff, Pierre-André (2015). La revanche du nationalisme: Néopopulistes et xénophobes à l'assaut de l'Europe (em francês). [S.l.]: Presses Universitaires de France. ISBN 978-2-13-072950-1
- Teitelbaum, Benjamin R. (2017). Lions of the North: Sounds of the New Nordic Radical Nationalism (em inglês). [S.l.]: Oxford University Press. ISBN 978-0-19-021259-9
- Vejvodová, Petra (Setembro de 2014). The Identitarian Movement – renewed idea of alternative Europe (PDF). ECPR General Conference (em inglês). Masaryk University, Brno: Department of Political Science, Faculty of Social Studies. Consultado em 10 de maio de 2017
- Virchow, Fabian (2015). «The 'Identitarian Movement': What Kind of Identity? Is it Really a Movement?». In: Simpson, Patricia Anne; Druxes, Helga. Digital Media Strategies of the Far Right in Europe and the United States (em inglês). Lanham, Maryland: Lexington Books. pp. 177–90. ISBN 978-0739198810
- Zúquete, José Pedro (2018). The Identitarians: The Movement against Globalism and Islam in Europe. [S.l.]: University of Notre Dame Press. ISBN 9780268104245