Nacionalismo chinês – Wikipédia, a enciclopédia livre
Este artigo faz parte de uma série sobre |
Tridemismo |
---|
Obras Relacionadas |
Relacionados |
Nacionalismo chinês (chinês tradicional: 中國民族主義, chinês simplificado: 中国民族主义, pinyin: Zhōngguó mínzúzhǔyì) é a forma de nacionalismo na China que afirma que o povo chinês é uma só nação, e promove a unidade cultural e nacional dos chineses.
Base ideológica
[editar | editar código-fonte]O nacionalismo chinês foi desenvolvido a partir de diversas fontes ideológicas incluindo o pensamento tradicional chinês, progressismo americano, marxismo[1] e o pensamento etnológico russo. A ideologia também se apresenta em muitas manifestações diferentes que às vezes são conflitantes, incluindo o ultra-imperialismo. Essas manifestações também incluem os Três Princípios do Povo, o Partido Comunista da China,[2][3] os pontos de vista antigovernamentais dos estudantes no Protesto na Praça da Paz Celestial em 1989, o fascismo da Sociedade dos Camisas Azuis e o colaboracionismo japonês sob liderança de Wang Jingwei.
Embora os nacionalistas chineses concordem sobre a conveniência de ter um Estado chinês centralizado, quase todas as outras questões discutidas tem sido objeto de debates intensos e acirrados. Entre as questões que os nacionalistas chineses discordam são as políticas que levariam a China a se tornar uma potência, qual seria a estruturação do Estado e seu objetivo, qual o relacionamento que a China deveria ter com as potências estrangeiras e como deveriam ser as relações entre o grupo étnico majoritário han, os grupos étnicos minoritários e os chineses estrangeiros.
A grande variação de como o nacionalismo chinês é expressado tem sido analisada pelo cientista politico Lucian Pye, argumentando que isso revela a fragilidade da identidade chinesa.[4] Contudo, outros analistas têm argumentado que a capacidade do nacionalismo chinês se expressar em diversas formas é um traço positivo que permite a ideologia transforma-se, sendo resposta a uma eventual crise interna ou eventos externos.
Embora as variações entre as concepções do nacionalismo chinês sejam grandes, grupos nacionalistas chineses mantêm algumas semelhanças, sendo a mais notável o ultra-imperialismo. Ideologias nacionalistas chinesas são todas altamente ligadas a Sun Yat-sen, e reivindicam ser os herdeiros ideológicos dos Três Princípios do Povo. Além disso, as ideologias nacionalistas chinesas tendem a considerar tanto a democracia quanto a ciência como pontos positivos, embora muitas vezes tenham noções radicalmente diferentes sobre o significado de democracia.
Consciência nacional
[editar | editar código-fonte]Existiu versões de um Estado chinês consciente de si por cerca de 4.000 anos, onde a concepção chinesa do mundo era, basicamente, a divisão do mundo civilizado e do mundo bárbaro, sendo que não se tinha consciência de que os interesses chineses tinham de ser assegurados pelo estado chinês. Autores como Lucian Pye têm argumentado que o moderno Estado-nação é fundamentalmente diferente de um império tradicional, entretanto, outros dizem que a atual dinâmica da República Popular da China - concentração de poder em uma autoridade central - compartilha semelhanças com os impérios de Ming e Qing.[4]
Houve apenas alguns poucos períodos da história da China em que existiu confronto direto com nações estrangeiras (sendo mais notáveis os mongóis, manchus e japoneses), enquanto a maioria dos conflitos foram em guerras civis que levaram a mudanças dinásticas. No entanto, as tentativas de "chinizar" povos estrangeiros ou "bárbaros" (como os vietnamitas e coreanos), que queriam manter uma identidade cultural separada, vinham acontecendo a milênios.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Oil, Qatar, China & The Global Conflict
- ↑ Louise Young, Japan’s Total Empire: Manchuria and the Culture of Wartime Imperialism (Berkeley: University of California Press, 1998); Yoshihisa Tak Matsusaka, The Making of Japanese Manchuria, 1904-1932 (Cambridge: Harvard University Asia Center, 2001).
- ↑ In the mid-1940s, the Viet Minh, under Ho Chi Minh, looked to the West for help in its independence movement and got it.
- ↑ a b Pye, Lucian W. (1985). Asian power and politics: The cultural dimensions of authority [Potência asiática e política: As dimensões culturais da autoridade] (em inglês). Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press. 184 páginas. ISBN 0-674-04979-9
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Harumi Befu, Cultural Nationalism in East Asia: Representation and Identity (1993). Berkeley, Calif.: Institute of East Asian Studies, University of California.
- Terence Billeter, L’empereur jaune: Une tradition politique chinoise (2005).
- Maria Hsia Chang, Return of the Dragon: China's Wounded Nationalism, Westview Press (2001), paperback, 256 pp, ISBN 0-8133-3856-5
- Kai-Wing Chow, "Narrating Nation, Race and National Culture: Imagining the Hanzu Identity in Modern China," in Chow Kai-Wing, Kevin M. Doak, and Poshek Fu, eds., Constructing nationhood in modern East Asia (2001). Ann Arbor: University of Michigan Press, pp. 47–84.
- Peter Hays Gries, China's New Nationalism: Pride, Politics, and Diplomacy, University of California Press (January, 2004), hardcover, 224 pages, ISBN 0-520-23297-6
- Prasenjit Duara, "De-constructing the Chinese Nation," in The Australian Journal of Chinese Affairs (July 1993, No. 30, pp. 1–26).
- Prasenjit Duara, Rescuing History from the Nation Chicago und London: University of Chicago Press, 1995.
- Fang Weigui [方維規]: Lun jindai sixiangshi shang de minzu, Nation yu Zhongguo [論近代思想史上的「民族」,「Nation」与中國], in: Ershiyi shiji [二十一世紀] (April 2002, Vol. 70, S. 33-43).
- Fitzgerald, John: Awakening China - Politics, Culture and Class in the Nationalist Revolution (1996). Stanford/California: Stanford University Press.
- Harrell, Paula: Sowing the Seeds of Change - Chinese Students, Japanese Teachers, 1895-1905 (1992). Stanford/California: Stanford University Press.
- Hoston, Germaine A.: The State, Identity, and the National Question in China and Japan (1994). Princeton: Princeton University Press.
- Judge, Joan: Talent, Virtue and Nation: Chinese Nationalism and Female Subjectivities in the Early Twentieth Century, in: The American Historical Review (Vol. 106, Nr. 3, Juni 2001, S. 765-803).
- Karl, Rebecca E.: Staging the World - Chinese Nationalism at the Turn of the Twentieth Century (2002). Durham and London: Duke University Press.
- Liu Qingfeng [劉青峰] (Hg.): Minzuzhuyi yu Zhongguo xiandaihua [民族主義與中國現代化] (1994). Hong Kong: The Chinese University of Hong Kong.
- Leibold, James. Reconfiguring Chinese nationalism: How the Qing frontier and its indigenes became Chinese. New York: Palgrave MacMillan, 2007.
- Lust, John: The Su-pao Case: An Episode in the Early Chinese Nationalist Movement, in: Bulletin of the School of Oriental and African Studies, University of London, Vol. XXVII, Part 2, S. 408-429.
- Schubert, Gunter: Chinas Kampf um die Nation - Dimensionen nationalistischen Denkens in der VR China, Taiwan und Hong Kong an der Jahrtausendwende (2002). Hamburg: Mitteilungen des Instituts für Asienkunde.
- Shen Sung-Chiao [沈松僑] (a): Wo yi wo xue jian Xuanyuan - Huangdi shenhua yu wan Qing de guozu jiangou [我以我血薦軒轅─ 黃帝神話與晚清的國族建構], in: Taiwan shehui yanjiu jikan, Ausgabe 28, Dezember 1997, S. 1-77.
- Shen Sung-Chiao (together with QIAN YONGXIANG [錢永祥]): Delimiting China: Discourses of 'Guomin' (國民) and the Construction of Chinese Nationality in Late Qing, paper presented at the Conference on Nationalism: The East Asia Experience, May 25–27, 1999, ISSP, Academia Sinica, Taipei, 20pp.(沈松僑/中研院近代史所助理研究員).
- Sakamoto Hiroko [坂元ひろ子]: Chūgoku minzokushugi no shinwa: jinshu - shintai - jendā [中国民族主義の神話 : 人種・身体・ジェンダー] (2004). Tokyo: Iwanami Shoten.
- Spakowski, Nicola: Helden, Monumente, Traditionen - Nationale Identität und historisches Bewußtsein in der VR China [Diss.] (1997). Hamburg: Lit-Verlag.
- Tan, Alexander C.; Boyu Chen. "China's Competing and Co-opting Nationalisms: Implications to Sino-Japanese Relations." Pacific Focus (December 2013, Vol 28 No. 3, pp. 365–383).
- Tonnesson, Stein; Antlov, Hans: Asian Forms of the Nation (1996). Richmond/Surrey: Curzon Press.
- Unger, Jonathan (Hg.): Chinese Nationalism (1996). Armonk, New York und London, England: M.E. Sharpe.
- Wang Gungwu: The Revival of Chinese Nationalism (1996). Leiden: International Institute for Asian Studies.
- Harvard Asia Pacific Review, 2010. "Nations and Nationalism." Available at Issuu [1] ISSN 1522-1113
- Chinese Nationalism and Its Future Prospects, Entrevista com Yingjie Guo (junho de 2012)