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Museu Vicente Pallotti
Museu Vicente Pallotti
Informações gerais
Tipo Paleontologia
Inauguração 1959
Website www.pallotti.com.br
Geografia
País Brasil
Localidade Av. Presidente Vargas, 115 - Patronato.
Santa Maria,Rio Grande do Sul, Brasil
Coordenadas 29° 42′ 09″ S, 53° 49′ 39″ O
Mapa
Localização em mapa dinâmico

O Museu Vicente Pallotti é um museu multidisciplinar brasileiro, localizado em Santa Maria, estado no Rio Grande do Sul, sendo mantido pela Sociedade Vicente Pallotti. É um dos principais museus do estado e parte do seu acervo é tombada pelo IPHAN.

O museu é uma instituição mantida pela Sociedade Vicente Pallotti. Sua missão oficial é "coletar, pesquisar e preservar os testemunhos materiais do homem e ambiente, com o objetivo de colocar o acervo a serviço da comunidade, para fins de conhecimento, estudo e reflexão".[1]

O museu iniciou sua história como uma coleção científica fundada em 1° de janeiro de 1935 no Distrito de Vale Vêneto, em São João do Polêsine, pelos padres palotinos José Pivetta e Valentim Zamberla, ambos cientistas especializados em taxonomia. O primeiro item coletado foi um quati taxidermizado.[2] Em 1959 o espaço destinado já não comportava um acervo que crescia rapidamente, sendo então transferido para o museu de ensino do Colégio Máximo Palotino. Em 1964 o padre Daniel Cargnin, que dirigia o museu do Colégio, transferiu as coleções para o Patronato Agrícola Antônio Alves Ramos, criando um museu unificado com o nome Museu Vicente Pallotti.[3]

O padre Daniel e seu irmão o padre Abraão Cargnin eram ambos cientistas, e foram responsáveis por um importante incremento do acervo iniciando a coleção paleontológica.[4] Em 1972 seu espaço foi ampliado e em 17 de dezembro de 1982 foi declarado instituição de utilidade pública pela Prefeitura Municipal, através da Lei 2.440.[5]

Em sua trajetória experimentou períodos de dificuldade, especialmente por falta de recursos e infraestrutura precária. Entre 1994 e 1998 a instituição recebeu investimentos, possibilitando a reorganização dos seus espaços e melhoria dos seus serviços.[6]

A partir de 2004 o museu participou da criação do Sistema Municipal de Museus, formalizado em 22 de outubro de 2008, com a missão de "facilitar e estimular o diálogo entre os museus, instituições e processos museológicos afins, contribuindo na interação e fortalecimento de uma diversificada rede de parceiros com função de preservar, gerenciar e socializar o patrimônio histórico, cultural e científico municipal". Logo após o museu indicou um dos três integrantes do Comitê Gestor.[7]

O museu ajudou a formar outras instituições. Em 1965 parte da coleção paleontológica foi transferida para o Laboratório de Ensino em Ciências Sociais da Unijuí, sendo o núcleo fundador do Museu Antropológico Diretor Pestana.[3] Em 2005 o museu doou a coleção de exsicatas coletadas pelo padre Pivetta para o Herbário Rioclarense.[8]

Tem 14 salas de exposição e um acervo de cerca de 60 mil peças, contemplando as áreas de arqueologia, geologia, mineralogia, paleontologia, zoologia, botânica, etnologia, história, arte, tecnologia, cultura e sociedade.[9][6][10] Segundo Machado, Marchiori & Sanchez, a riqueza do seu acervo coloca o museu entre os mais importantes do estado.[11] Segundo Brito, "é considerado um dos maiores e mais completos museus situados no estado do Rio Grande do Sul".[12] Na descrição de Mattos,

"Com relíquias dos séculos XIX e XX, pode-se citar, por exemplo, equipamentos da imprensa, da indústria gráfica, de usos e costumes, mobiliários e ferramentas do universo do trabalho. Do mesmo modo, a coleção conta com objetos cerimoniais, que representam os ritos da Igreja Católica, equipamentos de comunicação, de medição, registro, observação e processamento. Além disso, peças de armaria, objetos pecuniários e, por fim não menos importante, os brinquedos, peças que preservam memórias afetivas, bem como a própria infância de diversas gerações. [...] Há coleções de bens culturais, procedentes de escavações, prospecções e achados arqueológicos da cultura material dos guaranis. [...] No acervo destinado às ciências naturais, encontraram-se animais taxidermizados, mamíferos, repteis, peixes entre outros, originários do sul e de outras regiões do Brasil. [...] O museu possui peças fósseis de grande importância científica, como vertebrados e plantas fósseis do Triássico".[10]

Um dos destaques do acervo é a coleção de arte sacra missioneira, em grande parte tombada pelo IPHAN.[11] Para Ahlert, esta coleção é especialmente significativa por ilustrar o processo de mestiçagem entre as culturas europeia e indígena e, ao lado dos registros escritos, oferece importante informação sobre a formação histórica e social da região.[13]

Sua seção paleontológica também merece nota, tendo a maior coleção de fósseis coletados na região de Santa Maria,[14] sendo incluída na Rota Paleontológica Santa Maria - São Pedro - Mata.[15] Nela há fósseis especialmente significativos, como a espécie-tipo do gênero de cinodontes Therioherpeton (Therioherpeton cargnini), considerado um elo na evolução entre répteis e mamíferos, e um crânio do rincossauro Scaphonyx fischeri.[14]

Referências

  1. "Apresentação". Museu Vicente Palotti
  2. Brito, Bruna Ricci. Informatização da coleção do Herbário José Pivetta. Universidade Estadual Paulista, 2010, pp. 6-8
  3. a b Montardo, Doris Ketzer. "Revisão da história do acervo de geologia da Unijuí". Inː XIV Seminário de Iniciação Científica - XII Jornada de Pesquisa - VIII Jornada de Extensão. Unijuí, 06-12/11/2007
  4. "Museu Vicente Pallotti (Santa Maria, 1935)". Inː Os Museus mais Antigos do Rio Grande do Sul. Sistema Estadual de Museus do Rio Grande do Sul / Governo do Estado do Rio Grande do Sul, s/d.
  5. "Museu Vicente Pallotti". Prefeitura Municipal de Santa Maria
  6. a b Brito, p. 8
  7. Souza, Marcio Andrei Flores. A revitalização do Museu de Arte de Santa Maria: história, memória e patrimônio cultural. Universidade Federal de Santa Maria, 2016, p. 28
  8. Brito, p. 4
  9. "Museu Vicente Pallotti guarda relíquias em Santa Maria". Diário de Santa Maria, 10/10/2022
  10. a b Mattos, Elaine Patricia Farias de. A trova como difusor do turismo em Santa Maria e região. Universidade Federal de Santa Maria, 2022, pp. 41-42
  11. a b Machado, Paulo F. S.; Marchiori, José N. C.; Sanchez, Danieli. "Anatomia do lenho de esculturas do Museu Vicente Palotti (Santa Maria, RS, Brasil)ː 1 - descrição anatômica do Menino". Inː Balduinia, 2018 (32)ː 0-17
  12. Brito, p. 7
  13. Ahlert, Jacqueline. Estátuas andarilhas: as miniaturas na imaginária missioneira. Pimenta Cultural, 2020, pp. 401-402
  14. a b Stochero, Cleusa Maria Pasetto. Educação patrimonial em paleontologia na região central do RS: construindo uma cartilha para alunos do ensino médio. Universidade Federal de Santa Maria, 2018, p. 44-45
  15. Rota Paleontológica Santa Maria - São Pedro - Mata. Prefeitura de Santa Maria

Ligações externas

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Busca no OpenStreetMap

Localização do museu