O Sinal da Cruz – Wikipédia, a enciclopédia livre
O Sinal da Cruz | |
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The Sign of the Cross | |
Cartaz promocional do filme. | |
Estados Unidos 1932 • p&b • 125 min | |
Gênero | épico drama histórico |
Direção | Cecil B. DeMille |
Produção | Cecil B. DeMille |
Roteiro | Waldemar Young Sidney Buchman |
Baseado em | The Sign of the Cross peça teatral de 1895 de Wilson Barrett |
Elenco | Fredric March Elissa Landi Claudette Colbert Charles Laughton |
Música | Rudolph G. Kopp |
Cinematografia | Karl Struss |
Figurino | Mitchell Leisen |
Edição | Anne Bauchens |
Companhia(s) produtora(s) | Paramount Pictures |
Distribuição | Paramount Pictures |
Lançamento |
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Idioma | inglês |
Orçamento | US$ 694.065[2] |
Receita | US$ 2,7 milhões[2] |
The Sign of the Cross (bra/prt: O Sinal da Cruz)[3][4] é um filme épico estadunidense de 1932, do gênero drama histórico, dirigido por Cecil B. DeMille, e estrelado por Fredric March, Elissa Landi, Claudette Colbert e Charles Laughton. O roteiro de Waldemar Young e Sidney Buchman foi baseado na peça teatral homônima de 1895, de Wilson Barrett.[1][5]
Tanto a peça quanto o filme têm uma forte semelhança com o romance "Quo Vadis" (1895–96) e, como o romance, acontecem na Roma Antiga durante o reinado de Nero. É o terceiro e último filme da trilogia bíblica de DeMille, seguindo "Os Dez Mandamentos" (1923) e "The King of Kings" (1927).
Produzido em data anterior ao Código de Produção, que instituiu a censura em produções cinematográficas em 1934, o filme é pródigo em erotismo e sadismo mesclados com religião, uma marca registrada de DeMille. Por ocasião de seu relançamento, em 1944, essas cenas foram cortadas e um prólogo de nove minutos com soldados em aviões de combate durante a Segunda Guerra Mundial foi adicionado.[6]
Sinopse
[editar | editar código-fonte]Depois de incendiar Roma, o imperador Nero (Charles Laughton) culpa os cristãos e decide enviá-los todos para a morte. O prefeito da cidade, Marcus Superbus (Fredric March), conhece a virgem Mércia (Elissa Landi), cujo padrasto foi preso por disseminar o cristianismo. Ele se apaixona por ela, mas é rejeitado, o que o leva a humilhá-la, fazendo-a viver com Ancaria (Joyzelle Joyner). A cruel imperatriz Popeia (Claudette Colbert), esposa de Nero, deseja Marcus e condena Mércia a morrer na arena, juntamente com os outros cristãos, o que faz Marcus tentar fazer com que ela renuncie à sua fé.
Elenco
[editar | editar código-fonte]- Fredric March como Marcus Superbus, prefeito de Roma
- Elissa Landi como Mércia
- Claudette Colbert como Imperatriz Popeia
- Charles Laughton como Imperador Nero
- Ian Keith como Tigelino
- Arthur Hohl como Tito
- Harry Beresford como Favius Fontellus
- Tommy Conlon como Stephan
- Ferdinand Gottschalk como Glabrião
- Vivian Tobin como Dacia
- William V. Mong como Licínio
- Joyzelle Joyner como Ancaria
- Richard Alexander como Viturius
- Nat Pendleton como Estrabo
- Clarence Burton como Servillius
- Harold Healy como Tybul
- Robert Manning como Filodemo
- Charles B. Middleton como Tyros
- Não-creditados
- Mischa Auer como Cristão Preso
- Lionel Belmore como Bettor
Produção
[editar | editar código-fonte]Feito dentro do prazo – de oito semanas – e sem ultrapassar seu orçamento, o filme marcou a volta de DeMille para a Paramount.[8]
Uma das sequências mais célebres do filme, a do banho da imperatriz Popeia, foi feita com leite de verdade – leite de vaca em pó – e demorou para ser filmada. Depois de alguns dias sob as luzes quentes, o leite azedou, tornando muito desagradável para Colbert trabalhar com o fedor.[9][10][11]
Para economizar despesas de produção durante a Grande Depressão, cenários já existentes foram reutilizados, bem como os figurinos que sobraram da produção de "Os Dez Mandamentos" (1923).[12] DeMille também tentou fornecer empregos para atores desempregados como figurantes.[12]
Marketing e distribuição
[editar | editar código-fonte]A Paramount Pictures comercializou o filme utilizando segmentação de mercado, concentrando seus esforços de promoção em três segmentos. O primeiro era espectadores em geral e entusiastas de cinema que gostavam de determinadas características de filmes com temas religiosos, o segundo era espectadores que frequentavam regularmente a igreja, e o terceiro era alunos do ensino fundamental.[13]
Relançamento
[editar | editar código-fonte]Tal como aconteceu com muitos outros filmes pre-Code que foram relançados depois que o Código de Produção foi estritamente aplicado em 1934, a produção acabou sendo censurada. Na versão original, Marcus Superbus não consegue seduzir Mércia, uma inocente garota cristã. Então, ele pede para que Ancaria realize a erótica "Dança da Lua Nua", na tentativa de desvirtuar a mulher.[14] A dança foi cortada da reedição do filme de 1938, mas foi restaurada pela MCA/Universal para seu lançamento doméstico em 1993.[15] Algumas cenas de combate de gladiadores também foram cortadas na reedição, assim como as sequências de arena envolvendo mulheres nuas sendo atacadas por crocodilos e um gorila. Essas também foram restauradas em 1993.[16]
O próprio DeMille supervisionou uma nova versão do filme para seu relançamento em 1944. Novas filmagens que retrataram a Segunda Guerra Mundial e apresentaram o ator Stanley Ridges (que não apareceu originalmente no filme) foram adicionadas para tornar a produção mais atual. No novo prólogo, um grupo de aviões é visto sobrevoando o que era a Roma Antiga. A conversa dos soldados em um dos aviões leva diretamente à cena de abertura original do filme. Os últimos segundos da versão reeditada mostraram os aviões voando para longe em vez de simplesmente desaparecerem, como na cena original de encerramento.[6]
Por muitos anos, a produção reeditada era a única disponível. A versão agora exibida no TCM foi restaurada para a duração original de 125 minutos pelo Arquivo de Cinema e Televisão da UCLA, com a ajuda do espólio DeMille e da Universal Television, que agora possui a maioria dos filmes sonoros da Paramount anteriores a 1950.[6]
Legião Nacional da Decência
[editar | editar código-fonte]A reação da Igreja Católica nos Estados Unidos ao conteúdo deste filme e de "Ann Vickers" ajudou a formar a Legião Nacional da Decência em 1934, uma organização dedicada a identificar e combater conteúdos censuráveis, do ponto de vista da Igreja, em filmes.[17]
Mídia doméstica
[editar | editar código-fonte]Em 2006, este filme, junto com "Four Frightened People" (1934), "Cleópatra" (1934), "As Cruzadas" (1935) e "Union Pacific" (1939), foi lançado em DVD pela Universal Studios como parte da box set "The Cecil B. DeMille Collection". Uma nova edição em Blu-ray foi lançada pela Kino Lorber em 25 de agosto de 2020.
Prêmios e homenagens
[editar | editar código-fonte]Ano | Cerimônia | Categoria | Indicado | Resultado | Ref. |
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1934 | Oscar | Melhor fotografia em preto e branco | Karl Struss | Indicado | [18][19] |
O filme foi reconhecido pelo Instituto Americano de Cinema na seguinte lista:
- 2008: 10 Top 10 – Indicado[20]
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Barrett, Wilson The Sign of the Cross, J.B. Lippincott Company, (Philadelphia), 1896: A versão romantizada de Barrett de sua peça.
- Birchard, Robert S. (2004). Cecil B. DeMille's Hollywood. [S.l.]: University Press of Kentucky. ISBN 0-8131-2324-0. Consultado em 20 de agosto de 2023
- Black, Gregory D. (1996). Hollywood Censored: Morality Codes, Catholics, and the Movies. [S.l.]: Cambridge University Press. ISBN 0-521-56592-8. Consultado em 20 de agosto de 2023
- Vieira, Mark A. (1999). Sin in Soft Focus: Pre-Code Hollywood. Nova Iorque: Harry N. Abrams, Inc. ISBN 0-8109-4475-8
Referências
- ↑ a b «The First 100 Years 1893–1993: The Sign of the Cross (1932)». American Film Institute Catalog. Consultado em 19 de agosto de 2023
- ↑ a b Birchard 2004, p. 251.
- ↑ «O Sinal da Cruz (1932)». Brasil: CinePlayers. Consultado em 19 de agosto de 2023
- ↑ «O Sinal da Cruz (1932)». Portugal: Público. Consultado em 19 de agosto de 2023
- ↑ Barrett (1896).
- ↑ a b c MALTIN, Leonard, Classic Movie Guide, 2a. edição, Nova Iorque: Plume, 2010 (em inglês)
- ↑ Protest Against a Talkie: "The Sign of the Cross", The Citizen, (Tuesday, January 31, 1933), p.8.
- ↑ EAMES, John Douglas, The Paramount Story, Londres: Octopus Books, 1985 (em inglês)
- ↑ Gomes de Mattos, Antonio Carlos (1991). Hollywood Anos 30. Rio de Janeiro: EBAL
- ↑ Margarita Landazuri. «The Sign of the Cross (1932)». Turner Classic Movies. Atlanta: Turner Broadcasting System (Time Warner). Consultado em 19 de agosto de 2023
- ↑ Vieira 1999, p. 106.
- ↑ a b Birchard 2004, pp. 251–255.
- ↑ Maresco, Peter A. (2004). «Mel Gibson's The Passion of the Christ: Market Segmentation, Mass Marketing and Promotion, and the Internet». Journal of Religion and Popular Culture. 8 1 ed. p. 2. doi:10.3138/jrpc.8.1.002
- ↑ Vieira 1999, pp. 106–109.
- ↑ Vieira 1999, p. 109.
- ↑ Vieira 1999, p. 110.
- ↑ Black 1996, pp. 162–164.
- ↑ «The 6th Academy Awards (1934) | Nominees and Winners». Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Consultado em 20 de agosto de 2023
- ↑ «6.º Oscar – 1934». CinePlayers. Consultado em 20 de agosto de 2023
- ↑ «AFI's 10 Top 10 Nominees» (PDF). Consultado em 20 de agosto de 2023. Arquivado do original (PDF) em 16 de julho de 2011
Ligações externas
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