Corno de África – Wikipédia, a enciclopédia livre

Países constituintes

Corno de África (português europeu) ou Chifre da África (português brasileiro), também conhecido como Nordeste Africano e algumas vezes como Península Somali, é uma designação da região nordeste do continente africano, que inclui a Somália, a Etiópia, a Eritreia e o Djibuti. Tem uma área de aproximadamente 2 milhões de km² e uma população de cerca de 116 milhões de pessoas (Etiópia: 94,3 mi, Somália: 14,7 mi; Eritreia: 5 mi; Djibuti: 956 mil).

Tribos na ponta do Chifre da África

O nome Corno de África pode ter sido originado pela forma pontiaguda daquela parte do continente, ou provir da mitologia. A despeito dos possíveis significados vulgares da palavra corno no português e em outros idiomas, o termo alude, para os nativos da região, ao efeito afrodisíaco do corno de rinoceronte e, para muitos africanos, é um símbolo de poder, além de um importante meio de comunicação: tradicionalmente, o anúncio para as principais cerimônias tribais é feito soprando-se num corno de pala-pala ou cudo, dois dos antílopes mais “nobres”.

Corno de África vista de satélite

Tal referência também é encontrada na cultura chinesa, no episódio mitológico da vitória de Huang Ti, o Imperador Amarelo, sobre Tche Yeu, "o de cabeça cornuda".[1]

Países constituintes

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A região do Chifre da África apresenta significativa importância estratégica do ponto de vista geopolítico, sendo palco de disputas políticas e ideológicas indiretas das grandes potências internacionais.[2] Trata-se de uma região bastante visada para o transporte marítimo internacional, por estar geograficamente localizada na entrada do Mar Vermelho.[3]

Apesar dessa importância, a associação entre instabilidade política, conflitos locais, guerras civis, oscilações climáticas e uso do solo inadequado leva à ocorrência de baixos níveis de IDH e diversos problemas decorrentes de tal situação, como pobreza e insuficiência alimentar.[4][5]

Fome e pobreza

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Crise de 2022

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Em fevereiro de 2022 a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou preocupação em relação ao fato de existirem 13 milhões de pessoas sob ameaça de fome severa na região do Chifre da África.[6] Segundo o Programa Alimentar Mundial, mantido pela da ONU, plantações foram arruinadas pela seca, afetando intensamente a população da região, levando à disseminação generalizada de fome e desnutrição.[7] Adicionalmente, a organização internacional declarou que problemas econômicos levaram a alta da inflação, encarecendo o custo de vida, dificultando o acesso à alimentação e também a recursos básicos necessários para sobrevivência.[6]

Referências

  1. Chevalier, Jean e Gheerbrant, Alain. Dicionário de Símbolos. Rio de Janeiro, José Olympio Editora, 1988, pp.233,234.
  2. Shinn, David (1 de janeiro de 2005). «China's approach to East, North and the Horn of Africa». testimony before the US Economic and Security … (em inglês). Consultado em 8 de fevereiro de 2022 
  3. «Piracy Costs Shipping Industry Billions | JOC.com». www.joc.com. Consultado em 8 de fevereiro de 2022 
  4. «As principais causas da fome na África». Mundo Educação. Consultado em 8 de fevereiro de 2022 
  5. «Famintos – DW – 20/07/2011». dw.com. Consultado em 8 de fevereiro de 2022 
  6. a b «UN: 13 million face hunger in Horn of Africa as drought worsens». www.aljazeera.com (em inglês). Consultado em 8 de fevereiro de 2022 
  7. AfricaNews (8 de fevereiro de 2022). «13M threatened by severe hunger in the Horn of Africa - UN». Africanews (em inglês). Consultado em 8 de fevereiro de 2022 
  • Chevelier, Jean e Gheerbrant, Alain. Dicionário de Símbolos. Rio de Janeiro, José Olympio Editora, 1988.

Ligações externas

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