Nergal – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Para outros significados, veja Adam Michael Darski.
Nergal
Deus da guerra, da matança e do submundo

Antiga escultura em relevo parta de Nergal em Hatra no Iraque.
Outro(s) nome(s) Nirgal, Nirgali, Erra, Irra
Planeta Marte
Reino Inferno
Morada Cur ou Ircala
Cônjuge(s) Eresquigal
Pais Enqui, Danquina
Irmão(s) Marduque, Nana (ou Sim), Ninurta
Romano equivalente Marte/Plutão
Grego equivalente Ares/Hades
Acádio equivalente Erra

Nergal, Nirgal ou Nirgali era o deus da guerra e da morte. Tinha por esposa a deusa Eresquigal. Ele também foi um deus do submundo.[1]

O atrevido e impetuoso Nergal era filho de Enqui e Danquina e meio irmão de Marduque. Viveu toda a sua infância e juventude entre os deuses Anunáqui, até o dia em que ousou ofender Nantar, representante oficial de Eresquigal, afirmando total indiferença contra Eresquigal, uma deusa a quem nunca vira. Até aquele momento, a soberba de Nergal havia provocado nos demais deuses diversão e surpresa, porém naquele instante instaurou o horror e a reprovação por parte de todos, já que sabiam que a rainha do Inferno não seria condescendente com seu desprezo.

Por conselhos de Enqui, Nergal enfim se encheu de temor e arrependeu-se do como tratou Nantar. Pediu ajuda a Enqui e este o instruiu a esculpir um trono com cedro sagrado e pintá-lo do modo certo. Ele deveria se despir de suas armas e brasões reais e levar o trono consigo até a morada de Eresquigal. Deveria declinar com gentileza qualquer presente da rainha do inferno, assim como sua cerveja ou seus banquetes e não deveria sentar-se em nenhum lugar que não fosse no que levava consigo, bem como também evitasse que algum servo lhe lavasse a poeira dos pés.

Após atravessar os nove portais do reino do inferno, ele serviu diante do grande palácio de cristal e lápis-lazuli onde habitava Eresquigal e toda a sua terrível corte. Como aconselhara Enqui, Nergal prostrou-se diante de Eresquigal sentada em seu trono, mas oculta por sombra e um negro manto. Ela perguntou quem ele era e o que fazia em seu reino. Pensando que falava com uma velha horrenda e senil, Nergal demonstrou sua ousadia arriscando-se a dizer que fora enviado por Anu, com a finalidade de governar o inferno como rei e julgar os mortos. E esquecendo as indicações de Enqui, ameaçou Eresquigal com uma arma.

A deusa fingiu temor e pediu tempo para pensar sobre o que faria se recompondo com um banho. Nergal decidiu espiá-la, e qual não foi sua surpresa ao ver quão fenomenal e avassaladora era a beleza da rainha do inferno. Ela então fingiu-se surpresa com a invasão íntima e se ofereceu em seu leito ao jovem deus. Nergal totalmente apaixonado, se submeteu aos seus perigosos encantos e comeu e bebeu de sua mesa, assim como deixou-se banhar e amou-a por seis dias e seis noites. Porém quando estava próximo da manhã do sétimo e derradeiro dia, ele partiu em segredo, temendo tudo o que fizera.

Mas Nantar viu sua fuga e tentou retê-lo. Não conseguindo, foi até sua senhora e contou-lhe tudo. Furiosa e magoada, Eresquigal enviou Namtar até a morada dos Anunáqui para trazer Nergal, mas mais uma vez Enqui interveio se utilizando de um encanto para mudar a aparência de Nergal e enganar Nantar. Nantar não pôde reconhecer Nergal e voltou de mãos vazias. E Nergal, mesmo apaixonado recusou-se porque temia perder a vida gloriosa e tranqüila nas moradas de Anu.

Então Eresquigal ameaçou tornar inférteis as terras e provocar fome na humanidade se Nergal não voltasse ao seu leito. Nergal pressionado pelos demais Anunáqui, não teve outra opção senão seguir seu destino e tornar-se senhor do inferno.[2]

As plaquetas sumérias nos dizem que Nergal traiu seu irmão Marduque, unindo-se a Ninurta e Nanar-Sim no conflito generalizado entre os deuses pelo controle da Terra em 20 000 a.C..

Identificação

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Nergal também era identificado com Erra, divindade responsável pelos distúrbios civis e militares. Foi venerado na cidade de Cutu e tinha muitos outros nomes. Era ainda deus das pestes e doenças.[carece de fontes?]

Nergal é citado na Bíblia Sagrada em 2 Reis 17:30, sendo cultuado pelos cidadãos de Cuta.[3]

Referências

  1. Fichagas (26 de março de 2010). «Nergal». MITO + GRAPHOS 
  2. «Nergal». Ancient History Encyclopedia 
  3. II Reis 17:30
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