O Lapa Azul – Wikipédia, a enciclopédia livre
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O Lapa Azul | |
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Brasil 2007 • cor • 60 min | |
Género | documentário |
Direção | Durval Lourenço Pereira |
Roteiro | Adriana Rezende |
Idioma | português |
O Lapa Azul é um documentário brasileiro de 2007 que relata as experiências dos pracinhas brasileiros, do III Batalhão do 11º Regimento de Infantaria da Força Expedicionária Brasileira (FEB) durante a II Guerra Mundial.
Sinopse
[editar | editar código-fonte]O documentário O Lapa Azul — codinome do III Batalhão do 11º RI, revive a trajetória dos jovens do interior mineiro que integraram a Força Expedicionária Brasileira (FEB), durante a II Guerra Mundial. A grande maioria dos seus soldados era composta por jovens agricultores e empregados do pequeno comércio. Oriundos do meio civil e sem qualquer experiência militar, eles receberam a missão de enfrentar a temível máquina de guerra nazi-fascista.
A produção da obra efetuou uma minuciosa pesquisa histórica e iconográfica, ao longo de quase três anos, incluindo a gravação de dezenas de entrevistas com os veteranos do Batalhão em Minas Gerais, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Apresenta fotografias, filmes e vídeos raros — muitos inéditos — colhidos no Brasil, na Itália e nos Estados Unidos. Conta ainda, com animações digitais de última geração, reproduzindo o território italiano através imagens de satélite cedidas pela NASA.
O Lapa Azul destaca o verdadeiro choque cultural ocorrido entre brasileiros, italianos, alemães e americanos, no verdadeiro caldeirão de culturas em que se transformou a Península italiana em 1944-1945. Fruto desse choque — potencializado pela crueza da guerra, cedo foi desfeito o tênue verniz civilizatório que recobre a natureza humana. Do convívio entre pessoas de variadas origens, transpareceram as diferentes virtudes e vícios de cada povo, levando-nos a um profundo questionamento sobre os valores da nossa própria nacionalidade.
Equipe de produção
[editar | editar código-fonte]- Durval Lourenço Pereira - produtor e diretor
- Mauro Pianta - diretor de fotografia
- Adriana Rezende - roteiro
- Juliane Nazareth - produção
- Alessandro Ribeiro - ilustrações digitais
- Marisol Mandarino/Kathy Mutz - tradução/inglês
- Mário Pereira - tradução/italiano
- Insight Vídeo - animação, edição e masterização
- Zico e Zeca - música original
O Documentário
[editar | editar código-fonte]A memória da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na II Guerra Mundial é quase desconhecida por nossos jovens. Dizer que 63 anos atrás, soldados brasileiros estiveram na Europa, lutando contra o nazi-fascismo, no maior conflito da história da humanidade, causa estranheza às novas gerações.
Consultando os livros escolares de História do Brasil, verifica-se o motivo de tal desconhecimento. Em muitos deles a participação da FEB resume-se a uma linha. Em alguns, ela é sequer mencionada.Por seu turno, a bibliografia militar especializada prioriza os aspectos táticos, estratégicos e as implicações políticas da guerra, em particular, a ação dos líderes militares e civis, deixando o relato do simples soldado no anonimato.
A concepção do documentário visa preencher este hiato histórico, abordando o conflito sob a ótica daquele que carregou o mais pesado fardo na II Guerra Mundial — e o faz em todas as guerras: o soldado de infantaria.
A obra revive a memória dos integrantes do III Batalhão do 11º Regimento de Infantaria, conhecido como o "Lapa Azul",[1] formado, em sua maioria, por jovens oriundos das classes humildes do interior mineiro.Os integrantes do “Lapa Azul” venceram limitações consideradas insuperáveis para um exército sul-americano. Transpuseram obstáculos que iam desde os de ordem estrutural até o ceticismo dos seus compatriotas."[2][3] Por fim, aprenderam a guerrear. Sobrepujaram as experientes forças nazi-fascistas em meio à lama e a neve, nas montanhas dos Montes Apeninos italianos.[4][5]
Mesclando modelos digitais do terreno com imagens de satélite cedidas pela NASA — uma técnica inédita na produção audiovisual brasileira, foi possível reproduzir os campos de batalha onde o “Lapa Azul” eternizou o seu nome na História. A reprodução daqueles cenários, juntamente com a exibição de filmes, vídeos e fotografias raras, oriundas de bibliotecas e acervos pessoais no Brasil, na Itália e nos EUA, serviram de base para reviver as aventuras, os dramas e os conflitos pessoais dos veteranos entrevistados.
O documentário nasceu inspirado na luta e na garra dos nossos “pracinhas”, destacando aquele que foi o momento mais importante do Brasil, no cenário internacional, durante o século XX.[6]
Mais que um exercício de memória, O "Lapa Azul" exalta o verdadeiro espírito do brasileiro: humilde, generoso e pacífico por natureza, mas capaz de transformá-lo em guerreiro quando é preciso, na defesa da soberania e da liberdade da nossa terra.
Trilha sonora
[editar | editar código-fonte]A trilha sonora do documentário foi composta pelo músico Fernando Barreto. A seguir, três de suas composições para a obra:
TEMA_PRINCIPAL.ogg (Áudio Ogg Vorbis, 1m10s de duração, 63kbps)
Lembranças.ogg (Áudio Ogg Vorbis, 1m44s de duração, 53kbps) ATAQUE.ogg (Áudio Ogg Vorbis, 2m16s de duração, 119kbps)
Além das trilhas compostas por Fernando Barreto, a produção do "Lapa Azul" recebeu a prestimosa colaboração da dupla sertaneja Zico e Zeca, que autorizou a inserção na obra da comovente canção Pracinha (Teddy Vieira / Serrinha) composta em homenagem aos pracinhas brasileiros na década de 40.
Referências
- ↑ RODRIGUES, Agostinho José, Terceiro Batalhão - O Lapa Azul, Rio de Janeiro, BIBLIEX, 1985.
- ↑ BRAGA, Rubem , Crônicas da Guerra na Itália, Rio de Janeiro, 3ª Edição, Editora Record, 1996, ISBN 85-01-02775-8.
- ↑ História Oral do Exército na Segunda Guerra Mundial / coordenação geral de Aricildes de Moraes Motta - Rio de Janeiro - Biblioteca do Exército Editora, 2001, ISBN 85-7011-300-5
- ↑ CRITTENBERGER, Willis D. A Campanha ao Noroeste da Itália - 2ª Ed. - Rio de Janeiro - Biblioteca do Exército, 1997, ISBN 85-7011-219-x.
- ↑ ALMEIDA, Adhemar Rivermar de, Montese - Marco Glorioso de uma Trajetória, Rio de Janeiro, BIBLIEX,1985, ISBN 85-7011-100-2.
- ↑ MORAES, João Baptista Mascarenhas de, A FEB pelo seu comandante - Rio de Janeiro, BIBLIEX, Ed.2005, ISBN 85-7011-321-8.