Museu do Futebol (São Paulo) – Wikipédia, a enciclopédia livre
Museu do Futebol | |
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Informações gerais | |
Tipo | esportes; história do Brasil |
Inauguração | 2008 |
Visitantes | 419.363 (2014)[1] |
Curador | Leonel Kaz |
Website | www.museudofutebol.org.br |
Geografia | |
País | Brasil |
Localidade | São Paulo |
Coordenadas | 23° 32′ 50″ S, 46° 39′ 55″ O |
Localização em mapa dinâmico |
Museu do Futebol é um espaço voltado para os mais diferentes assuntos envolvendo a prática, a história e curiosidades do futebol brasileiro e mundial. O espaço cultural foi construído dentro do Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu, na Praça Charles Miller, no bairro de mesmo nome, na zona oeste da cidade de São Paulo.[2] A obra foi realizada em um consórcio da Prefeitura de São Paulo com o governo estadual e lançado para o público no dia 29 de setembro de 2008.[3]
A iniciativa para a construção do Museu do Futebol também contou com a ajuda da Secretaria Municipal de Esportes e da São Paulo Turismo – com concepção e realização da Fundação Roberto Marinho. Desde sua inauguração, a gestão do museu é realizada pelo IDBrasil Cultura, Educação e Esporte, que também administra o Museu da Língua Portuguesa.[4] Dentre as muitas histórias contadas nos vários ambientes do museu, em uma delas é possível admirar o gramado do Pacaembu do alto, por exemplo.
O museu conta a história do futebol desde seu início no Brasil até os dias atuais. Durante o passeio, aspectos como a relação do esporte com a arte, a história das Copas do Mundo, o impacto do futebol na vida das pessoas em geral são explicados. Os visitantes têm acesso, a partir de experiências sonoras e visuais, a uma sequência de informações didáticas e ilustrativas que relacionam o esporte à vida dos brasileiros no século XX.[2]
Características
[editar | editar código-fonte]O Museu do Futebol busca preservar e difundir um acervo de referências sobre o futebol, tratado na exposição, não só como esporte, mas também como um aspecto social importante do Brasil.[5]
O Museu do Futebol ocupa três andares dentro do Pacaembu. A exposição principal é dividida em 15 salas temáticas, contando de forma interativa a chegada do futebol ao Brasil e como o futebol se tornou o esporte mais importante para os brasileiros.[2] Além das atrações, o Museu também oferece aos visitantes um acervo de conteúdos relacionados ao futebol, é a primeira biblioteca e midiateca pública especializada em futebol no Brasil.[6] A instituição também realiza exposições temporárias, como a de troféus de campeonatos estrangeiros e uma sobre o Pelé.[2][7]
Arquitetura
[editar | editar código-fonte]Com uma área de 6.900m², o Museu do Futebol preserva o patrimônio público da cidade de São Paulo e revela de forma imponente o Estádio do Pacaembu.[8]
A proposta do arquiteto Mauro Munhoz, responsável pelo Museu do Futebol, foi reutilizar a fachada do Pacaembu, projetada pelo arquiteto Ramos de Azevedo, na década de 1930, e revelar as estruturas do estádio. Cada sala do Museu deixa à vista o concreto das arquibancadas do estádio.[9] As paredes são de materiais brutos, como aço, madeiras e outros. Ainda assim, são feitas de modo a darem sentido ao que é mostrado em cada local de exposição.[2]
A arquitetura do museu também se destaca por seu projeto de acessibilidade, que visa atender visitantes com deficiência visual, auditiva, física e intelectual. Além de ser gratuita a entrada de pessoas com deficiência,[10] nos ambientes são disponibilizadas informações em braile, audioguias e elevadores estão sempre disponíveis para o uso, além de também ser possível encontrar instrutores treinados para oferecer atendimentos quando necessário. Em 2014, a implementação do projeto rendeu ao espaço o 3º lugar no IV Prêmio Ibero-Americano de Educação e Museus.[11]
A sala de número 9 é dedicada aos "Heróis" que contribuíram para a construção da identidade brasileira. Dentro da sala há homenagens para grandes nomes da literatura, como Carlos Drummond de Andrade, para pensadores, como o escritor Mário de Andrade, para a musa Carmen Miranda e, claro, para jogadores de futebol, como Domingos da Guia, entre muitos outros. Ainda na historicidade, o museu disponibiliza, na sala 10 dedicada aos Ritos de Passagens, um vídeo mostrando a final da Copa de 1950, disputada no Brasil, no qual a seleção canarinho perdeu o jogo final, em pleno Estádio do Maracanã para o Uruguai. O episódio, que ficou lembrado como Maracanaço, ainda registrou o maior público da história do futebol: segundo a Fifa, 174 mil pessoas pagaram para assistir à partida daquele 16 de julho de 1950,[12] mas outras estimativas apontam que cerca de 199 mil torcedores estavam presentes no estádio no momento do jogo.[13]
Honrarias
[editar | editar código-fonte]- 2009 - Certificado 5 estrelas em Acessibilidade, pela Secretaria Municipal de Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida de São Paulo[14]
- 2012 - Prêmio Darcy Ribeiro conferido pelo IBRAM, pelo projeto educativo Deficiente Residente[14]
- 2013 - 3º lugar no Prêmio Iberoamericano de Educação em Museus, pelo Projeto Educativo Deficiente Residente.[14][10]
Eventos
[editar | editar código-fonte]Desde o momento de sua abertura em 2008, o museu recebe diversos eventos educativos e culturais que são abertos ao público em geral. Que podem ser acompanhados no site oficial do museu.
Em agosto de 2015, o Museu do Futebol iniciou uma exposição itinerante pelo interior paulista. O "Museu do Futebol na Área", o projeto teve como intenção reproduzir alguns ambientes que podem ser encontrados em sua sede no Estádio do Pacaembu. Em cada cidade na qual o museu passou, o Centro de Referência do Futebol (CRFB), levou uma biblioteca com mais de 200 títulos que abordam as histórias dos clubes e jogadores consagrados que passaram pela região visitada. O Museu do Futebol na Área já passou por Piracicaba, Taubaté e Santos.[15][16]
Um mês antes da realização dos Jogos Olímpicos de Verão de 2016 no Brasil, o Museu do Futebol recebeu a exposição o "Futebol nas Olimpíadas", que contou com diversos painéis interativos, histórias e curiosidades do mais popular esporte brasileiro, que naquele ano conseguiu conquistar pela primeira vez em sua história um título olímpico.[17] Além disso, a programação de férias daquele ano contou com diversos equipamentos de esportes praticados nas olimpíadas como: vôlei, badminton, basquete, rugby, judô, boxe e ginástica rítmica.[18][19]
Em abril de 2017, O Museu do Futebol, em parceira com os canais ESPN, recebeu a Taça da Premier League (Primeira divisão de futebol inglês), que atraiu um grande público para o local. A taça esteve presente no Museu em sua primeira passagem no Brasil e ficou exposta para os amantes de futebol durante os dias 4 à 9 de abril. Também foram expostas camisas usadas por diversos jogadores que passaram pelo campeonato inglês que são consagrados no cenário do futebol mundial. [20]
Futebol feminino
[editar | editar código-fonte]A instituição passou a valorizar o trajeto das mulheres no mundo do futebol, através de um projeto chamado "Visibilidade para o Futebol Feminino", criado em 2015. [21] Esse projeto visa tirar da clandestinidade a historia do futebol feminino no Brasil e contar a vida de jogadoras importantes como Sissi, integrante da primeira seleção feminina convocada pela CBF, Pretinha que participou de quatro mundiais e quatro olimpíadas e Marta eleita cinco vezes a melhor jogadora do mundo pela FIFA. A exposição que resgata a história das atletas brasileiras no esporte mais popular do país, conta também com documentos com arquivos que passam a integrar o acervo do museu.[22] No Foyer do Estádio, foram homenageadas vinte e quatro jogadoras da Seleção Brasileira, desde 1988. Na sala Anjos Barrocos, que traz painéis e projeções de jogadores que fazem a historia do futebol, aparecem jogadoras como Marta e Formiga, que está há vinte anos na Seleção Brasileira. Já na sala Origens, é contada a trajetória dos primeiros times femininos no Brasil.[22]
Outro desdobramento do projeto “Visibilidade para o Futebol Feminino” é a mostra itinerante, composta por onze painéis, feita especialmente para viajar para outras localidades e colaborar para tornar mais conhecida a participação feminina no futebol”, afirma a diretora do Museu do Futebol, Daniela Alfonsi.[23] Fazem parte da mostra três vídeos com roteiro de Marcelo Duarte e narração de Claudete Troiano, que contam como o futebol feminino foi relegado ao esquecimento e que a prática desse esporte foi proibida às mulheres durante 39 anos, por Getúlio Vargas, durante o Estado Novo em 1941, sob alegação de que o corpo das mulheres não era compatível com esportes de contato físico.[24] A exposição foi montada com a participação das próprias atletas e com o apoio de clubes e centros de memória do Brasil e do exterior. São centenas de fotografias, recortes de jornais e documentos pertencentes aos arquivos pessoais das jogadoras que contam detalhes desta história. Pra isso, uniu pesquisa, programação cultural, ações educativas e exposições temporárias.[25]
A sala sobre futebol feminino conta com audioguia também, e os áudios são narrados por Leci Brandão.[26]
Visitas de personalidades
[editar | editar código-fonte]O Museu do Futebol é frequentemente visitado por jogadores e ex-jogadores de relevância no futebol brasileiro. Como traz em cada ambiente a história do esporte mais popular do país, acabou por tornar-se referência para encontros e entrevistas dos mais diversos jornais esportivos do país. E logo em sua inauguração, o Museu recebeu o maior jogador de todos os tempos, Pelé. Que teve a oportunidade de conhecer todas as áreas do Museu do Futebol, esporte no qual o ex-atleta foi multi-campeão.[27] Em 2015, antes da final da Copa do Brasil, disputada entre Santos e Palmeiras, os ídolos Ademir da Guia (ex-jogador do Palmeiras) e Pepe (ex-jogador do Santos) se encontraram no Museu do Futebol para conversarem sobre a decisão e se emocionaram, fazendo valer o intuito do Museu: o de tornar a história do futebol algo palpável a seus admiradores.[28][29]
Em fevereiro de 2011, um dos principais jogadores da história do futebol brasileiro e o segundo maior artilheiro de todas as copas, Ronaldo Nazário, foi homenageado e esteve no Museu do Futebol durante o evento logo após de encerrar sua carreira. Ele recebeu do governador Geraldo Alckmin a medalha ao mérito esportivo e também foi nomeado como membro titular do Comitê Paulista para a Copa de 2014.[30]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Edison Veiga (4 de abril de 2015). «Diretor do Museu de Arte do Rio quer inverter eixo cultural da cidade». O Estado de S. Paulo. Consultado em 4 de abril de 2015
- ↑ a b c d e «Museus e arenas são atrações para os amantes do futebol no Estado de São Paulo; confira roteiro - Esportes». Estadão. Consultado em 5 de setembro de 2021
- ↑ «G1 > Edição São Paulo - NOTÍCIAS - Museu dedicado ao futebol é inaugurado nesta segunda em SP». g1.globo.com. G1. Consultado em 5 de setembro de 2021. Cópia arquivada em 12 de junho de 2018
- ↑ «IDBrasil | Quem Somos». idbr.org.br. Consultado em 14 de setembro de 2016
- ↑ «Missão, visão e valores». Museu do Futebol. Consultado em 5 de setembro de 2021
- ↑ «Museu do Futebol ganha biblioteca pública com livros sobre o esporte». Globo Esporte. Consultado em 28 de abril de 2017
- ↑ «Taça da Premier League está em exposição no Museu do Futebol». Torcedores.com. 6 de abril de 2017
- ↑ «Museu do Futebol». Arte Fora do Museu. 18 de setembro de 2020. Consultado em 5 de setembro de 2021
- ↑ «O ProjetoProjectO Projeto - Museu do Futebol». 29 de novembro de 2013. Consultado em 7 de setembro de 2016. Arquivado do original em 24 de setembro de 2016
- ↑ a b «O programa de acessibilidade do Museu do Futebol - PAMF». www.museudofutebol.org.br. Consultado em 25 de abril de 2017
- ↑ «Revista Esquinas #55». Consultado em 13 de setembro de 2016
- ↑ «Maracanazo» (em inglês). Fifa. 21 de janeiro de 2010. Consultado em 14 de setembro de 2016
- ↑ «World Cup Rewind: Largest attendance at a match in the 1950 Brazil final». Guiness World Records. 11 de junho de 2014. Consultado em 14 de setembro de 2016
- ↑ a b c «Acessibilidade». Museu do Futebol. Consultado em 5 de setembro de 2021
- ↑ «Museu do Futebol inicia exposição itinerante pelo interior do estado». Estadão. Consultado em 28 de abril de 2017
- ↑ «Exposição itinerante do Museu do Futebol chega a Santos». A Tribuna. Consultado em 28 de abril de 2017
- ↑ «O ouro olímpico é do Brasil, nos pênaltis, após decisão dramática». O Globo. Consultado em 28 de abril de 2017
- ↑ «Museu do Futebol tem exposição 'O Futebol nas Olimpíadas'». Governo do Estado de São Paulo. 28 de julho de 2016. Consultado em 5 de setembro de 2021. Cópia arquivada em 29 de setembro de 2020
- ↑ «Museu do Futebol inaugura exposição sobre a Olimpíada». Estadão. 8 de julho de 2016. Consultado em 28 de abril de 2017
- ↑ «ESPN e Premier League trazem troféu do Campeonato Inglês ao Brasil pela primeira vez». ESPN. Consultado em 25 de abril de 2017. Cópia arquivada em 5 de setembro de 2021
- ↑ [(http://www.portalnews.com.br/_conteudo/2017/04/cidades/54336-mostra-do-museu-do-futebol-chega-a-guararema.html) «Mostra do Museu»] Verifique valor
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(ajuda)[ligação inativa] - ↑ a b «Futebol feminino terá espaço no acervo no museu do Pacaembu - 08/03/2015 - sãopaulo - Folha de S.Paulo». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 30 de abril de 2017
- ↑ «Mostra itinerante sobre futebol feminino chega a Guararema - Gazeta Esportiva». www.gazetaesportiva.com. Consultado em 30 de abril de 2017
- ↑ «Museu do Futebol inaugura exposição sobre a história das mulheres no esporte». www.tempodemulher.com.br. Consultado em 30 de abril de 2017
- ↑ «Exposição mostra quando futebol feminino era clandestino no Brasil - 20/05/2015 - Esporte - Folha de S.Paulo». m.folha.uol.com.br. Consultado em 30 de abril de 2017
- ↑ Bergamo, Mônica (14 de abril de 2021). «Leci Brandão dará voz a audioguia sobre futebol feminino do Museu do Futebol». Folha de S.Paulo. Consultado em 5 de setembro de 2021
- ↑ «Pelé "dribla" presentes na inauguração do Museu do Futebol». Terra. 29 de Setembro de 2008. Consultado em 26 de abril de 2017
- ↑ «Façam história! Antes da final, Pepe e Divino se encontram e se emocionam». Lance!. Consultado em 14 de setembro de 2016
- ↑ [1]. Acessado em
- ↑ «Ronaldo é homenageado no Museu do Futebol em São Paulo». G1. Consultado em 2 de maio de 2017