Outeiro Maior – Wikipédia, a enciclopédia livre
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Freguesia portuguesa extinta | ||||
Símbolos | ||||
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Localização | ||||
Localização de Outeiro Maior em | ||||
Mapa de Outeiro Maior | ||||
Coordenadas | 41° 22′ 35″ N, 8° 37′ 49″ O | |||
Município primitivo | Vila do Conde | |||
Município (s) atual (is) | Vila do Conde | |||
Freguesia (s) atual (is) | Bagunte, Ferreiró, Outeiro Maior e Parada | |||
História | ||||
Extinção | 28 de janeiro de 2013 (11 anos) | |||
Características geográficas | ||||
Área total | 4,77 km² | |||
População total (2011) | 369 hab. | |||
Densidade | 77,4 hab./km² | |||
Outras informações | ||||
Orago | São Martinho |
Outeiro Maior é uma povoação portuguesa do Município de Vila do Conde que foi sede da extinta da Freguesia de Outeiro Maior[1], freguesia que tinha 4,77 km² de área (2012)[2] e 369 habitantes (2011)[3], e, por isso, uma densidade populacional de 77,4 h/km².
A Freguesia de Outeiro Maior foi uma freguesia extinta (agregada) em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, tendo sido agregada às freguesias de Bagunte, Ferreiró e Parada, para formar uma nova freguesia denominada União das Freguesias de Bagunte, Ferreiró, Outeiro Maior e Parada.[1]
População
[editar | editar código-fonte]População da freguesia de Outeiro Maior [4] | ||||||||||||||
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1864 | 1878 | 1890 | 1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 |
253 | 280 | 287 | 292 | 323 | 345 | 340 | 309 | 359 | 403 | 424 | 437 | 400 | 378 | 369 |
Distribuição da População por Grupos Etários | |||||||||
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Ano | 0-14 Anos | 15-24 Anos | 25-64 Anos | > 65 Anos | 0-14 Anos | 15-24 Anos | 25-64 Anos | > 65 Anos | |
2001 | 69 | 48 | 207 | 54 | 18,3% | 12,7% | 54,8% | 14,3% | |
2011 | 66 | 44 | 197 | 62 | 17,9% | 11,9% | 53,4% | 16,8% |
Média do País no censo de 2001: 0/14 Anos-16,0%; 15/24 Anos-14,3%; 25/64 Anos-53,4%; 65 e mais Anos-16,4%
Média do País no censo de 2011: 0/14 Anos-14,9%; 15/24 Anos-10,9%; 25/64 Anos-55,2%; 65 e mais Anos-19,0%
História
[editar | editar código-fonte]Sobretudo nos tempos mais recuados - séculos XI e seguintes -, a história desta freguesia aparece muito vinculado ao Mosteiro de São Simão da Junqueira.
Alguns dos primeiros e principais doadores do Mosteiro, ligados à importante família dos Cunhas, foram de S. Martinho do Outeiro Maior. A nobre Casa de Cavaleiros, que pode recuar a origem romana, foi posssuída na segunda metade do século XI e primeira do século XII, por D. Fafia Guterres - bastante bem documentado - que era dessa família.
Os documentos medievais assinalam na freguesia três vilas: Gacim, Outeiro e Fornelos. A de Gacim devia possuir alguma importância especial que hoje se ignora, pois é mencionada em dezenas de documentos; mas a do Outeiro é que há-de ter estado na origem da paróquia.
No século XV, o cavaleiro Martim Ferreira mandou esculpir o lintel que se encontra no Museu Nacional de Soares dos Reis, com as suas armas e as dos Pereiras.
No século seguinte, os senhores de Cavaleiros parecem ter voltado costas ao Mosteiro da Junqueira ligando-se ao Convento de S. Francisco de Vila do Conde, onde três gerações seguidas se fizeram sepultar.
Em finais deste século reconstruíram o palácio, mantendo embora a antiga torre senhorial.
Nos séculos XVIII e XIX, a riqueza da casa traz o título de conde aos seus senhores, pedido a D. Maria I pelo ex-governador e capitão-general de Minas Gerais e Baía Rodrigo José António de Meneses, que era casado com a herdeira de Cavaleiros. Essa riqueza tornou-se proverbial a ponto de se dizer que tinham «um carro de pão de renda por cada dia do ano, mais doze para os ratos».
Os Cavaleiros tiveram grandes propriedades em Amorim e Terroso (ambas na Póvoa de Varzim), que incluíam um castelo medieval, de que se conservam pouco significativas ruínas.
Outeiro Maior pertenceu, até 1836, ao concelho de Barcelos; passou então para o concelho da Póvoa de Varzim e só mais adiante, em 1853 foi integrado no (atual município) de Vila do Conde.[5]
Esta antiga freguesia está razoavelmente documentada quer para tempos recuados, quer para tempos recentes. Assim, por exemplo, conserva-se a colecção completa das actas da Junta de Freguesia.
Em 1933, um particular ofereceu o edifício da Escola Primária; recentemente, foi construída um amplo e funcional Edifício da Junta.
A escritora Agustina Bessa-Luís passou algum tempo da sua adolescência na Casa de Cavaleiros, facto que é bastante directamente evocado no conto O Soldado Romano, nos Dentes de Rato e também no romance Antes do Degelo (na capa da edição original vem uma fotografia da fachada desta casa, a que a autora, na narrativa, chama «Condestável»).
Recentemente (2005) José Ferreira e José Gonçalves publicaram, em edição da antiga Junta local, o livro Outeiro Maior, que é um estudo histórico da antiga freguesia.
Geografia
[editar | editar código-fonte]É limitada a sul por Parada, a nascente por Fradelos (do concelho de Vila Nova de Famalicão) e Balazar (do concelho de Póvoa de Varzim), a norte e a poente por Bagunte.
Os seus lugares principais são Igreja, Quintandura, Friães, Fornelo, Santo Gido, Fontelheiros e Estivada.
A povoação é dividida a meio por uma colina, a nascente da qual só fica Santo Gido. Dum lado e doutro dela estendem-se férteis veigas, com água abundante.
Geologicamente, Santo Gido é terra xisto e o resto da povoação terra de granito; no subsolo de parte do Outeiro Maior, há caulino.
O outeiro de que deriva o nome é a pequeníssima elevação de terreno onde se encontra a Igreja Velha. O adjectivo maior, de que na povoação se desconhece a origem, ocorre noutros, raros, topónimos portugueses, como Campo Maior, Vila Maior e Rio Maior.
Orago e religião
[editar | editar código-fonte]Embora ao longo do tempo se registassem oscilações no nome da freguesia, o seu orago é São Martinho de Tours.
Um documento de D. Afonso Henriques, no espaço do actual Outeiro Maior, assinala duas paróquias, São Martinho e Santo Isidro (provável lugar actual de Santo Gido). A existência desta segunda paróquia, porém, deve ter sido muito efémera.
A actual igreja paroquial é recente, tendo sido aberta ao público na década de setenta do século XX; a anterior, embora de reduzido valor arquitectónico e bastante mutilada, ainda se conserva.
Património
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b «Lei n.º 11-A/2013 de 28 de janeiro (Reorganização administrativa do território das freguesias)» (pdf). Diário da República eletrónico. Consultado em 8 de Abril de 2014. Cópia arquivada (PDF) em 6 de janeiro de 2014
- ↑ «Áreas das freguesias, municípios e distritos da CAOP2012». Separador Areas_Freguesias_CAOP2012. Instituto Geográfico Português. 2012. Consultado em 8 de Abril de 2014. Cópia arquivada em 9 de novembro de 2013
- ↑ «População residente, segundo a dimensão dos lugares, população isolada, embarcada, corpo diplomático e sexo, por idade (ano a ano)». Informação no separador "Q601_Norte". Instituto Nacional de Estatística. Consultado em 8 de Abril de 2014. Cópia arquivada em 4 de dezembro de 2013
- ↑ Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
- ↑ C.M.Vila do Conde, [1][ligação inativa], Vila do Conde, 20 de Maio de 2015
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «A freguesia do Outeiro Maior na ANAFRE». Página sobre o Outeiro Maior disponibilizada pela Associação Nacional de Freguesias.
- «Os Condes de Cavaleiros»