Pólux (estrela) – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Se procura o personagem da mitologia grega, veja Castor e Pólux.

Coordenadas: Sky map 07h 45m 19.4s, +28° 01′ 35″

Pólux
Dados observacionais (J2000)
Constelação Gemini
Asc. reta 07h 45m 18,9s[1]
Declinação +28° 01′ 34,3″[1]
Magnitude aparente 1,14[2]
Características
Tipo espectral K0 III[3]
Cor (U-B) +0,86[2]
Cor (B-V) +1,00[2]
Astrometria
Velocidade radial 3,33 km/s[1]
Mov. próprio (AR) -626,55 mas/a[1]
Mov. próprio (DEC) -45,80 mas/a[1]
Paralaxe 96,54 ± 0,27 mas[1]
Distância 33,78 ± 0,09 anos-luz
10,36 ± 0,03 pc
Magnitude absoluta +1,08 ± 0,02[4]
Detalhes
Massa 1,91 ± 0,09[5] M
Raio 8,8 ± 0,1[6] R
Gravidade superficial 2,685 ± 0,09 (log g)[6]
Luminosidade 43[7] L
Temperatura 4 666 ± 95[6] K
Metalicidade [Fe/H] –0,07 a +0,19[6]
Rotação v sin i = 1,70 ± 0,20 km/s[8]
Período de <260 dias[8]
Idade 724 milhões[9] de anos
Outras denominações
Beta Geminorum, 78 Geminorum, BD+28°1463, Gliese 286, HD 62509, HIP 37826, HR 2990, SAO 79666.[1]
Pólux (estrela)

Pólux ou Pollux (Beta Geminorum, β Gem, β Geminorum) é a estrela mais brilhante da constelação de Gemini e a 17ª mais brilhante de todo o céu,[10] com uma magnitude aparente de 1,14.[2] Junto com Castor, é um dos gêmeos representados no contorno da constelação. Com base em sua paralaxe, está a aproximadamente 33,78 anos-luz (10,36 parsecs) da Terra.[1] Em 2006, foi confirmada a existência de planeta extrassolar orbitando-a.[6] Pólux é a estrela mais brilhante com um planeta conhecido.[10]

Pólux é maior que o Sol, com cerca de duas vezes sua massa e quase nove vezes seu raio.[5][6] No passado uma estrela de classe A da sequência principal,[11] Pólux já consumiu todo o hidrogênio de seu núcleo e evoluiu tornando-se uma estrela gigante com uma classificação estelar de K0 III.[3] Irradia 43 vezes mais luminosidade que o Sol[7] de sua atmosfera externa a uma temperatura efetiva de 4 666 K,[6] o que dá a ela o brilho alaranjado típico de estrelas de classe K.[12] Desde 1943, seu espectro tem servido como base pela qual outras estrelas são classificadas.[13] Pólux parece estar rotacionando lentamente, com uma velocidade de rotação projetada de 1,7 km/s, completando uma rotação em menos de 260 dias.[8] A abundância de elementos que não são hidrogênio ou hélio, o que é chamada de metalicidade, é incerta, com estimativas variando entre 85% e 155% da abundância solar.[6]

Pólux possui um baixo nível de atividade magnética, conforme demonstrado pela detecção de baixa emissão de raios-X pelo telescópio ROSAT. A emissão de raios-X da estrela é de cerca de 1027 erg/s, o que é aproximadamente igual à emissão de raios-X do Sol. Um campo magnético com uma força menor que 1 Gauss foi confirmado na superfície de Pólux; um dos campos mais fracos já detectados em uma estrela. A presença desse campo sugere que Pólux já foi uma estrela Ap com uma campo magnético muito mais forte.[11]

Sistema planetário

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A detecção do planeta extrassolar Pólux b foi anunciada em 16 de junho de 2006. Foi calculado que Pólux b tem uma massa mínima de 2,3 vezes a massa de Júpiter. Está orbitando Pólux a uma distância média de 1,64 UA com um período de cerca de 590 dias.[6]

O sistema Pólux [6]
Planeta Massa
Semieixo maior
(UA)
Período orbital
(dias)
Excentricidade
b >2,30 ± 0,45 MJ
1,64 ± 0,27
589,64 ± 0,81
0,02 ± 0,03

As estrelas Castor e Pollux refere-se especificamente aos personagens mitológicos gregos Castor e Pólux,[10] os filhos de Leda.

Pólux era antigamente conhecida como Abrachaléus.[14][15]

No catálogo de estrelas no Calendarium of Al Achsasi Al Mouakket, esta estrela era designada Muekher al Dzira, o que foi traduzido em latim como Posterior Brachii, significando o fim na pata.[16]

Em chinês, 北河 (Běi Hé), significando Rio do Norte, refere-se a um asterismo consistindo de Pólux, ρ Geminorum e Castor.[17] Pólux em si é conhecida como 北河三 (Běi Hé sān, a Terceira Estrela do Rio do Norte.)[18]

Referências

  1. a b c d e f g h «SIMBAD query result - POLLUX». SIMBAD. Centre de Données astronomiques de Strasbourg. Consultado em 3 de outubro de 2012 
  2. a b c d Lee, T. A. (outubro de 1970), «Photometry of high-luminosity M-type stars», Astrophysical Journal, 162: 217, Bibcode:1970ApJ...162..217L, doi:10.1086/150648 
  3. a b Gray, R. O.; Corbally, C. J.; Garrison, R. F.; McFadden, M. T.; Robinson, P. E. (outubro de 2003). «Contributions to the Nearby Stars (NStars) Project: Spectroscopy of Stars Earlier than M0 within 40 Parsecs: The Northern Sample. I». The Astronomical Journal. 126 (4): 2048-2059. Bibcode:2003AJ....126.2048G. doi:10.1086/378365 
  4. Carney, Bruce W.; et al. (março de 2008), «Rotation and Macroturbulence in Metal-Poor Field Red Giant and Red Horizontal Branch Stars», The Astronomical Journal, 135 (3): 892–906, Bibcode:2008AJ....135..892C, arXiv:0711.4984Acessível livremente, doi:10.1088/0004-6256/135/3/892 
  5. a b Hatzes, A. P.; et al. (julho de 2012). «The mass of the planet-hosting giant star β Geminorum determined from its p-mode oscillation spectrum». Astronomy & Astrophysics. 543: A98, 9. Bibcode:2012A&A...543A..98H. doi:10.1051/0004-6361/201219332 
  6. a b c d e f g h i j Hatzes, A. P.; et al. (2006), «Confirmation of the planet hypothesis for the long-period radial velocity variations of β Geminorum», Astronomy and Astrophysics, 457: 335–341, Bibcode:2006A&A...457..335H, arXiv:astro-ph/0606517Acessível livremente, doi:10.1051/0004-6361:20065445 
  7. a b Mallik, Sushma V. (dezembro de 1999), «Lithium abundance and mass», Astronomy and Astrophysics, 352: 495–507, Bibcode:1999A&A...352..495M 
  8. a b c Gray, David F. (dezembro de 2014). «The Stable K0 Giant Star β Gem». The Astrophysical Journal. 796 (2): artigo 88, 11. Bibcode:2014ApJ...796...88G. doi:10.1088/0004-637X/796/2/88 
  9. Takeda, Yoichi; Sato, Bun'ei; Murata, Daisuke (agosto de 2008), «Stellar parameters and elemental abundances of late-G giants», Publications of the Astronomical Society of Japan, 60 (4): 781–802, Bibcode:2008PASJ...60..781T, arXiv:0805.2434Acessível livremente 
  10. a b c Kaler, James B. «POLLUX (Beta Geminorum)». Stars. Consultado em 3 de outubro de 2012 
  11. a b Aurière, M.; et al. (setembro de 2009), «Discovery of a weak magnetic field in the photosphere of the single giant Pollux», Astronomy and Astrophysics, 504 (1): 231–237, Bibcode:2009A&A...504..231A, arXiv:0907.1423Acessível livremente, doi:10.1051/0004-6361/200912050 
  12. «The Colour of Stars», Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation, Australia Telescope, Outreach and Education, 21 de dezembro de 2004, consultado em 3 de outubro de 2012 
  13. Garrison, R. F. (dezembro de 1993), «Anchor Points for the MK System of Spectral Classification», Bulletin of the American Astronomical Society, 25: 1319, Bibcode:1993AAS...183.1710G, consultado em 3 de outubro de 2012 
  14. Dicionário Universal Ilustrado, Ed. João Romano Torres & Cª.1911.
  15. LES GÉMEAUX
  16. Knobel, E. B. (junho de 1895). «Al Achsasi Al Mouakket, on a catalogue of stars in the Calendarium of Mohammad Al Achsasi Al Mouakket». Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. 55: 429. Bibcode:1895MNRAS..55..429K 
  17. (chinês) 中國星座神話, escrito por 陳久金. Publicado por 台灣書房出版有限公司, 2005, ISBN 978-986-7332-25-7.
  18. (chinês) 香港太空館 - 研究資源 - 亮星中英對照表 Arquivado em 30 de janeiro de 2011, no Wayback Machine., Hong Kong Space Museum. Acessado em 23 de novembro de 2010.