Nicholas Bacon – Wikipédia, a enciclopédia livre
Nicholas Bacon | |
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Sir Nicholas Bacon por um artista desconhecido, 1579 | |
Nascimento | 28 de dezembro de 1510 Chislehurst |
Morte | 20 de fevereiro de 1579 (68 anos) Londres |
Sepultamento | Catedral de São Paulo |
Cidadania | Reino da Inglaterra |
Progenitores |
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Cônjuge | Jane Ferneley, Anne Bacon |
Filho(a)(s) | Elizabeth Bacon, Francis Bacon, Edward Bacon, Nicholas Bacon, Nathaniel Bacon, Anthony Bacon, Jane Bacon, Anne Bacon |
Irmão(ã)(s) | James Bacon, Thomas Bacon |
Alma mater | |
Ocupação | político, juiz |
Distinções |
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Nicholas Bacon (Chislehurst, 28 de dezembro de 1510 — Gorhambury, 20 de fevereiro de 1579) foi um político inglês durante o reinado da rainha Isabel I da Inglaterra, notável como Lorde Guardião do Grande Selo. Foi pai do filósofo e estadista Francis Bacon.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Ele nasceu em Chislehurst, Kent, o segundo filho de Robert Bacon (1479-1548) de Drinkstone, Suffolk, e de sua esposa Eleanor (Isabel) Cage. Graduou-se no Corpus Christi College, Cambridge em 1527,[1] e, depois de um período em Paris, ingressou na Gray's Inn (uma das quatro associações profissionais de advogados e juízes de Londres), tornou-se barrister em 1533. Após o dissolução dos monastérios, Henrique VIII deu-lhe uma subvenção das casas de Redgrave, Botesdale, Gislingham,[2] e Gorhambury. Gorhambury pertencia a abadia de St Albans e situava-se perto do local onde existiu a cidade romana de Verulâmio (atual St Albans). De 1563 até 1568, Bacon construiu uma casa nova, Old Gorhambury House (agora em ruínas), que mais tarde se tornou a casa de Francis Bacon, seu filho mais novo.[3]
Em 1545 se tornou membro do Parlamento, representando Dartmouth. No ano seguinte, foi nomeado procurador do Court of Wards and Liveries, um cargo de prestígio e lucrativo, e em 1552 foi promovido a tesoureiro do Gray's Inn. Por ser protestante, Bacon perdeu prestígio durante o reinado de Maria I. Contudo, quando sua irmã mais nova, Isabel, subiu ao trono da Inglaterra em 1558, Bacon foi nomeado Lorde Guardião do Grande Selo, em grande parte devido à influência de seu cunhado William Cecil. Pouco tempo depois, Bacon recebeu o título de Cavaleiro Celibatário.[3]
Bacon ajudou a garantir a posição de Arcebispo da Cantuária para seu amigo Matthew Parker, e devido a sua competência legal presidiu a Câmara dos Lordes quando Isabel abriu seu primeiro parlamento. Apesar de ser um inimigo implacável de Maria da Escócia, ele se opôs à política de Cecil de declarar guerra contra a França, por motivos financeiros; porém, favoreceu as relações com os protestantes estrangeiros, e tinha consciência de que a aliança entre França e Escócia constituía uma ameaça para a Inglaterra. Em 1559, foi autorizado a exercer a jurisdição plena de Lord Chancellor. Em 1564, perdeu temporariamente a confiança real e foi demitido da corte, isto porque Isabel suspeitou que Bacon estivesse interessado em publicar o panfleto, A declaração de sucessão da Coroa Imperial da Inglaterra, escrito por John Hales, e que favorecia a reivindicação de Catarina Grey (irmã de Joana Grey) ao trono inglês.[3]
A inocência de Bacon na questão foi comprovada, e seus favores reais restaurados. Respondeu por escrito a Anthony Browne, que havia afirmado novamente os direitos da casa de Suffolk a qual Catarina pertencia. Desconfiava totalmente de Maria da Escócia; opôs-se à proposta de Thomas Howard, 4.º Duque de Norfolk para se casar com ela; e advertiu Isabel para as consequências graves que sua restauração traria para a Inglaterra. Parece não ter gostado da união proposta entre a rainha inglesa e Francisco, Duque de Anjou, e sua desconfiança dos católicos romanos e dos franceses aumentou após o massacre da noite de São Bartolomeu. Assim como um leal clérigo inglês, Bacon se interessava constantemente por assuntos eclesiásticos, e apresentou sugestões para a melhor observância da doutrina e da disciplina na Igreja.[3]
Morte e legado
[editar | editar código-fonte]Bacon morreu em Gorhambury e foi sepultado na antiga catedral de São Paulo, e recebeu muitas homenagens à sua memória. Seu túmulo e monumento foram destruídos no Grande incêndio de Londres de 1666. Um monumento moderno na cripta lista sua sepultura como uma das mais importantes que se perderam.[3]
Foi um orador eloquente, um advogado erudito, um amigo generoso; e seu interesse pela educação levou-o a fazer várias doações e legados para fins educacionais, incluindo a fundação de uma escola pública de ensino secundário em Redgrave, Suffolk.[3]
Família
[editar | editar código-fonte]Bacon casou pela primeira vez com Jane Ferneley (morta em 1552), cuja irmã, Anne Ferneley (morta em 1596) foi casada com Thomas Gresham.[4] Com Jane Ferneley Bacon teve seis filhos sobreviventes, três filhos e três filhas:[4]
- Nicholas Bacon, 1.º Baronete, de Redgrave (c. 1540–1624), que se casou com Anne, filha de Edmund Butts e de Anne Bures.[5]
- Edward Bacon (1548/9 – 1618), que se casou com Helen Little, filha de Thomas Little de Bray, Berkshire, e de Elizabeth Lyton, filha de Robert Lyton de Knebworth, Hertfordshire.[5][6]
- Nathaniel Bacon (c. 1546 – novembro de 1622), que se casou pela primeira vez, em julho de 1569, com Anne Gresham (morta em 1594), filha ilegítima de Thomas Gresham, fundador da Royal Exchange, e de Anne Dutton, e pela segunda vez, em 21 de julho de 1597, com Dorothy Hopton (ca. 1570–1629), viúva de William Smith de Burgh Castle, Suffolk, e filha de Arthur Hopton.[5][6]
- Elizabeth Bacon, que se casou pela primeira vez com Robert Doyley, pela segunda vez, com Henry Neville, e pela terceira vez com William Peryam.[5][7]
- Anne Bacon, que se casou com Henry Woodhouse (morto em 1624),[5][8][9]
- Elizabeth Bacon, que se casou com Francis Wyndham, filho de Edmund Wyndham.[5][9]
Em 1553 Nicholas Bacon se casou pela segunda vez com Anne Cooke (1528–1610), filha de Anthony Cooke, com quem teve dois filhos, Anthony (1558–1601) e Francis Bacon (1561–1626), que se tornou Lord Chancellor e foi também filósofo, escritor e cientista.
Notas
- ↑ «"Bacon, Nicholas (BCN523N)"». venn.lib.cam.ac.uk. Consultado em 9 de maio de 2019
- ↑ «Redgrave Park in the 15th and 16th centuries»
- ↑ a b c d e f Sidney Lee, Dictionary of National Biography, 1885-1900 entrada para «Bacon, Nicholas, volume 2, páginas 366-371» (em inglês)
- ↑ a b Tittler 2004.
- ↑ a b c d e f Tittler 1976, p. 153.
- ↑ a b Smith 2004.
- ↑ Harley 2005, pp. 4–7; Riordan 2004.
- ↑ Ungerer 1974, p. 278.
- ↑ a b Smith 2002, p. 180.
Referências
- Chisholm, Hugh, ed. (1911). «Bacon, Sir Nicholas». Encyclopædia Britannica (em inglês) 11.ª ed. Encyclopædia Britannica, Inc. (atualmente em domínio público)
- Harley, John (2005). Oxford: Oxford University PressMusic & Letters. 86 (1): 1–15
- Smith, A. Hassell (2004). "Bacon, Sir Nathaniel (1546?–1622)". Oxford Dictionary of National Biography. Oxford University Press. doi:10.1093/ref:odnb/998.
- Smith, Hassell (2002). «Concept and Compromise: Sir Nicholas Bacon and the Building of Stiffkey Hall,». In: Christopher Harper-Bill. East Anglia’s History; Studies in Honour of Norman Scarfe (em inglês). Woodbridge, Suffolk: Boydell Press. pp. 159–88
- Tittler, Robert (2004). "Bacon, Sir Nicholas (1510–1579)". Oxford Dictionary of National Biography. Oxford University Press. doi:10.1093/ref:odnb/1002.
- Tittler, Robert (1976). Nicholas Bacon; The Making of a Tudor Statesman. Athens, Ohio: Ohio University Press
- Ungerer, Gustav (1974). A Spaniard in Elizabethan England: The Correspondence of Antonio Perez’s Exile (em inglês). Londres: Tamesis Books. p. 278
- Kimber, Edward (1771). The Baronetage of England: containing a genealogical and historical account of all the English Baronets now existing, with their descents, marriages, and memorable actions both in war and peace. Londres: G. Woodfall. vol. 1, pp. 2–4
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Media relacionados com Nicholas Bacon no Wikimedia Commons
- «Elizabeth Bacon (morta em 1621), A Who's Who of Tudor Women: B-Bl» (em inglês)
- «Bacon, Sir Nicholas (1510-1579), História do Parlamento» (em inglês)
Cargos políticos | ||
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Precedido por: Nicholas Heath (Lord Chancellor) | Lorde Guardião 1558–1579 | Sucedido por: Thomas Bromley (Lord Chancellor) |